A vaidade
Atualizado dia 7/3/2006 9:56:05 PM em Autoconhecimentopor Zaida Miranda Rebêlo da Silva
A vaidade é decorrente do orgulho e com ele caminha junto. Suas facetas mais comuns são:
- Evidências de qualidades intelectuais não poupando referência à própria pessoa ou a algo que realiza.
- Esforço em realçar seus dotes físicos, culturais ou sociais com notória antipatia provocada aos demais.
- Intolerância para com aqueles cuja condição social ou intelectual é mais humilde, não evitando a eles referências desairosas.
- Não reconhecimento de sua própria culpabilidade nas situações de descontentamento diante de infortúnios por que passa.
- Obstrução mental na capacidade de se auto-analisar, não aceitando suas possíveis falhas ou erros, culpando vagamente a sorte, a infelicidade desmerecida e o azar.
A vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente dentro de nós. Dela os espíritos inferiores se servem para abrir caminhos às pertubações entre os próprios amigos e familiares.
De alguma forma e em variada intensidade contamos todos com uma parcela de vaidade que pode estar se manifestando nas nossas motivações de algo a realizar, o que é certamente válido, até certo ponto. O perigo, no entanto, reside nos excessos de desconhecimento das fronteiras entre os impulsos de idealismo por amor a uma causa nobre, e os impulsos de destaque pessoal característicos da vaidade excessiva.
Nas suas formas de apresentação, quer pela postura física, gestos estudados ou antinaturais, retórica no falar, atitudes intempestivas, reações arrogantes e deboche, refletem quase sempre, uma deformação de colocação do indivíduo face aos valores pessoais que a sociedade estabeleceu. O intérprete se satisfaz na sua necessidade pessoal de ser observado, comentado e badalado. No íntimo, o protagonista reflete, naquela aparência toda, grande insegurança e acentuada carência de afeto que nele residem, oriundas de muitos fatores desencadeados na infância e na adolescência e não trabalhados no decorrer da vida.
O vaidoso o é, muitas vezes, sem perceber e vive desempenhando um personagem que escolheu. O seu íntimo é sempre bem diferente daquele que aparenta e, de alguma forma, essa dualidade lhe causa conflitos, pois sofre com tudo isso, sente necessidade de encontrar-se a si mesmo, embora às vezes sem saber como.
O mais prejudicial nisso tudo é que as fixações mentais nos personagens selecionados podem estabelecer e conduzir a enormes bloqueios do sentimento, levando as criaturas a assumirem um caráter endurecido, insensível e de atitudes frias e grosseiras. Se faz necessária uma profunda análise espiritual, tranquila, para aprofundar-se até às raízes que geraram aquelas deformações e, ao mesmo tempo, identificar suas características autênticas, o seu verdadeiro modo de ser, para então despir a roupagem teatral que utilizava e colocar-se amadurecidamente, assumindo todo o seu íntimo, com disposição de melhorar sempre.
Manual Prático do Espírita, Ney Prieto Peres
Taróloga
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 40
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