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Aprendendo com os alquimistas

Atualizado dia 3/2/2007 1:01:02 PM em Autoconhecimento
por Victor Sergio de Paula


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Vivemos na época da aquisição rápida, quase instântanea, do conhecimento. A informação através das mídias digitalizadas superficializou o conceito de sabedoria. A busca pelo espiritual foi profundamente transformada nesses tempos de realidades virtuais, criando um gigantesco fast food da espiritualidade, onde os fins – nem sempre confessáveis - justificam os meios.

Oferece-se iluminação por atacado como se os estados superiores de consciência – nirvana, samadhi, consciência cósmica - dependessem apenas de algumas fáceis lições no gênero: “pequenas dicas para atingir a verdadeira sabedoria“. Metaforicamente, pode-se imaginar o ser humano ingerindo uma pílula da sapiência e alcançando aquele ponto da evolução que uma pequena e ínfima parcela da humanidade, após muito esforço e dedicação, logrou atingir.

Tempos de velocidade os que vivemos, fazendo-nos lembrar das lições preciosas através dos tempos que nos chegam noticiadas pela história, remetendo-nos ao passado e à vidas de homens e mulheres que buscaram conhecer os segredos do universo com esforço e determinação, superando obstáculos sociais e religiosos inimagináveis ao homem do século XXI.

Procurar o conhecimento e o domínio das forças do universo em laboratórios rudimentares, se comparados aos nossos centros de alta tecnologia, faziam dessas almas abnegados buscadores do espírito, da consciência superior que ficaram conhecidos para a humanidade como Alquimistas.

A tradição alquímica na Europa surgiu nos séculos XII e XIII, inspirada pelos textos de alquimistas árabes escritos muitos séculos antes, em especial os de Jabir Ibn Hayian ou Geber. Baseado em Aristóteles, Geber dizia ser possível transformar diferentes materiais entre si, combinando os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.

Sabe-se que a busca suprema do alquimista era a obtenção do ouro pela transmutação do chumbo, o que significava o apogeu da opus magna ou grande obra da alquimia. Por sua vez, transformar “chumbo em ouro” só poderia ser possível através da pedra filosofal que catalisava as reações dos metais impuros no metal nobre, o ouro. O alquimista megulhava profundamente no seu trabalho durante toda a sua existência.

A alquimia teve suas vertentes na China e na Índia, identificando-se com a magia Taoísta na China e as Yogas na Índia. As narrativas das viagens de Marco Polo fazem menção aos “chugchi” (yogis alquimistas) que “vivem 150 a 200 anos, usando uma droga misteriosa, mistura de enxôfre e mercúrio – substâncias alquímicas - que proporcionam, ainda mais, poderes especiais“. Na China imperial os magos taoístas buscavam obter o ouro, metal dos metais, que propiciaria a imortalidade do ser e poderes especiais.

No processo da obra alquímica que trabalhava com os minerais e metais levavam-se em conta, ainda mais, condições astrológicas, abstenção ou ingestão de certos alimentos e bebidas pelo alquimista, estações do ano, recitação de fórmulas para criação de certas condições vibratórias ambientais e outros procedimentos que desconhecemos.

O que podemos aprender com os alquimistas? Será que a imagem caricata de um velho trancado em masmorras semi-obscuras, rodeado de tubos e retortas, poderá ter algum significado para nossa vã sabedoria high-tech?

Carl Gustav Jung, o famoso díscipulo dissidente de Sigmund Freud, observou que muitos dos sonhos de seus pacientes portavam imagens relativas a símbolos encontrados em velhos tratados alquimistas e relacionou-os aos processos inconscientes do indivíduo na busca do self, o eu-profundo, a consciência cósmica. Profundamente impressionado com o fato, escreveu sua obra clássica: "Psicologia e Alquimia".

O que podemos aprender com os alquimistas? Na trajetória de suas manipulações dos minerais e metais o alquimista deixava de ser apenas o condutor para também ser conduzido no mesmo rumo da matéria em transformação. O conhecimento vinha em etapas demoradas e sucessivas, de árduo trabalho exterior, com a transmutação da sua consciência num processo dinâmico e compartilhado de ascensão da consciência e obtenção do ouro. O alquimista era a própria pedra filosofal, o agente catalisador da mudança.

O que podemos aprender com os alquimistas? Podemos aprender que a verdadeira espiritualidade não é fruto de um simples apertar de um botão ou de técnicas superficiais de auto-ajuda – nada contra a auto-ajuda legítima, de qualidade - mas de esforços sinceros e contínuos que transformarão o chumbo das nossas almas em ouro puro da consciência elevada, superior. Aprendendo sobre a purificação dos metais na alquimia aprendemos sobre a purificação do nosso espírito: eis a lição!

Texto revisado por Cris

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