Amor ou possessão?




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/12/2025 7:01:58 AM
Amor ou Possessão?
Poucos, infelizmente, compreendem a verdadeira diferença entre gostar e amar. Mesmo aqueles que acreditam amar, muitas vezes estão apenas movidos por paixões - intensas, efêmeras e carregadas de desejo.O amor, segundo Paulo, "não busca os seus próprios interesses." E isso diz tudo. Quando tentamos possuir aquilo que dizemos amar, estamos apenas alimentando nossos próprios desejos. Toda vez que queremos controlar, prender ou moldar o outro para nos satisfazer, estamos projetando um vazio interno - que só poderia ser preenchido pela consciência de quem realmente somos.
Transformar alguém em extensão do nosso ser, tratá-lo como propriedade ou cobrar dele a função de nos completar, não é amor. É egoísmo. E não há outra palavra para isso.
Conta-se que perguntaram a Buda a diferença entre gostar e amar. Ele respondeu com uma metáfora simples e profunda:
"Quando você gosta de uma flor, você a colhe. Mas quando você ama uma flor, você a rega todos os dias. Quem entender isso, compreenderá a vida."Vivemos, ainda, em um estágio primitivo de consciência afetiva. Muitos tratam o outro como um objeto de uso emocional, tentando encaixá-lo em moldes criados por seus próprios medos e carências.
Esperamos que o outro nos satisfaça - e mais: que obedeça ao "roteiro" que escrevemos para ele. Queremos ser os diretores do filme da relação, e qualquer improviso é tratado como ameaça.
Mas percebem o absurdo disso?
Amar é cuidar. É permitir que o outro floresça - mesmo que floresça longe de nós.
É reconhecer e respeitar a natureza única de cada ser.
Amar é libertar.
É não projetar no outro nossas carências e não esperar que ele nos "salve" das nossas questões mal resolvidas.
O outro não tem obrigação de ser solução para nada.
Cada um está, legitimamente, lidando com seus próprios desafios e interesses.
O amor verdadeiro é divino. É nossa essência. É a substância silenciosa do nosso Eu real.
Se Deus é amor, como diz João, então somos amor também - pois carregamos o DNA do divino.
Ora, se o jacaré não pode parir uma girafa, como poderia Deus gerar algo que não seja da sua própria natureza?
Filho de peixe, peixinho é. Filho de Deus, "deusinho" é.
Amar é, portanto, manifestar o que somos.
Mas enquanto confundirmos amor com posse ou desejo, continuaremos afastados dessa consciência.
Seguiremos nesse jogo disfuncional onde uns querem possuir... e outros se deixam possuir.
Essa é a realidade doentia que ainda predomina nos relacionamentos humanos.
Só com a expansão da consciência - além da forma, do apego e da ilusão - seremos capazes de romper esse ciclo.
O pensamento sistêmico, que vê o todo e não apenas o ego, pode nos levar a esse outro patamar.
Ninguém é de ninguém.
Nunca foi. Nunca será.
O que chamamos de amor, em boa parte dos casos, é apenas uma forma sutil de escravidão afetiva.
O amor verdadeiro não prende, não manipula, não sufoca.
O amor simplesmente... é.









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |