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Convivendo com a Incerteza

Atualizado dia 7/23/2006 3:43:53 PM em Autoconhecimento
por Eda Cecíllia Marini


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Uma das sensações que mais abalam o ser humano é a incerteza das coisas.
Elaboramos planos minuciosamente achando que, estando sob controle, tudo sairá exatamente conforme o imaginado.
Fatos, relacionamentos, carreira, casamento, negócios, dinheiro, enfim, idealizamos e imaginamos obstinadamente como queremos que aconteça, a cada passo. Existem aqueles que, em nome de serem previdentes, já calculam até os possíveis resultados diferentes dos esperados frente a hipotéticos intercursos no decorrer do processo.
E quando o resultado não tem o desfecho imaginado e tão exaustivamente calculado, provoca surpresa, estupor, desilusão, inconformismo, revolta e até depressão.
É quando “cai a ficha”: não existem certezas!

A única certeza que existe é que tudo está sempre mudando.
Claro que é preciso disciplina, ordem e planejamento na condução de um trabalho, de um procedimento, estudo, de uma vida, para que os melhores resultados sejam obtidos. O que seria do prédio se não houvesse um projeto bem feito para sua construção? Ou do paciente se o cirurgião não tiver seu caso estudado e planejado?
O que produz o choque e a angústia frente a resultados inesperados é a rigidez e atitudes extremamente controladoras, que produzem a certeza absoluta da realização do imaginado.

Há certezas que conduzem à arrogância.
Certeza e arrogância tendem a formar uma liga altamente resistente a mudanças, sobretudo as inesperadas. Entretanto, o perigo é a estagnação.
A certeza arrogante nos faz esquecer de que vivemos em um universo em constante mutação, fator do contínuo processo de transformação. Esquecemos que a essência de nosso universo é a impermanência e ela está em toda existência. Nenhum dia é igual ao outro. Nada é estável ou definitivo e sim tudo é efêmero e, portanto, relativo, estando num constante vir-a-ser.

Nada existe separado do contexto em que se situa e a tendência é transformar-se quando o contexto se modifica. As coisas, portanto, não se definem pelo que seriam em si mas sim pela rede de condicionamentos e relacionamentos ligados ao contexto. Mas a arrogância, o egoísmo e a ignorância humanas levam o homem a alimentar a ilusão de que as coisas são perenes, imutáveis e de que ele detém o controle completo no desenrolar dos fatos. Nasce o apego e sofremos porque projetamos nossa felicidade nos desejos de estabilidade e na certeza de que nosso controle é absoluto e inquestionável.
Que desilusão! Por não termos garantia em relação a nada na vida, a tão almejada “segurança” é pura ilusão! O ser humano não pode mudar a natureza e a seqüência dos fatos em função de suas crenças e interesses e por isso sente e experimenta a relatividade das coisas como algo indesejável, angustiante e cheio de sofrimento. Insistimos arrogantemente em fazer somente do nosso modo, acreditando na estabilidade e permanência dos resultados. Negando esta transitoriedade, nossos apegos e desejos nos fazem repetir os mesmos erros.

É preciso soltar o controle, o apego à auto-imagem.
Isto não significa ficar ao léu, no descontrole, na inação ou omissão, mas sim confiar na sabedoria do Grande Desconhecido, acreditar que resultados diferentes dos cobiçados têm alguma finalidade que talvez ainda não tenhamos atinado, algum aprendizado a sair deste desafio. Crer solidamente de que situações inesperadas, difíceis ou conflitantes - geralmente assustadoras - não chegam por acaso, mas sim pelo desenrolar da vida e que por isso mesmo são lições de crescimento e amadurecimento pessoal.
O futuro nos atormenta, sobretudo porque é desconhecido.

Temos medo. Medo de nos entregar à vida, medo da morte, mas sobretudo medo do viver.
E o medo paralisa: deixamos de correr riscos, negamos o novo, perdemos poder, a capacidade de reflexão, abrimos o coração à dúvida e à descrença; não nos entregamos a nada e assim deixamos de sentir a intensidade dos melhores momentos e sentimentos que temos.
Medo e fé são sentimentos opostos: enquanto um imobiliza, neutraliza, o outro é dinâmico, atuante. Um anula o outro, pois enquanto temos fé não sentimos medo.
Por entorpecer, enfraquecer e estagnar o medo é maldade.

Já disse o grande Mestre Jesus: "A fé remove montanhas"...

Somos seres capacitados para observar, refletir e avaliar cada passo, cada sentimento e cada escolha, visualizando erros e acertos, definindo caminhos novos, conscientes dos riscos possíveis desses caminhos, pois viver é correr riscos, é se aventurar.
Nada nos acontece se não estivermos prontos para isso. Portanto, a saída é enfrentar nossos medos por mais assustadores que nos pareçam. Para isso a fé na providência do Universo é fundamental. Ela é nosso maior aliada.
Quando nos abrimos ao Universo em verdadeira entrega, entramos em sintonia com ele; deixamos o novo entrar e começamos a observar respostas generosas e compassivas deste mesmo Universo as quais nos apontam soluções muito mais fáceis e possíveis e que antes não conseguíamos perceber.

Quando soltamos o apego, saímos da inflexibilidade da arrogância e entramos na modéstia de reconhecer nosso real potencial, limpamos mente e coração, abrimos espaço para o potencial divino se manifestar com toda sua bondade e perfeição.
Diante disso tudo, alguém pode perguntar: “Se tudo caminha por si só, para que pensar, estabelecer metas?” Ou então: “Onde fica minha vontade própria? Meu querer terá sempre que estar condicionado à vontade do Universo? Onde meu eu fica nisso? (Poderíamos acrescentar meu ego) Por que e para que serve minha inteligência?”

O Universo não se distrai manipulando bonecos, estabelecendo destinos ou ditando regras. Ele é extremamente flexível e paciente e entende que a evolução de nossas emoções, mente e raciocínio se dá somente através do bom senso e da lucidez adquiridos através da vivência.
A iluminação acontece através da experimentação - ensaio e tentativa - e conseqüente amadurecimento. Só assim conheceremos as forças que temos ao nosso alcance, sentiremos nosso potencial em todas suas opções para sabermos escolher, valorizaremos o que merece e reformularemos o que não é verdadeiro ou funcional. E é parte fundamental neste aprendizado o exercício da confiança em si e no Todo do qual somos parte infinitesimal, mas nem por isso menos poderosa.
Conviver com a incerteza é a prática da verdadeira modéstia e humildade, na real auto-aceitação de nossos limites e fragilidades. É despir-se do externo para centrar-se no próprio interno e assim religar-se ao Todo.

Vamos parar um pouco e refletir, com muita, muita calma:
- O que entendo por fé?
- Tenho fé em mim? O que é isso? Me conheço e me aceito como sou?
- Quais são as sensações da falta de fé em minha vida?
- Qual é a conseqüência da falta de fé, em mim e em minha vida?
- Por que acho tão difícil ter fé na providência divina?
- O que tenho feito efetivamente para desenvolver a fé?

Anote suas reflexões, seus medos, suas fragilidades, responda aos seus questionamentos sem constrangimento ou autojulgamento. Saia do medo e do vitimismo.
Reflita sinceramente e descubra a sensação da libertação das angústias, o aconchego da verdadeira certeza de não estar só; o abrigo, o apoio e o respeito do Pai.
Remova suas montanhas e seja feliz. Mais feliz, muito mais feliz! Boa sorte em sua vida!

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