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As nossas muitas máscaras

Atualizado dia 5/27/2007 8:18:12 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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O "bem" é uma palavra cujo significado pode estar associado ao indivídual pessoal ou privado, mas também ao coletivo de pessoas, à coletividade, ao bem comum. O bem no seu sentido transcendente pode ser entendido como antônimo do mal, como também no sentido de posse, de possuir ou conquistar "bens" materiais no transcorrer da vida.

A crise que atinge o nosso mundo e, em particular, o nosso país, não é apenas uma crise econômica mas também, e sobretudo, uma crise espiritual e moral. Entre outros aspectos ela traduz-se na relativização de valores e princípios, na perda de confiança de um futuro melhor, na desistência de lutar por uma sociedade mais justa e pacífica, no refugiar-se em seguranças meramente individuais e privadas.

Em termos genéricos, ao olharmos o nosso país com os "olhos de ver", podemos identificar algumas atitudes e linhas de comportamento que explicam, em parte, a crítica situação que vivenciamos:

1°) Os egoísmos individualistas, pessoais e grupais, sem perspectiva do bem comum mais abrangente;
2º) O consumismo, fruto de um modelo de desenvolvimento fomentado pelos próprios mecanismos da economia, que gera distâncias entre ricos e pobres e que gera insensibilidade a valores espirituais;
3°) A corrupção, verdadeira estrutura de imoralidade que se exprime em formas diversas, violadoras da dignidade humana e da consciência moral pelo bem comum.

O bem, portanto, conforme o ângulo de análise, possui mais de um conceito, vindo a ser, paradoxalmente, tanto ligado aos aspectos transcendentais do espírito, quanto às influências da materialidade. Na verdade, o bem possui duas caras, ou seja, duas máscaras.

E assim somos nós, atores no palco da vida, onde muitas vezes representamos ora com a máscara dos valores espirituais da bondade, da caridade e ora com a máscara dos valores da materialidade projetados na ambição, na ganância e no egoísmo.

Muitas vezes, quando estamos elevando o nosso pensamento numa prece ou fazendo doações para uma entidade de caridade, usamos a máscara do bem (entenda-se amor...) e da caridade. Mas é só virarmos as costas e sairmos da Igreja, do templo ou do centro espírita que já começamos a tecer comentários maldosos a respeito de pessoas de nossas relações.

A prática ou a filosofia da bondade exige-nos o exercício diário de empenho e dedicação no bem, ou seja, o bem visto como um estado de espírito permanentemente assumido. Caso contrário, estaremos constantemente trocando de máscaras e iludindo-nos em relação à diferença do que verdadeiramente somos e o que gostaríamos de ser.

De nada adianta sermos pessoas boazinhas "da boca pra fora" se não somos pessoas benevolentes "da boca prá dentro", porque o que é importante, acima de tudo, é o que construímos de verdadeiro ou de falso em nosso próprio interior. E o que construímos é um reflexo do que exteriorizamos.

A mente tranqüila e o coração pacificado pela prática consciente do bem, é o segredo da harmonia de quem não precisa mais agredir (de todas as formas possíveis...) o semelhante, ou de agredir-se (sentimento de vitimização).

E para conquistarmos este ponto de equilíbrio é essencial que nos libertemos de nossas muitas máscaras (ou caras) que carregamos conosco, deixando apenas a "cara limpa" da pessoa verdadeiramente bondosa e assumida com os valores de sua transcendência.

A energia da bondade, quando conscientemente praticada, é a única que através de sua concentração no chacra cardíaco, eleva a nossa sintonia propiciando-nos bem estar e natural defesa contra doenças ou proteção contra interferências espirituais de natureza negativa.

Na pergunta 632 do "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec pergunta: "O homem que está sujeito a erros, não pode se enganar na apreciação do bem e do mal, e crer que faz o bem quando, na realidade faz o mal?" E os espíritos respondem: "Jesus vos disse: vede o que quereríeis que se fizesse ou não se fizesse para vós. Tudo está nisso, não vos enganareís".

Na questão 629, sobre a definição de moral, os espíritos informam: "A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e o mal. Ela se funda sobre a observação da lei divina. O homem se conduz bem quando faz tudo em vista para o bem de todos, porque, então, ele observa a lei de Deus".

Como vimos nas respostas dos espíritos, o bem somente será considerado por aquele que pratica, quando a sua prática tiver um caráter de benefício em prol do bem comum, isto é, que o seu alcance tenha a intenção de atingir o social, o coletivo de pessoas, a coletividade ou a sociedade como um todo. De nada adianta praticarmos o bem em causa própria, mesmo que estejamos cheios de boas intenções, porque se não formos sinceros com os nossos objetivos e sentimentos, um dia a máscara pode cair.

Quando assumimos a verdade interior dos nossos valores essenciais, a nossa visão de mundo expande-se e a nossa mentalidade modifica-se. É quando passamos a possuir um entendimento maior a respeito das fragilidades humanas e nos tornamos mais realistas, menos rígidos e mais flexíveis com as dificuldades dos outros.

As criaturas maduras possuem uma compassiva "noção de vida", por isso afirmam os espíritos benevolentes: "Aquele que vê claramente as coisas têm uma idéia mais justa do que o cego que não quer ver. Os espíritos vêm o que não vedes; eles julgam, pois, de outro modo que vós, mas, ainda uma vez, isto depende de sua elevação" (O Livro dos Espíritos, questão 241).

Somente seremos livres para amar incondicionalmente, quando tivermos as nossas carências básicas resolvidas e a nossa "cara" limpa de máscaras. A partir desta libertação interior estaremos aptos a compartilhar o verdadeiro amor com os nossos semelhantes através da energia da bondade traduzida no sorriso, no abraço que acolhe e conforta, na mão que estende à procura de outra mão, no olhar que transmite confiança, na palavra que diz a verdade sem agredir ou no silêncio que pode dizer tudo.

Psicanalista Clínico e Interdimensional
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Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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