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A TERRA ESTÁ DOENTE: O QUE EU TENHO A VER COM ISSO? Parte I

Atualizado dia 10/12/2007 6:18:07 PM em Autoconhecimento
por Irene Carmo Pimenta


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"A Terra tem o suficiente para a necessidade de todos, mas não para a ganância de uns poucos."
Mahatma Ghandi


Dentre as inúmeras espécies que povoam a Terra os seres humanos são, sem sombra de dúvida, uma espécie biológica bem sucedida. Desde a sua origem evoluiu e colonizou todas as regiões do planeta. Formou estruturas sociais complexas, descobriu novas tecnologias e, em sua tendência expansionista através da corrida espacial, pensa em colonizar outros planetas.

No entanto, a trajetória evolutiva do homem sobre o Planeta Terra tem sido altamente predatória. A utilização dos recursos naturais do planeta tem sido maior do que a sua capacidade regenerativa. E em nome do progresso ecossistemas inteiros foram e continuam sendo destruídos, colocando em risco a sobrevivência de muitas espécies e do próprio homem.

Por conta disso a crise ambiental está aí, bem na nossa frente, fazendo com que temas como ecossistemas, aquecimento global, reciclagem, sustentabilidade, passem a fazer parte das conversas cotidianas, diferentemente do que acontecia há algumas décadas atrás quando discussões sobre meio ambiente eram conversa de alguns “hippies malucos”, ligados à contracultura, de subversivos, enfim... Conversa de gente “pouco séria”, pessoas que eram “contra o desenvolvimento econômico”.

Alguns dos leitores devem lembrar do presidente Bush-pai (não que Bush-filho seja diferente) fazendo discursos irados contra os ambientalistas. Sem falar no Brasil dos anos setenta onde poluição era sinônimo de progresso e quem contra ela fosse, contra o regime seria. Muitos ambientalistas foram tratados como “terroristas”!

Mas o tempo deu razão a quem tinha. O aquecimento global está aí. A Terra está doente, febril. E o que antes era assunto pontual de alguns segmentos da sociedade, hoje, pela urgência do tema tornou-se uma discussão mais ampla. E no âmago de cada questionamento está a pergunta que não quer calar: A crise ambiental é um reflexo do desequilíbrio interior do ser humano?

CRISE ECOLOGICA E RESPONSABILIDADE PESSOAL

“A crise ecológica, isto é, o principal problema de Gaia, não é a poluição, o lixo tóxico, a destruição da camada de ozônio ou qualquer coisa semelhante. O principal problema de Gaia é que não há um número bastante grande de seres humanos que tenha se desenvolvido até os níveis de consciência pós-convencional, mundicêntrico e global o que faria com que eles se voltassem naturalmente para a conservação deste planeta.” Ken Wilber in Psicologia Integral

Analisando a frase de Ken Wilber não podemos deixar de considerar o fato de que uma urgente reavaliação do nosso sistema de crenças se faz necessário. A relação do homem com a Terra é baseada em estágios primitivos do nosso desenvolvimento. A necessidade de sobrevivência das sociedades primitivas talvez esteja ainda muito presente nas sombras do inconsciente coletivo. Crenças primitivas sobre competição e sobrevivência, mesmo maquiadas e vendidas como “modernas” pela literatura política e econômica, alimentam um ciclo de opressão, pobreza, guerras e depredação ambiental.

Na base da crise ecológica está uma crise de valores e de significados. Mas o ponto de mutação entre uma visão individualista e uma visão sistêmica é a mudança de estágio conscencial do homem. A nossa sobrevivência como espécie depende disso. Talvez seja esse o maior desafio da nossa geração. Migrar do modelo “nós e eles” - que na maioria das vezes quer dizer “nós contra eles” - para um modelo mais inclusivo que aceite e respeite a diversidade. Um “nós” que realmente inclua “todos nós”. Porque na verdade estamos todos no mesmo barco e nenhum barco afunda pela metade.

Ainda citando Ken Wilber: “Se analisarmos o desenvolvimento moral, por exemplo, constatamos que o bebê, ao nascer, ainda não se socializou com a ética e as convenções culturais; isso se chama estágio pré-convencional ou egocêntrico, porque a percepção do bebê é amplamente auto-absorvida. Mas à medida que ele começa a aprender as regras e normas da nossa cultura, passa ao estágio convencional de padrões, também conhecido como etnocêntrico, porque está centrado no grupo, tribo, clã ou nação específicos da criança e, portanto, costuma excluir aqueles que não pertencem ao grupo.

Contudo, na próxima etapa importante do desenvolvimento moral, a etapa pós-convencional, a identidade do indivíduo se expande novamente, dessa vez para incluir o cuidado e a preocupação com todas as pessoas, seja qual for a raça, a cor, o sexo ou o credo e, por isso, essa etapa também recebe o nome de globocêntrica.

Assim, o desenvolvimento moral costuma passar do “eu” (egocêntrico) ao “nós” (etnocêntrico) até “todos nós” (globocêntrico) – um bom exemplo do desenvolvimento dos estágios de consciência." Ken Wilber in Espiritualidade Integral, Editora Aleph

Continua em A Terra está doente: o que eu tenho a ver com isso? Parte II

Texto revisado por Cris

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