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Abandono, traição, remorso e procrastinação sob efeito da lei do Kharma

Atualizado dia 3/1/2020 10:00:54 AM em Autoconhecimento
por Rosana Ferraz Chaves


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A Roda dos Expostos ou Enjeitados funcionou em SP por 130 anos, até 1960. Consistia num mecanismo rotativo, onde crianças que eram rejeitadas pela família eram depositadas, para que alguém cuidasse delas ou as adotasse.

Quase 5 mil crianças foram deixadas na Roda dos Enjeitados que ficava na Santa Casa de Misericórdia. As crianças eram deixadas com algum bilhete para que os pais pudessem as identificar, quando tivessem condições de criá-las novamente.

A maioria dos bilhetes dizia que o abandono tinha ocorrido por motivo de miséria, adultério, gravidez fora do casamento, estupro de brancos contra negras e por motivo de deficiência física nas criança.

Não existem pesquisas que mostrem quantos pais voltaram para resgatar seus filhos, mas ainda existiam alguns vivos, para contar sua história.

Dentre eles, um senhor que jamais descobriu nada sobre sua família, mesmo já tendo a dele, mostrava toda a dor que sempre carregou e a vontade de perguntar para sua mãe, qual era a sua história. Por qual motivo sua mãe o havia abandonado?

Em 2016, havia cerca de 45.000 crianças vivendo em abrigos públicos, esperando por adoção. Em 2018, o número de crianças abandonadas foi de 8,7 mil. Então, a Roda dos Enjeitados ainda existe e apenas mudou de nome.

Um dia um homem caminhava para ir até o seu trabalho e ouviu o choro de uma criança. Olhou em volta e percebeu que o choro vinha de um saco de lixo. Ao abrir o saco descobriu que era um recém-nascido abandonado.

Quando esse bebê foi levado para os médicos, os exames mostraram que devido às condições em que a criança foi deixada, ela ficaria com problemas físicos, mentais e como se tratava de uma criança negra, a possibilidade de uma adoção seria muito remota.

Essa criança ficou internada por algum tempo e foi constatado que ela nunca andaria, teria problemas de visão e ficaria com retardo mental. Mesmo assim, ela foi adotada e amada por uma serviçal desse hospital, que também era pobre, já tinha vários filhos e também era negra. A família toda não só aceitou essa criança, como virou o xodó de todos. Depois que a mãe adotiva morreu, os outros filhos se revezavam para cuidar do irmão. A mãe verdadeira nunca foi encontrada.

Marta era casada e teve dois filhos, quase na mesma época. Ela trabalhava o dia inteiro para criar essas crianças da melhor forma possível, mas um dia seu marido avisou que sairia para comprar cigarros e nunca mais voltou. Marta nunca mais teve um relacionamento e até hoje sente rancor com o ocorrido. Nunca mais soube nada do marido.

Com três meses de namoro, Ana ficou noiva. Esse noivado durou 7 anos e um dia o noivo anunciou que o romance havia chegado ao fim, não que ela não soubesse. Três meses depois, Ana soube que o namorado a estava traindo fazia tempo. Ele havia engravidado a outra moça e se casou com ela. Ana ficou com depressão e deixou de acreditar no amor por muito tempo.

Guilherme estava desempregado há quase um ano, quando arrumou emprego como garçom, num restaurante que tinha 3 sócios e estava sempre lotado. Assim da noite para o dia, Guilherme foi despedido, porque havia uma desconfiança que um dos sócios estava roubando. Pego de surpresa, passou muita necessidade com sua filha pequena e a esposa grávida novamente e sem entender direito o motivo do fim da empresa, ele continuou procurando emprego e mais tarde conseguiu uma nova colocação.

Antônio foi adotado por uma família muito amorosa. Mesmo assim, nunca aceitou o fato de ser uma criança abandonada. Ele também sofria com os preconceitos dos colegas de escola, porque era gordo e tímido. Na adolescência teve muita dificuldade em arrumar uma namorada. Quando uma garota se interessava por ele, achava que era falsidade. Antônio fez uma cirurgia bariátrica, emagreceu muito e teve todo apoio da família. Quando o processo de emagrecimento estava quase terminando, ele resolveu morar sozinho. Um dia encontraram o corpo de Antônio numa vala, perto de um estacionamento. Ele havia cometido suicídio com um tiro na cabeça, aos 23 anos de idade.

Lúcia convidou sua sobrinha Carina de 15 anos, para fazer uma viagem com ela. Como Carina ficou muito entusiasmada, porque pouco sai de casa, mas já sabia da fama da tia Lu, que sempre costumava mentir e enrolar bastante, por isso resolveu chegar 30 minutos antes do horário marcado para viajar, mas infelizmente, sua tia já tinha saído de casa com uma outra pessoa, no lugar de Carina. Lúcia jamais deu uma explicação para a sobrinha e continuou mentindo e enganando os outros. Carina nunca entendeu nada, mas aprendeu a não confiar em pessoas que ela já sabia que não eram confiáveis. Valeu a lição.

Todas essas histórias são verídicas, apenas os nomes foram trocados. O que existe de comum em todas elas, é o sentimento de dor que todos sentiram ou vão sentir, conforme suas consciências, devido ao ato que praticaram.

Todo relacionamento só existe por trocas. Você dá e recebe alguma coisa. Quando as trocas terminam, cessa o relacionamento.

O abandono é sempre uma sentença de dor perpétua, tanto para quem abandona, quanto para quem é abandonado.

E não existe abandono por amor. Quem ama fica até o final, fazendo tudo o que é possível, para que aquela situação se reverta.

Quem abandona o faz por medo, não por amor.

A falta de perspectiva no futuro não significa que ela não exista, essa é a lição do arcano do Enforcado no Tarot.

A pergunta que fica é: Como perdoar uma pessoa que te abandona, te rejeita, te trai ou te decepciona?

Para encontrar essa resposta, você precisa ressignificar a questão.

Existem dois elementos distintos, quem causou e quem recebeu.

Se você sofreu não dá para perdoar quem te causa dor, porque você nunca vai estar na pele dessa pessoa, de um modo tão íntimo, que possa sentir tudo pelo que ela passou, para fazer o que fez.

Quem perdoa julga, se põe no lugar do que está sendo julgado e se coloca como juiz e para se sair bem de um relacionamento que causou dor, você precisa ser imparcial.

Você não tem culpa no que te aconteceu, mas responsabilidade você tem sim. A gente sempre sabe com quem está lidando, só não quer aceitar isso.

Um filho que foi abandonado tem responsabilidade nisso? No abandono não, mas no que vai fazer depois que ficar adulto, sim. É sua responsabilidade fazer o melhor por si.

Nesse caso o seu tipo de perdão é outro.

Você não pode mudar o que aconteceu, mas pode mudar o modo como está lidando com a dor.

Se veja de fora para dentro. Se você acredita que não merece essa dor, porque continua a carregando? Já passou. Daqui pra frente como você quer ser tratado? Como uma vítima ou como alguém que merece carinho?

Aqui não existem vítimas. Muita gente acha essa resposta um absurdo. Como uma criança que é maltratada pelos pais pode ter responsabilidade nisso?

Os cabalistas dizem que a justiça procura a injustiça em muitos mundos. Então nem sempre a justiça é clara e visível, mas tenha certeza de que nada é por acaso.

A mudança só vai ocorrer no momento em que você começar a se dar tudo de bom que pode e merece.  Isso não significa que quando você se lembrar não vai doer. Vai sim, ainda por um tempo, mas você não precisa se lembrar disso o tempo todo.

Encare como aprendizado e aceite. Aceite todas as dores que deixaram cicatrizes, porque elas vão te mostrar o quanto forte você é.

Quando você aceita, cessam as leis do Kharma. Se você não aceita que precisava passar por aquilo, mesmo que não entenda ainda o motivo, a história fica se repetindo.

Se você tem consciência de que causou dor, precisa encontrar a origem disso. Por que é que você sempre desiste de tudo? Você alguma vez se pôs no lugar daquele que contava com o seu apoio? Por que acredita sempre que não existe saída? Medo do futuro é a crença no mau.

Você está dando muito mais força para o mal do que para o bem.

A única forma de quebrar esse ciclo interminável de dor, é encarar as coisas de frente, até o final. O universo sempre vai inspirar a seu favor.

Sempre que você estiver a ponto de desistir de alguma coisa, se lembre da história da abertura do Mar Vermelho. Os cabalistas dizem que o Mar Vermelho só se abriu para os hebreus no momento em que eles, sem nenhuma perspectiva de não morrerem afogados e com o exército do faraó vindo atrás, tiveram coragem de pôr os pés na água.

Parece que não vai dar certo e tudo está contra você? Mete o pé na vida e segue em frente. Só assim o Universo vai lhe mostrar possibilidades que você jamais imaginaria.
 

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Conteúdo desenvolvido por: Rosana Ferraz Chaves   
Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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