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Amar a si mesmo

Atualizado dia 12/27/2007 7:15:03 PM em Autoconhecimento
por Carmem Calmon Lacerda


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Muito difundida a idéia de “Amai-vos uns aos outros...” e “Ame ao próximo...”. Não faltam exemplos bíblicos, espiritualistas, de mestres que muito admiramos, dos pais, avós, geralmente as pessoas que mais amamos tentam nos direcionar para esse amor de doação, bondade, ternura, que tudo dá e nada pede, que "turbina" nossas vidas.

Creio ser essa nossa primeira grande lição nessa caminhada. Amar e amar, dedicar, cuidar, ser “mãe”, assim como a mãe do filho, a mãe terra, a mãe natureza, aquela que tudo dá e pouco pede.

Porém, para quem fica a difícil tarefa de nos ensinar a nos amarmos? Escritores que admiro e gosto demais, que leio sempre e de quem ”bebo as palavras”, têm se dedicado a colocar em palavras este fato: “não fomos ensinados a nos amar e, então, como poderemos realmente amar alguém.” Será que é possível? Temos montes de artigos falando a respeito do fato de que precisamos nos amar primeiro para depois podermos amar o outro.

Apesar de concordar mudaria a palavra “precisamos” para “deveríamos”, apenas porque sinto que amar a outro com a auto-estima em alta, torna a tarefa mais fácil, mas não impossível. Ilustro o dito com o fato que narro a seguir.

Recebi Ana em meu espaço com queixas de depressão leve e o comentário que já virou jargão: ”Kri, meu companheiro não conversa e quando o faz, não me escuta, é um monólogo...”

Como terapeuta corporal procuro delicadamente deixar claro que não sou Psicóloga, apenas para que saibam que não analiso o que me falam, não com o objetivo de aconselhar, mas de clarear, mostrar “o outro lado” que a gente de dentro de casa não vê o que está acontecendo lá fora, não é?

Conversamos, claro, o próprio toque, terapêutico ou não, propicia a troca de idéias e emoções, mas procuro falar isso sempre para que a pessoa não crie falsas expectativas tipo: ”Ela vai resolver meu problema.” Primeiro, porque ninguém resolve a vida do outro, eu bem sei; segundo, porque não sei dar conselhos. Sei falar de minhas experiências, de minhas ações e respectivas reações, de minhas descobertas, sucessos e tombos... E também porque através da Terapia Floral e da Aromaterapia em massagens, alcanço silenciosamente o cerne da questão.

... E ela foi falando...

Havia começado a ir a bares e festas de despedida de fim de ano com os colegas de trabalho, já que o marido não gostava e ela havia, durante doze anos, se privado dessas festinhas, pois queria que ele participasse. Neste ano resolveu fazer diferente. Como de hábito convidou-o e como sempre ele respondeu que “isso não era para ele...”. Desta vez, porém, Ana resolveu ir além e pedir que ele explicasse porque privava os dois dessas chances de estarem juntos em locais diferentes, com pessoas diferentes, novos assuntos, etc. A resposta foi que seria diferente para ele e que ele gostava do que tinha, que não queria o que era “dela”. Como Delegado da Polícia Federal - o mundo dele gira em torno de leis, mandados disso, crimes daquilo - argumentou ele que sabia e gostava de falar apenas do que dominava, do que tinha conhecimento. “O que vou fazer em festinha de dentista, Ana? Falar de tratamento de canal?”

Ao narrar isso as inevitáveis lágrimas já lhe escorriam pela face. Aguardei e perguntei porque não deitava e fazíamos uma massagem podal, argila com óleos e outros procedimentos relaxantes.

Bem, assim procedemos.

O uso associado da Argila Branca com o Óleo de Cipreste tem mostrado ser uma descoberta em “fazer falar”. Muito bacana mesmo essa interação que acontece do odor e da atuação dos óleos durante a massagem, com o emocional conturbado quando as palavras não se ordenam e a pessoa parece girar em torno da mesma situação, não conseguindo ir adiante no desenrolar da história. Após aplicação da argila em sua coluna (já que se deitou de costas e deixo o cliente escolher como quer ficar), fui para a cabeça e fiz uma leve massagem capilar.

Inevitavelmente, o “cafuné simulado” desencadeou novo choro mudando minha postura da reflexologia podal para Reiki, o que me daria a chance de estar mais próxima da cliente e ouvi-la melhor.

Desta vez, porém, veio o choro sentido, magoado. Mágoa, putz! Esta me segue! Não diria persegue porque já escrevi a respeito, mas estou indo fundo nela para entendê-la, decifrá-la e achar meios de resolvê-la, como uma parceria que me faz mal, mas não como uma inimiga, senão a coisa fica mais pesada ainda! Corro disso, mas não para longe, vou bem perto para evitar maiores danos. Então conversamos a respeito desse sentimento. Não era (só) o fato de não acompanhá-la que a magoava, mas a forma como havia ironizado a reunião de Final de Ano de seus colegas da Clínica onde trabalha.

Disse-me: "Kri, eu vou às festas de Final de Ano da Polícia com ele. É tudo muito frio, sem o menor calor humano, sabe? Mas acabo me divertindo porque vejo como uma chance de sair dessa rotina de filhos e trabalho que deixam a gente sem tempo um para o outro. E ele faz questão que eu vá. A única vez que deu uma má coincidência de datas e eu disse que preferia ir à festa de meu trabalho ele me falou que não ia faltar amigas para dançarem com ele. Fiquei mesmo com medo e acabei indo com ele, mas será que fiz certo? Foi no ano passado e resolvi ir sozinha neste ano. Engraçado que ele está resmungando, mas não vai me pedir para não ir e nem vai comigo. O que faço?"

E então, o que a Ana deve fazer??É a situação da maioria das mulheres que atendo: como agradar nossos homens e a nós ao mesmo tempo? Como estar disponível para os filhos e ao mesmo tempo ter uma vida social satisfatória?

Na verdade sinto que as mulheres tendem a um isolamento pós-casamento, realmente, mas em sua maioria vejo também, ao menos hoje em dia, que isso é decisão delas. É um afastamento das amigas e de atividades prazerosas, porém é voluntário, pois naquele momento o baby é a real fonte de todo o prazer.

Tenho visto também que muitos maridos sentem-se incomodados e isolados por isso. Ou participam ativamente do processo ou afastam-se, o que pode gerar conflitos ainda maiores, pois a agravante solidão a dois é algo perigoso. Isso sem contar a rivalidade que desde cedo pode se estabelecer entre pai e filho.

Portanto, ao amar o próximo tenhamos em foco incluir-nos nesse grupo. Amemos uns aos outros, inclusive a nós mesmos. Sem comparativos, pura e genuinamente.

Sempre fazemos mil promessas de ano novo. E se a gente desta leva se detivesse em amar? Apenas o amor move mesmo montanhas, isso já está mais que provado. Mas existem mesmo várias formas de amar, e o dito “...qualquer maneira de amar vale a pena!”... não sei, não. Creio que apenas o bom e prazeroso valha mesmo a pena. O resto é... pouco. O resto é individualismo e amor próprio disfarçado de amor.

Deixo aqui o pedido de encaminharem ao meu email [email protected] a opinião de vocês para que me sirva de ponte entre meus sentimentos e o sentimento de outras pessoas, e assim, tornar-me melhor.

Aguardo vocês. Sucesso.

Krika

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Carmem Calmon Lacerda   
Trabalho e estudo Aromaterapia, Florais de Bach e Califórnia, Terapia do Barro (GEOTERAPIA) e Shiatsu Emocional. Sou Reflexoterapeuta e Fitoterapeuta. Muito confiante e feliz com o meu trabalho, faço com estudo e amor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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