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Amor incondicional e o desapego

Atualizado dia 2/1/2007 12:35:16 PM em Autoconhecimento
por Rogério Pires


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Definir o amor nos sugestiona uma idéia já solidificada e inalterável. Mesmo considerando-se o Amor um Sentimento Universal, a interpretação do mesmo é o que o torna particular e dessa forma de significado modificável e relativo, dependendo exclusivamente daquele que o interpreta e o vive.

O Amor é o sentimento que mais cobiçamos, por outro lado, é o mais incompreendido por nós. A ausência de amor na humanidade é preenchida pelo vazio do materialismo, pelo secularismo, por desumanidade, violência e o profissionalismo frio que substitui a vocação em todas as áreas. Talvez porque se tenha perdido o contato com uma grande parcela existente em nós da realidade humana/divinal ou pelo simples fato de trilharmos alguns caminhos em desarmonia. Embora alguns deles estejam equivocadamente associados ao amor, conduzem-nos ao vazio da solidão e do esmorecimento.

Estamos acostumados com um tipo de amor conveniente que nos permite ter um sentimento de carinho extremo por nossos pais; amizade e fraternidade pelos nossos amigos; generosidade com aqueles que não nos são tão próximos; tolerância com aqueles que não nos são afins; apego aos nossos bens materiais; dentre outros milhares de fatores que nos são conveniente. Este tipo de sentimento está intimamente ligado ao grau de afinidade que temos com o alvo do amor direcionado, assim como com aquilo que nos é direcionado em troca do amor enviado por nós. Este sentimento é denominado de Amor Condicional, onde há uma condição específica para a existência do amor.

Existem vários tipos de amor, amamos de várias formas diferentes, a maneira como eu amo não é a mesma pela qual sou amado e é isso que nos permite ter uma visão maior daquilo que somos capazes de sentir pelo próximo, por algo específico ou por nós mesmos. A diferença existente entre os vários tipos de amor é o que nos permite analisar a intensidade em cada um deles, desta forma, associá-lo e classificá-lo àquilo que sentimos ou sentem por nós.

“Amai o próximo como a ti mesmo”. Em algum momento de nossas vidas já ouvimos ou lemos esta frase, mas será que de alguma forma já vivenciamos este conceito em sua plenitude?

Alguns amam porque encontram no próximo aquilo que gostariam de obter como virtudes pessoais, outros a sua carreira profissional; existe o amor relativo ao sexo, o egoísta, o amor próprio, o fraterno, o amor compassivo por alguém próximo necessitado de ajuda e, a principal de todas as inúmeras formas de se amar, aquela que requer uma enorme dose de desapego, comprometimento e expansão de consciência, o Amor Incondicional.

O Amor Incondicional consiste em simplesmente amar, independente da existência de um fator importante ou não para a viabilização ou perpetuação do amor. Amar a tudo e a todos, sem justificativa ou apego, consiste na perfeita manifestação de nossa partícula divinal. Amar alguém ou alguma coisa sem esperar algo em troca. É amar perfeitamente a si próprio.

O Amor Incondicional representa a forma mais pura, mais direta de amor que existe, a única verdadeira e original na Unidade. Tudo no Universo deriva desta poderosa energia.

O Amor Incondicional é um dos conceitos mais incompreendidos de todos os tempos. Platão, em sua obra, “O Banquete” disserta sobre este tipo de Amor. O filosofo relata que o Amor Incondicional é um princípio cósmico, o amor pelas realidades superiores do Universo, daí a expressão AMOR PLATÔNICO. Para quem não conhece a obra de Platão, acredita que o Amor Platônico (Incondicional) é um tipo de amor que não envolve sexo, ascético, o que não é a realidade.

A base do amor condicional é o apego, da mesma forma que o alicerce para o Amor Incondicional é o desapego.

O Desapego é um dos mais importantes e difíceis caminhos para a viabilização da manifestação humana/divinal, assim como para a perfeita interação com tudo que nos cerca.

Ficamos com raiva, preocupados, tornamo-nos ávidos, fazemos queixas infundadas, sentimos ódio, medo, somos infelizes e temos todos os tipos de complexos devido ao não exercício do desapego. Todas estas causas de infelicidade, tensão, teimosia e tristeza são consequência do apego. Caso tenhamos algum problema ou preocupação, basta fazermos uma auto-análise profunda para descobrirmos que a causa é a ausência de desapego em alguma área de nossa vida.

Não confunda o desapego com desinteresse, indiferença ou fuga. Não devemos nos tornar indiferentes aos problemas da vida. Não se pode fugir dele quando se tem verdade de propósito. A nossa situação de vida e seus problemas devem ser encarados e administrados de frente, com equilíbrio, mas não são fatores para nos apegarmos. É verdade que os nossos desejos e vontades têm sua importância, mas a pessoa que se apega a eles torna-se escrava e auto-obsessiva. É muito fácil nos apegarmos às nossas características positivas, virtudes, aptidões ou aos nossos bens materiais e assim nos sentirmos superiores aos outros, com um nível de auto-estima bem elevado.
É igualmente fácil nos apegarmos também às nossas características negativas, à nossa falta de aptidões ou à nossa pobreza, e assim nos sentirmos inferiores aos outros, ou injustiçados. O apego às condições favoráveis leva à avidez e ao falso otimismo, enquanto que o apego às condições desfavoráveis leva ao ressentimento e ao pessimismo. Sem dúvida, nosso apego às coisas, condições, sentimentos, conceitos e idéias são muito mais problemáticos do que a existência desses fatores.
O indivíduo também sente a necessidade de se apegar ao futuro, da mesma forma que ao passado, negligenciando o presente. Devemos viver intensa e inteligentemente o “agora”, com plena responsabilidade, sabendo que o que realmente existe é o eterno “hoje”.

O Amor Incondicional e o desapego devem andar unidos, um é o complemento do outro. Não conseguiremos explorar em sua totalidade o desapego sem o Amor Incondicional em nossos corações, pois é este que nos dá a certeza de que tudo no Universo existe em função de conspirar para a nossa real felicidade e evolução. Da mesma forma que o Amor Incondicional não se tornará pleno em nossas vidas se não praticarmos o desapego, pois a prática do desapego nos permite abandonar tudo aquilo que nos é conhecido em benefício da possibilidade do Novo, da mesma forma que tudo que existe no Universo é mutável e inconstante, sendo negativa a viabilização do apego.

Devemos começar a nossa prática com muita responsabilidade e principalmente equilíbrio, pois somente desta forma estaremos em busca de uma condição favorável e construtiva para a obtenção do Amor Incondicional em nosso cotidiano.
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