De olhos fechados
Atualizado dia 6/25/2015 1:04:01 PM em Autoconhecimentopor Adriana Garibaldi
De olhos cerrados sinto quem tu és.
Já não me enganam as aparências nem me distraem as coisas banais; de olhos fechados sou capaz de enxergar a tua essência...
Quando olhamos o outro a partir do amor de nosso coração nunca podemos nos enganar, porque compreendemos que não existe barreiras entre nós a não ser as impostas pela mente.
Na quietude interior, somos capazes de ver a nós mesmos e aos outros seres como Deus mesmo nos vê.
De olhos fechados, descubro o significado oculto por traz de cada acontecimento e consigo ser grata pela oportunidade de construir-me e desconstruir-me a cada dia. Consigo ter uma nova mirada sobre todas as coisas e circunstâncias que se movem, promovendo elevação.
Um estado meditativo pode nos autorregenerar e nos abrir a um amor ampliado, a uma visão além das aparências, dos acontecimentos que nos parecem incompreensíveis, mas em realidade encerram uma profunda abertura, um entendimento transcendente sobre nós mesmos.
De olhos fechados, as respostas da vida no pulsar das emoções nos contam muitas coisas a nosso respeito e de nosso ser interior que reside onde nossos olhos materiais não são capazes de alcançar, vibrando na unidade com o infinito.
Nosso Cristo interno, radiante de beleza, portador de paz e compreensão, pode se manifestar aqui mesmo, no nosso silêncio. Ouvi-lo, atendendo a seus amorosos conselhos nos transforma em criaturas melhores, despidas da roupagem da qual o ego costuma se utilizar. Mentiras herdadas e princípios falsos, intimamente consentidos, que nos atemorizam sempre que chegamos muito próximos da nossa totalidade de luz e sombra. Temores que nos fazem incapazes de acertar o passo, impotentes em acessar a parcela mais pura da nossa alma.
Permita-me afirmar, sem lugar a dúvida, que o amor é a chave dourada que transforma a vida humana e as criaturas humanas em luminosas chamas de beleza, tirando-as da dor.
Não fomos criados por Deus para o sofrimento, mas para o regozijo e a felicidade. Contudo, afastamo-nos da fonte divina nutritiva e regeneradora, limitando nossas ações, empobrecendo-as.
De olhos fechados, somos capazes de nos abrir para um tempo sem tempo, um tempo chamado eternidade, um tempo além das ilusões dos sentidos, além da forma e além do corpo que se degenera pelas leis perecíveis.
Quem somos, em verdade, despidos da casca corpórea?
Quem é você agora, a não ser uma entidade espiritual vivendo uma experiência transitória e fugaz se a comparar as experiências múltiplas da vida eterna?
Recolhamo-nos para nos encontrar e encontremos o outro na intimidade da nossa alma, num vinculo de unidade que congrega a todos os seres, porque afinal... somos todos um.
Texto Revisado
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