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Consciência Holotrópica Alfa (I)

Atualizado dia 12/2/2007 9:50:28 PM em Autoconhecimento
por Marcos Spagnuolo Souza


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A consciência holotrópica alfa inclui a sincronicidade entre consciências, consciência embrionária e fetal, conscientização do espaço interno do corpo, conscientização das vidas passadas e consciência do passado histórico. As experiências são acompanhadas por imagem, sensações fisiológicas específicas, percepção do ambiente e reações emocionais que a consciência está vivenciando. A característica básica da consciência “alfa” é a sua relação espacial com elementos do planeta Terra.

Sincronicidade Mantendo a Identidade

A consciência funde-se com outra consciência retendo a própria individualidade sendo acompanhada por profundo sentimento de amor e sacralidade. “Neste ponto Miladas assumiu uma posição fetal e parecia muito regredida. Eu podia ver uma mudança admirável em sua face. Todas as suas rugas haviam desaparecido e ela se assemelhava a uma criança muito pequena. Descreveu que sentia uma maravilhosa sensação de unidade a uma criança muito pequena. Não havia separação entre os sentimentos de sua mãe e os dela própria. Ela poderia mudar livremente da experiência de ser ela mesma como uma criança no útero ou ao seio, para a experiência complementar de ser sua mãe grávida ou amamentando. Ela podia vivenciar ambos os papéis ao mesmo tempo, como se fosse um único continuum experiencial, absolutamente sem limites.”. (GROF, 1997, pg.62)

Sincronicidade Com Perda de Identidade

A consciência funde-se com outra consciência perdendo a sua identidade. Neste caso ocorre a identificação total com a outra consciência. “Eu (Grof) gostaria de usar aqui, como exemplo, um episódio de minha vida. É uma poderosa experiência de se identificar com outra pessoa, que ocorreu com minha esposa Christina, numa época em que ela estava acamada, febril, com virose. O episódio envolveu um grande amigo nosso, o antropólogo Gregory Bateson. Naquela época Gregory estava passando o último período de sua vida no Instituto Esalen, lutando contra seu câncer de pulmão. Ele não podia ser operado e a previsão que lhe deram foi de quatro semanas de vida. Ele foi convidado pelo Instituto Esalen para passar o resto de sua vida no belo ambiente da costa de Big Sur. Durante sua estada passou por vários tratamentos alternativos e, com diversos altos e baixos, ele realmente viveu mais de dois anos. Uma manhã, Christina decidiu ficar na cama porque não estava sentindo bem. Subitamente, ela teve uma sensação avassaladora de que estava se transformando em Gregory. Ela tinha seu corpo gigantesco e suas enormes mãos, seus pensamentos e seu constante humor britânico. Ela sentiu-se conectada à dor de seu câncer e, de algum modo, soube com cada célula de seu corpo que ele/ela estava morrendo. Isto a surpreendeu porque não refletia sua avaliação consciente sobre a situação dele. Durante os poucos minutos desta experiência fascinante ela aprendeu mais sobre Gregory do que em anos de nossa interação cotidiana comum.”. (GROF, 1997, pg. 64)

Identificação Grupal

A consciência identifica-se no aspecto vivencial com determinado grupo. Um exemplo é a experiência do astronauta americano Rusty Schweickart, que teve um poderoso sentimento de identificação com toda a humanidade num passeio no espaço quando orbitava em volta da Terra, durante a missão da Apolo 9. “Eu fui inundado pelas lembranças de minha recente viagem à Índia. Em vez de ser um visitante e um observador, eu me tornei realmente o povo da Índia. Eu me senti como um imenso organismo cujas ramificações e elementos constituintes eram os incontáveis milhões de pessoas que habitavam o subcontinente da Índia. Eu era uma única e imensa entidade consciente – a população da Índia.”. (GROF, 1997, pg. 65)

Identificação com Animais

A consciência identifica-se no aspecto vivencial com membros de várias espécies de animais, podendo incluir organismos que estão abaixo da escala evolutiva, tais como insetos, lesmas, mariscos, etc. “Então eu tive uma experiência muito real de ser uma águia. Eu estava planando, usando habilidosamente as correntes de ar e mudanças de posição sutis de minhas asas. Eu estava examinando com meus olhos a área abaixo de mim, procurando por presas. Tudo no chão parecia ampliado, como se estivesse sendo visto por um binóculo, e eu pude reconhecer os detalhes mais minuciosos do terreno. Parecia que eu estava respondendo a mudanças em meu corpo visual. Quando eu observava um movimento, era como se meus olhos o congelassem e o aproximassem. Era como uma visão de túnel, como olhar por um tubo longo e estreito. A sensação era de que esta experiência representava acuradamente o mecanismo de visão de uma ave de rapina.”. (GROF, pg. 68)

Identificação com Plantas e Processos Botânicos

A consciência passa a ter experiências complexas de tornar-se uma árvore, uma flor, uma alga-marinha. Pode-se identificar com os processos fisiológicos e bioquímicos das plantas. A emoção é de pureza. “Os sintomas mais intrigantes eram queixas sobre sensações estranhas nas pernas, as quais ela tinha grande dificuldade para descrever. Em uma de suas sessões as sensações nas pernas alcançaram tal proporção que Martha pediu que a sessão fosse encerrada. Contudo depois de uma breve conversa, ela decidiu continuar e tentar descobrir o que estava envolvido. Conforme focalizava plenamente suas pernas, subitamente começou a experienciar-se como uma grande e bela árvore. A identificação era bastante autêntica e convincente e estava associada com muitos insights interessantes a respeito de vários processos botânicos. Ela ficou parada de pé, por um longo tempo, com seus braços esticados, experienciando-os como galhos cheios de folhas, o processo misterioso que é a base de toda a vida em nosso planeta. Ela sentia a seiva circulando para cima e para baixo em seu corpo através dos canais do caule e sentia a troca de água e minerais no sistema de raízes. Aquilo que no início parecia ser o sol físico tornou-se também o Sol Cósmico – a fonte do poder criativo no universo. De modo semelhante a terra tornou-se a Mãe Terra, uma figura mitológica fantástica da Grande Deusa Mãe. A própria árvore assumiu um profundo significado arquétipo e tornou-se a Árvore da Vida. A experiência que no começo era tão assustadora tornou-se extática e mística. Martha saiu desta sessão sem as perturbadoras distorções da imagem corporal e com profunda reverência pela vida vegetal na Terra.”. (GROF, 1997, pg. 228)

No próximo artigo continuaremos a comentar a respeito da consciência holotrópica alfa.

Texto revisado por Cris

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