Aprenda isso e liberte-se

Autor Paulo Tavarez

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 11/12/2025 10:12:21 AM

Existe algo óbvio que precisa ser abordado, pois é necessário ter clareza sobre o que acontece conosco.

Não reagimos - nunca - à realidade; reagimos à nossa história. É ela quem dá cores àquilo que presenciamos. Toda reação é qualificada por um programa mental elaborado a partir das experiências que vivemos. Assim, cada um enxerga o mundo de forma distinta. Uma flor amarela na campina pode deixar uma pessoa feliz e outra triste - depende do observador. A flor, é óbvio, é a mesma; mas cada um processa essa imagem segundo a própria história.

É preciso fazer um inventário emocional, investigar a origem dos problemas que criamos. Dessa forma, perceberemos que aquilo que estamos problematizando, na verdade, é apenas um conteúdo psíquico carregado de emoções que está em ressonância com a imagem, ou a experiência que estamos vivendo - algo que ficou mal resolvido, deixou impressões em nossa alma e está guardado em alguma gaveta do inconsciente e acaba acionado sem que possamos perceber o quanto somos influenciados por esse material.

Não há a menor possibilidade de avançarmos em nosso processo de libertação sem travar esse bom combate, sem enfrentarmos o que está enraizado em nosso passado. Os hindus chamam esses conteúdos de samskaras - mostrando que já conheciam o inconsciente e os processos psíquicos muito antes da psicanálise e de outras abordagens modernas da psicologia.

Se está claro que somos nós quem criamos o problema, por que reclamamos da vida, desanimamos, nos revoltamos? Por que nos colocamos na condição de vítima?

Seria como brigar com o espelho pela imagem que ele reflete. Precisamos fazer uma inflexão, olhar para dentro e buscar a fonte de todas as nossas dificuldades, pois a resposta não pode ser encontrada do lado de fora. O Reino de Deus não está "ali", "lá" ou "acolá" - o Reino de Deus está dentro de vós. Compreendem o que Jesus quis dizer com isso?

Esperar que alguma autoridade religiosa, algum guru, mestre ou algo externo possa trazer a solução não é recomendável. O dedo pode até apontar para a lua, mas devemos olhar para a lua - e não ficar olhando para o dedo.

Qualquer um que queira realmente te ajudar deve propor apenas isso: que você volte os olhos para si mesmo; que investigue o que ficou mal resolvido; que perdoe o que precisa ser perdoado; que ressignifique o que precisa ser ressignificado; que consiga desapegar-se do que passou, tirando-lhe a importância, compreendendo e olhando sob uma nova luz - com amor, aceitação e entendimento.

Só assim deixaremos de alimentar os monstros internos e começaremos, enfim, a libertar a alma.

Autor Paulo Tavarez
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