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“Cogito Ergo Sum”

Atualizado dia 11/2/2008 12:58:34 AM em Autoconhecimento
por Instituto AION


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Descartes chegou a uma conclusão ou constatação ontológica, quando demonstrou a veracidade do ser, na medida em que, pensando sobre todas as coisas, certas e incertas, vê no ato de pensar (duvidar) a prova incontestável de que ninguém poderia duvidar da ação de duvidar. E se existe um sujeito que duvida (pensa), ele, por certo, existe. Sua conhecida frase, “Penso, logo existo”, (cogito ergo sum, em latim), reflete de modo simples todo o seu pensamento e a ênfase dada ao pensamento racional como fator de identificação dos indivíduos na cultura moderna e , principalmente, a ciência, que passou a privilegiar a razão sobre outras formas de conhecimento, como intuição e emoção.Igualmente, Descartes afirma que sendo a razão uma coerência perfeita, já que a dúvida colocaria o homem em uma condição de imperfeição, haveria a necessidade de existir algo ou alguém que fizesse da razão um ato de perfeição e, por conseguinte, maior do que o próprio homem. Esta perfeição viria de uma natureza ainda mais perfeita. E Descartes conclui que essa natureza perfeita seria Deus. Assim, vemos na quarta parte do Discurso sobre o método a seguinte afirmação: "A seguir, fazendo a reflexão sobre o fato de que eu duvido, e que, por conseguinte, meu ser não era absolutamente perfeito, porque eu via claramente que era perfeição maior conhecer do que duvidar, eu percebi que dessa reflexão concluía a existência de algo mais perfeito que eu era; e eu claramente percebi que essa percepção vinha de uma natureza que era de fato mais perfeita que a minha. [...] Para ser dito em uma palavra, que era Deus”.Estando Descartes convencido de que a alma humana (res cogitans) existiria de forma independente do corpo, que considerou uma extensão da existência (res extensa), e tendo provado racionalmente a existência de Deus, passa a considerar o mundo físico e o corpo humano como entidades destituídas de inteligência, qualidade somente atribuída ao mundo da alma e do divino. O mundo físico, incluindo o corpo humano, funcionaria de forma exata (matemática), por extensão da inteligência de Deus. Descartes dedicou-se, inclusive, ao estudo da anatomia dos animais e se interessou muito pela medicina. Com o auxílio do médico inglês Harvey, fez longos estudos sobre o funcionamento dos órgãos humanos e, particularmente, do sistema de circulação sanguínea. Essa separação entre matéria e espírito influenciou de maneira extraordinária a cultura ocidental e o pensamento científico, que passou, assim como Descartes, a ver o mundo como uma máquina perfeita, regida por um conjunto de leis naturais que poderiam ser explicadas logicamente.Esta maneira de ver o mundo definiu os caminhos para a modernidade e abriu novas perspectivas para os cientistas dos séculos seguintes. Foi na Física que Isaac Newton traduziu, de maneira esplêndida, o mundo de Descartes em uma linguagem perfeita: a matemática. Esse gênio construiu um modelo científico, matematicamente demonstrável, sobre o funcionamento do mundo físico e suas leis naturais. Fez uma compilação impressionante sobre o movimento dos corpos e da ação da força gravitacional. Ele sustentava um mundo mecânico, formado de componentes indivisíveis, regidos por uma lógica linear e que podia ser traduzida e entendida pela aplicação de uma sistemática causal e determinística. Assim como o seu pensamento, esta nova visão do mundo defendia que todas as coisas poderiam ser divididas em elementos mais simples (visão atomística), até o ponto em que não poderiam mais ser divididas, e que estes componentes se relacionavam mediante certas leis, exatamente como uma máquina. De acordo com Newton, a matéria seria composta por pequenas partículas de substância material homogênea, cuja densidade dependeria da maior ou menor aglomeração destas partículas, os átomos. A física newtoniana criou um modelo que foi a base de uma revolução científica iniciada no século XVII e que permaneceu até o XX. A este modelo deu-se o nome de visão mecanicista e reducionista. Praticamente, tudo o que existe hoje sobre ciência foi alicerçado sobre esta premissa, tornando-se um modelo para quase todas as disciplinas, como: medicina, psicologia, sociologia e economia. Quando se diz que algo é científico é porque pode ser provado e demonstrado sob a luz da razão e dessa visão. Conforme este modelo, a natureza seria concebida como uma gigantesca máquina, cujo funcionamento poderia ser totalmente deduzido e, conseqüentemente, determinado por leis matematicamente demonstráveis. Este determinismo seria a principal característica de um pensamento que veio influenciar quase que toda a nossa sociedade nos seus mais diferentes segmentos. Tal concepção teve como uma de suas conseqüências a demissão de Deus do cargo de regente do Universo, vindo a ciência materialista a se solidificar como a mais poderosa crença do homem moderno, levando Nietzsche a dizer: “Deus está morto”. Esta expressão revela não somente a liberdade e emancipação do homem coletivo moderno da totalidade de um mundo medieval, mas também sua definitiva comunhão com esta nova perspectiva da realidade.Mas veremos que essa visão materialista e cartesiana não resistiu aos desafios que a própria ciência e, em especial, a Física veio enfrentar no século XX, com os eventos da Era Quântica, que parece sugerir um reencontro de Deus com o homem, por meio da ciência. Ainda que não seja um consenso entre a comunidade científica, o fato de ser possível conciliar Deus e ciência, somos forçados a admitir que os próprios cientistas estão, hoje, completamente divididos em relação a esta questão. Já não se pode afirmar cientificamente, pelo menos como no século XVII, que a materialidade do mundo é uma certeza absoluta, na medida em que vários experimentos científicos em diversas disciplinas demonstram que “há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia’ ou pretende a nossa vã ciência.Daqui por diante, a chamada ciência materialista terá grande dificuldade em negar a existência de Deus, como era possível se fazer nos últimos séculos e como pretendo demonstrar nesta obra, isto é, característico de um momento histórico de nossa atual sociedade, que atravessa uma etapa decisiva de um final de ciclo de existência em direção a uma nova Era: a da Sabedoria. Texto revisado por: Cris
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