Aprenda a controlar os pensamentos




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 19/08/2025 09:29:09
Todo pensamento surge a partir da manifestação de um personagem interno, um eu do passado, que vibra em nosso ser diante de associações com a experiência que vivemos.
Platão tinha razão quando dizia que pensar é a alma dialogando consigo mesma. Cada pensamento possui um representante de algum acontecimento importante que ganha vida e se apresenta em cenas e movimentos em nossa tela mental. Uma verdadeira multidão de eus habitam nosso mundo interior, e sem a participação desses personagens o pensamento não acontece. Dessa forma somos conduzidos pelo nosso passado, regidos pela memória, mesma que dela não tenhamos consciência. Essa poderia ser uma boa definição de karma.
Esses personagens são criados no substrato psíquico do inconsciente, em um campo que registra os eventos vividos de acordo com sua relevância, por exemplo: eventos traumáticos, abusos, traições, humilhações, etc. Alguns permanecem como simples informações, enquanto outros carregam forte carga afetiva, abastecidos por combustíveis emocionais como raiva, inconformismo, revolta, medo, entre outros. (Por exemplo, quando alguém nos critica, não lembramos apenas da crítica em si: um personagem interno de "rejeitado" ou "injustiçado" ganha voz dentro de nós).
Os personagens que mais se apresentam em nossos pensamentos são, em geral, aqueles originados de conteúdos impregnados de energia negativa. Sem perceber, identificamo-nos intensamente com eles, a ponto de nos confundirmos com sua voz, esquecendo-nos de quem realmente somos e acreditando tratar-se de nosso próprio eu. (É quando pensamos: "eu sou uma pessoa nervosa", "eu sou ansioso", sem notar que essas vozes não são a nossa essência.) Essa ignorância de si mesmo é a principal responsável pela rendição incondicional aos enredos da mente.
A mente cria um mundo ilusório através de enredos fictícios, colocando-nos como atores de suas tramas. Isso acontece porque ainda não criamos intimidade com o nosso Eu Verdadeiro; não temos consciência do infinito que existe em nosso ser. Aliás, para muitos é assustador viver em um campo onde não existem formas, nomes ou qualquer movimento. Estamos acostumados e identificados com a condição de ondas, e não conseguimos perceber que nossa verdadeira natureza é o oceano. Temos medo da profundidade, do vazio, da ausência de informações, pois não sabemos lidar com o silêncio. (É o mesmo desconforto que sentimos quando desligamos o celular e ficamos alguns minutos em silêncio absoluto - logo a mente busca preencher o vazio com algum ruído.)
As ondas aparecem e desaparecem, assim como tudo aquilo com o qual nos identificamos na vida. Elas representam a impermanência do mundo. Sofremos porque nos apegamos ao que morre, ao que inevitavelmente se dissolve na experiência da existência. Sem desapego, sem a não-identificação, sem a renúncia ao efêmero e com a compreensão de que não somos os personagens desses roteiros ilusórios, não há solução para o sofrimento. (Assim, quando um relacionamento termina, quando perdemos um objeto ou até mesmo quando um elogio deixa de vir, sofremos porque acreditávamos que aquilo era parte de nós.)
Essa verdade, intuída por muitos buscadores ao longo da história, foi ensinada de forma clara há mais de 2.500 anos por um homem que, sentado em silêncio debaixo de uma árvore, alcançou o mais elevado estado de iluminação de que temos conhecimento. Falo de Sidharta Gautama, o Buda.
O Buda ensinou que aquilo que consideramos como "eu" não passa de um conjunto de processos transitórios. Ele falava do Anatta (não eu), uma representação da impermanência do ego, esse falso eu ao qual nos apegamos e que nos impede de alcançar a libertação. Para explicar, mostrou que o que chamamos de identidade é formado por cinco agregados (khandhas), todos passageiros:
Aprendi, através dos meus processos internos, que não é possível lutar contra os pensamentos, mas podemos olhar para fonte deles, encontrar o personagem que está se apresentando e dizermos nesse momento: "Esse não sou eu". Isso dissolve imediatamente o pensamento, especialmente quando ganhamos prática e conseguimos nos colocar fora do corpo desses personagens. (É como assistir a um filme sabendo que é apenas um filme - quando deixamos de acreditar que o personagem é real, o poder dele sobre nós desaparece.)
Platão tinha razão quando dizia que pensar é a alma dialogando consigo mesma. Cada pensamento possui um representante de algum acontecimento importante que ganha vida e se apresenta em cenas e movimentos em nossa tela mental. Uma verdadeira multidão de eus habitam nosso mundo interior, e sem a participação desses personagens o pensamento não acontece. Dessa forma somos conduzidos pelo nosso passado, regidos pela memória, mesma que dela não tenhamos consciência. Essa poderia ser uma boa definição de karma.
Esses personagens são criados no substrato psíquico do inconsciente, em um campo que registra os eventos vividos de acordo com sua relevância, por exemplo: eventos traumáticos, abusos, traições, humilhações, etc. Alguns permanecem como simples informações, enquanto outros carregam forte carga afetiva, abastecidos por combustíveis emocionais como raiva, inconformismo, revolta, medo, entre outros. (Por exemplo, quando alguém nos critica, não lembramos apenas da crítica em si: um personagem interno de "rejeitado" ou "injustiçado" ganha voz dentro de nós).
Os personagens que mais se apresentam em nossos pensamentos são, em geral, aqueles originados de conteúdos impregnados de energia negativa. Sem perceber, identificamo-nos intensamente com eles, a ponto de nos confundirmos com sua voz, esquecendo-nos de quem realmente somos e acreditando tratar-se de nosso próprio eu. (É quando pensamos: "eu sou uma pessoa nervosa", "eu sou ansioso", sem notar que essas vozes não são a nossa essência.) Essa ignorância de si mesmo é a principal responsável pela rendição incondicional aos enredos da mente.
A mente cria um mundo ilusório através de enredos fictícios, colocando-nos como atores de suas tramas. Isso acontece porque ainda não criamos intimidade com o nosso Eu Verdadeiro; não temos consciência do infinito que existe em nosso ser. Aliás, para muitos é assustador viver em um campo onde não existem formas, nomes ou qualquer movimento. Estamos acostumados e identificados com a condição de ondas, e não conseguimos perceber que nossa verdadeira natureza é o oceano. Temos medo da profundidade, do vazio, da ausência de informações, pois não sabemos lidar com o silêncio. (É o mesmo desconforto que sentimos quando desligamos o celular e ficamos alguns minutos em silêncio absoluto - logo a mente busca preencher o vazio com algum ruído.)
As ondas aparecem e desaparecem, assim como tudo aquilo com o qual nos identificamos na vida. Elas representam a impermanência do mundo. Sofremos porque nos apegamos ao que morre, ao que inevitavelmente se dissolve na experiência da existência. Sem desapego, sem a não-identificação, sem a renúncia ao efêmero e com a compreensão de que não somos os personagens desses roteiros ilusórios, não há solução para o sofrimento. (Assim, quando um relacionamento termina, quando perdemos um objeto ou até mesmo quando um elogio deixa de vir, sofremos porque acreditávamos que aquilo era parte de nós.)
Essa verdade, intuída por muitos buscadores ao longo da história, foi ensinada de forma clara há mais de 2.500 anos por um homem que, sentado em silêncio debaixo de uma árvore, alcançou o mais elevado estado de iluminação de que temos conhecimento. Falo de Sidharta Gautama, o Buda.
O Buda ensinou que aquilo que consideramos como "eu" não passa de um conjunto de processos transitórios. Ele falava do Anatta (não eu), uma representação da impermanência do ego, esse falso eu ao qual nos apegamos e que nos impede de alcançar a libertação. Para explicar, mostrou que o que chamamos de identidade é formado por cinco agregados (khandhas), todos passageiros:
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O corpo (rupa) envelhece e se deteriora.
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As sensações (vedana) surgem e desaparecem.
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As percepções (sañña) mudam conforme aprendemos coisas novas.
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As formações mentais (sankhara) são condicionadas e passageiras.
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A consciência (viññana) surge e cessa a cada instante de contato.
Aprendi, através dos meus processos internos, que não é possível lutar contra os pensamentos, mas podemos olhar para fonte deles, encontrar o personagem que está se apresentando e dizermos nesse momento: "Esse não sou eu". Isso dissolve imediatamente o pensamento, especialmente quando ganhamos prática e conseguimos nos colocar fora do corpo desses personagens. (É como assistir a um filme sabendo que é apenas um filme - quando deixamos de acreditar que o personagem é real, o poder dele sobre nós desaparece.)
Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |





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