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Consciência Hilotrópica

Atualizado dia 12/2/2007 9:18:03 PM em Autoconhecimento
por Marcos Spagnuolo Souza


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A consciência no nível hilotrópico é a percepção da individualidade corporal e o sujeito passa a existir como ser individual diferente de tudo que o rodeia. A consciência se vê identificada exclusivamente com o organismo em confronto com o meio ambiente. A consciência a partir do momento que se identifica com o corpo, a identidade fundamental, é transferida para o seu organismo e nasce o homem, o ser somático “totalmente estendido no espaço e permanentemente no tempo”. (WIBER, 1977, pg. 187)

No nível de consciência hilotrópica passamos a fazer distinções entre o meu corpo e o corpo do outro, surgindo o meu e o teu. Consciência encerrada dentro de sua própria criação que é o corpo grosseiro. Nasce o dualismo primário afirmando a diferença do sujeito que é o corpo com o meio ambiente.

A consciência centraliza a própria identidade no seu organismo, como se existisse no espaço e no tempo. Salienta Wilber: “É a descida da unidade para a dualidade, mas também da eternidade para o tempo, do infinito para o espaço, de uma identidade cósmica para uma identidade pessoal. Esquecemos quem somos. Necessariamente ligada à criação do espaço está, sem dúvida, a criação do tempo, visto que o espaço e o tempo formam um contínuo inter-relacionado”. (1997, pg. 99)

A consciência perde a consciência de si mesma e centra a consciência nas suas representações. O vedor, que é a própria consciência, está sempre presente, mas como ponto cego, em suma, a consciência torna-se inconsciente.

Salienta Wilber (1977) que o vedor passa a ser um ponto cego do universo, pela simples razão de que ele não pode ver-se vendo. É exatamente esse ponto cego primordial que é um tipo de semente de cristal à volta da qual nasce o espectro do corpo, camada de exclusão e de inconsciência.

A consciência cega de sua existência não se percebe e o ato de não se perceber cria a condição em que todas as suas representações, incluindo o próprio corpo, são consideradas externas e independentes. As representações, a partir do momento em que a consciência se transformou em ponto cego, passam a ser independentes emergindo a objetividade externa que aprofunda o esquecimento da natureza primária da experiência. O eu passa a ser o corpo e fora do corpo a existência do outro que inclui a representação da própria natureza. Para melhor visualização do que estamos salientando devemos imaginar que estamos assistindo um filme e a partir de determinando momento perdemos a consciência de nossas existências, no entanto, continuam as percepções do filme. Neste caso a única existência será o filme e nós seremos os pontos cegos, isto é, existimos, somos os vedores, somos aqueles que vêem o filme, mas ao mesmo tempo deixamos de existir e o existente passa a ser o filme.

Na inconsciência da causa das representações o somático passa a ser o verdadeiro e as formações das representações passam a ser originárias das forças puramente biológicas. Confundimos tanto com o corpo que o seu desaparecimento leva o entendimento do desvanecimento das representações, advindo o medo da morte e a satisfação de viver, sobreviver, continuar continuando. A centralização da consciência no corpo resulta a compulsão pela sobrevivência.

A consciência percebe apenas o papel que o corpo físico desempenha para a sua permanência e convivência. Deixamos de ser consciência para sermos atividades diretamente associadas à manutenção do corpo: somos pai, mãe, professor, médico, brasileiro ou qualquer outro. Nossa consciência perdeu sua característica fundamental para ser consciência ligada à sobrevivência do somático, ao ato de subsistir. A subsistência do corpo está diretamente relacionada com a estrutura da consciência no nível alfa.

A consciência no nível hilotrópico está estruturada para conscientização de uma representação espacial-temporal e de modelos que possuem formas dimensionais organizadas com baixa entropia.

O primeiro impulso estrutural da consciência hilotrópica é a emoção. O quadro emocional dá origem a uma ação, ou seja, um discurso teórico ou prático. Todo o espaço da ação humana funda-se no emocional e, todo o sistema racional se funda no quadro emocional. Salienta Maturana que “as emoções surgem como disposições corporais que especificam domínios de ação. E isso é compreensível biologicamente. As emoções são apreciações do observador sobre a dinâmica corporal do outro que especifica um domínio de ação. Nessas circunstâncias, nada ocorre nos animais que não esteja fundado numa emoção. Todas as ações humanas acontecem num espaço de ação especificado estruturalmente como emoção. De modo que, se eu quero me perguntar qual é a emoção que tem a ver com o social, tenho que me perguntar qual é a emoção que funda o social. E, nisso, eu entro claramente em discordância com o discurso sociológico corrente”. (MATURANA, 2001, pg. 46)

Existem dois quadros emocionais pré-verbais: quadro emocional de cooperação e de rejeição. O quadro emocional de rejeição gera o espaço de conduta que nega o outro como legítimo outro na convivência, culminando na separação. O quadro emocional de cooperação elabora o espaço de conduta que aceita o outro como um legítimo outro na convivência abrindo espaço de interação com o outro, no qual a sua presença é legítima, sem exigências. (MATURANA, 2001)

A consciência hilotrópica é uma consciência corporificada gerando emoções que se materializarão em condutas de cooperação ou de rejeição (não aceitação do outro).

Texto revisado por Cris

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