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DOENÇA: SOB O OLHAR DA PSICOSSOMÁTICA ESPIRITUAL

Atualizado dia 9/15/2014 5:45:16 PM em Almas Gêmeas
por Marcia Regina Aurichio


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Ao longo da minha vida, tenho ouvido argumentos e lido vários artigos sobre a doença sob a lente psicoespiritual, de pessoas comuns e estudiosos que buscam ou dão uma explicação sobre as enfermidades, suas origens, curas e não curas, do ponto de vista espiritual, metafísico e psíquico.
O que observo é que muitas linhas de autoajuda tendem mais a prejudicar o “doente” do que ampará-lo e suportá-lo para a real experiência.
Explico melhor, relatando um caso clínico ocorrido em 1986 com um cliente meu, que chamarei de Vitor (nome obviamente fictício).
Nesta época a AIDS começou a se propagar com muita violência, período este em que trabalhei com muitos portadores. Ninguém sabia direito como ela era transmitida etc. e tal. Porém, uma coisa é certa: atribuía-se ao universo gay a sua origem e disseminação
Nunca tive nenhum temor quanto a cuidar destes clientes, tendo acompanhado muitos até o leito de morte.
O caso do Vitor, sob o efeito das linhas de autoajuda e mentalizações positivas, chamou muito minha atenção, na medida em que os processos de sua doença (AIDS) eram contidos por vários tratamentos e, principalmente, pela Massagem Energética Sutil.
Ocorria que, após as sessões, alguns processos apareciam principalmente na pele e ele logo desenvolvia a culpa por achar que não estava fazendo as coisas corretamente, já que era para estar se curando etc. etc. etc.
Ou seja, além do problema da AIDS, o doente ainda se achava culpado por “ter contraído ou desenvolvido” o vírus e por não estar fazendo tudo suficientemente correto, a ponto de estar e/ou ficar desse ou daquele jeito.
Neste caso, enquanto a maioria dos portadores tinham problemas horríveis com a pele, ele, por todos os tratamentos que recebia, ficava eventualmente com algumas dermatites (aquelas manchas vermelhas).
Então, eu dizia: “Ao invés de você se animar por não estar desenvolvendo a patologia, você se culpa por estar só desenvolvendo esta dermatite”.
E este é um processo recorrente na maioria das pessoas que buscam nas linhas metas da vida (metapsíquica, metafísica etc.) respostas e explicações para seus problemas e/ou doenças.
O resultado é o pior possível: além de doente, a pessoa sofre tanto pelos sintomas reais da doença, como também por suas cobranças pessoais e pela culpa, nas quais permanece aprisionada.
Com certeza, a maioria das explicações e fundamentos desses princípios que temos no ocidente justificaria os seguintes eventos desta forma:
Jesus e Ghandi morreu assassinados porque eram muito agressivos.
Joana D’arc, então, foi queimada viva por ter raiva pura.
São Francisco de Assis, com tantas doenças adquiridas, deve ter tido um monte de problemas mal resolvidos dentro dele.
E Chico Xavier que vivia sempre doente? ( a somatização de problemas e conflitos
E por aí vai, sem contar inúmeros mestres que partiram prematuramente, por motivos trágicos.
Será que todos eles atraíram mortes tão prematuras e/ou violentas, por trazerem no psiquismo, no inconsciente, tanta autodestruição?
Pensem, reflitem.
Necessitamos contextualizar os processos!
Lemos e aprendemos algumas coisas que servem para nosso momento, pontual e circunstancialmente, mas quando colocadas numa lente macroscópica, numa perspectiva maior, como nos casos acima citados, ou expurgamos as informações, ou ficamos perdidos, ou ainda criamos respostas que fogem, na maior parte, da mesma lógica a que nos atínhamos.
E aí?
Quando coloco esses exemplos, percebo que pessoas que sempre foram adeptas e/ou fiéis à forma do mentalismo positivo e/ou autocura ficam sem referências.
Algum tempo atrás, perante um artigo de minha autoria – “A Verdade vos Libertará x Mentalismo Positivo” –, somente um leitor (de uns 200, na época) entrou em contato questionando meu texto, ou seja, minha linha (de raciocínio/de trabalho).
E sabem quem foi?
Justamente um adepto ao mentalismo positivo.
Escreveu para mim, tentando mostrar que sua linha estava certa, pois sendo ele profissional da área com bons resultados, eu estaria de certa forma errada.
Bem, quando há certezas não existem espaços para dúvidas e/ou questionamentos.
Eu não os tenho, na medida em que, desde 1979, venho estudando várias vertentes juntas (psicologia/psicossomática/ espiritualidade/ espiritismo) e, desde 1986, dedicando-me diariamente a vários pacientes, realizando junto com as sessões de psicoterapia trabalhos corporais, sendo um destes a Massagem Energética Sutil.
Saliento que atendi e atendo vários pacientes com processos e/ou doenças físicas (inclusive em estado terminal), muitas vezes sem explicações do ponto de vista médico.
Colocarei alguns exemplos e condutas, ainda para reflexões, citando fatos terapêuticos com nomes fictícios de pacientes.
Ressalto que, neste momento, exporei apenas os casos, as orientações básicas transmitidas e uma síntese da contextualização.
Exemplo1 – Doença como aliada
Rodrigo, vendedor, boêmio, gastava seu dinheiro com prostitutas e eventualmente drogas. Pai de um menino, morava sozinho, sua casa mal tinha mobília, não por problema financeiro, mas por desleixo. Como sempre comia fora, sua geladeira vivia vazia; então, sua casa era como um acampamento ou albergue.
Durante seu tratamento, investigando sua forma desregrada de ser, meu olhar cruzou profundamente com o seu, aquele tipo de encontro em que as almas se comunicam. Nessa sessão identifiquei um problema específico no vínculo com sua mãe, quando recém-nascido.
Perguntei-lhe sobre suas lembranças da época e o que sabia sobre; então, recordou-se que não aceitava o leite da mãe e que esta havia descoberto que ele aprovava a coalhada em substituição.
Ora, o que é coalhada senão, em outras palavras, “leite estragado”?
E era assim que se relacionava com as mulheres: “mulheres estragadas”.
Simbolicamente, era assim que continuava a se alimentar.
Neste momento, senti que ele estava numa linha de fogo, ou seja, chegava ao seu limite de retroalimentação.
Seu olhar assim falou, seu inconsciente assim se revelou, foi tão intenso que eu disse (e disse enfaticamente, porque quando o inconsciente é decodificado, ele próprio dá a orientação do que é necessário ser feito):
– De agora em diante, você terá elementos para sua reorganização na medida em que seu corpo não aguentará mais tanta exposição e tantos maus-tratos, senão desenvolverá alguma coisa contra você. Ou seja, sua natureza te ajudou enquanto não tinha condições de lidar com sua história, agora que ela está se revelando, seu corpo não terá mais a imunologia de antes; ele não suportará.
Como disse, era o fim de uma linha tortuosa. Seu ser clamava por reorganização!
Como lição de casa, trabalhando com o mesmo alimento de forma simbólica, o instruí a se alimentar de coalhada com mel, frutas etc. e, do mesmo modo, a transformar sua casa em lar, mobiliando-a, comprando alimentos, abastecendo a geladeira, levando vida e amigos, se aproximando de seu filho.
E assim, a cada aproximação física com aquilo que havia sido expurgado, ele teria mais acesso à sua história e à reorganização desta.
Após um breve período, adquiriu um problema de saúde pulmonar e, durante sua hospitalização, descobriu-se que era portador do HIV. Isto na década de 80/90.
Esta descoberta acelerou seu encontro consigo mesmo. Neste caso, a doença tornou-se sua aliada, foi assim que ocorreu.
No período em que esteve afastado da empresa ficou com salário restrito, pois ganhava comissão. Disse-lhe para não se preocupar, que continuaria a tratá-lo do mesmo jeito.
Este foi um dos primeiros casos a ganhar a causa contra um plano de saúde. Nesta fase, arrumou seus documentos evitando pendências, aproximou-se de seu filho, bem como de tudo que havia negado e deixado de lado, conciliou-se com seu passado, com seus afins e, por último, quando ganhou o dinheiro da causa, seu pai o levou ao meu consultório (quase que carregado) e ele pagou todas as sessões que havia feito.
Depois de um tempinho, desencarnou. Após a missa de sétimo dia, sua mãe me ligou para agradecer o que havia feito pelo seu filho.
Conto isto para revelar que essa doença não só estava sinalizando, como foi o caminho para seu renascimento.
Nunca ele conquistou tanto, em tão pouco tempo de vida.
Viveu sua vida se “matando” e lidou com a eminência da morte renascendo.

Exemplo 2 – Doença como organização do alto grau de stress sofrido
Durante anos, Ana esteve completamente envolvida com seu filho adolescente, que além de usuário de drogas, por motivos drásticos ficou internado na FEBEM (atual Fundação CASA), cumprindo pena. Ao longo de muito tempo, Ana precisou lidar com stress acima de stress, não tendo tempo sequer para trabalhar suas emoções (como em um front de guerra), pois toda sua energia era para manter-se produtiva e “lutar” pelo seu filho. Após findar uma das grandes etapas penosas deste processo, ela teve hemorragia.
O médico recomendou-lhe a retirada do útero (histerectomia). Por conhecê-la há tempos e acompanhar o drama de sua relação com o filho, disse-lhe que esta hemorragia era seu choro, tudo aquilo que ela reteve e não tinha condições de lidar estava sendo processado naquele momento. Divergentemente do ponto de vista médico, a aconselhei a deixar esse fluxo vir para fora, na medida em que cortando esta possibilidade ele arrumaria outra forma de escape, pois quando o fluxo do órgão drenador (este eleito pelo psiquismo do indivíduo) é interrompido, busca outro caminho para fazê-lo. E quanto mais se tenta conter este padrão de “drenagem”, mais o corpo adoece
Em outras palavras, neste caso a “doença” é uma forma de o corpo processar o sofrimento psico-emocional-espiritual, levando-o à organização e equilíbrio do psicossoma.
Outros casos clínicos mostram que após passarem por um período de stress e produtividade intensos (no caso, elaboração de mestrado e doutorados), certas mulheres desenvolvem hemorragia.


Exemplo 3 – Imaturidade da estrutura do aparelho psíquico
Temos ainda pacientes cuja estrutura e/ou personalidade são alexitímicas. São pessoas com dificuldade em identificar e nomear sentimentos e/ou emoções, tanto a nível pessoal como na sua relação com o outro. São práticos, pragmáticos e revelam distanciamento em relação a impulsos e afetos, tendendo a se voltar para dados concretos.
Qual a origem?
Ela vem sendo muito estudada e um desses estudos aponta que existe uma falha na transmissão de informações nos hemisférios cerebrais, decorrente de uma inibição acentuada na região do corpo caloso.
Outros estudos revelam que os alexitímicos tiveram pouca estimulação na fase pré-verbal, através das figuras parentais ou aquelas que as representavam, acarretando assim ausência de palavras e sentido para suas experiências, e que frente a ameaças contundentes “descarregam” no seu soma (corpo) as informações (sensações, emoções, afetos) não metabolizadas, não simbolizadas.
Vemos assim indivíduos com características marcantes para o desenvolvimento de doenças, como uma tentativa primitiva de se comunicarem com o meio.
Exemplo 4 – Domínio dos impulsos
Há casos em que a doença é resultado de transformações orientadas na terapia.
Ex-paciente com alto grau de energia e impulsividade, reagindo ao meio de forma quase irracional. Chega num momento em que identifica que o seu próximo ato impulsivo poderá custar-lhe a vida, seja a sua própria, a dos outros ou de todos (muitos procuram a psicoterapia neste momento). Nesta situação é necessário conter e lidar com esta energia.
Ela será feita através de atividades físicas, identificação e nomeação de seus processos, com terapias de apoio.
Obviamente, aquilo que era só impulso se transformará em emoção/razão e nem tudo conseguirá ser processado e transformado. Então, existirão momentos em que o paciente é instruído a engolir sapos.
Este engolir sapos está fazendo parte da sua evolução, porque ou ele assim o faz ou é “punido” por ser, mais uma vez, impulsivo.
Explico-me:
Quando a pessoa está pronta para mudar e não o faz, o meio o fará por ela. Já quando não está pronta, nem ela se percebe inadequada, nem o meio exercerá qualquer controle e/ou influência.
Após longo e árduo trabalho, a pessoa com seus ímpetos dominados, ou seja, com a consciência assistindo este processo, tende a desenvolver alguma doença, dependendo obviamente de sua personalidade. Esta enfermidade, por pior que seja, será apenas uma forma drenadora e transformadora dos excessos.
Casos de espíritos iluminados
Voltando agora aos exemplos do mestre Jesus,São Franciso de Assis e outros “iluminados”, citados no início do texto . Temos aí o caso de espíritos de luz ou os que estão quase chegando nela, que trazem nesta condição LUCIDEZ, digo LUZ QUE SE FEZ, onde além de terem domínio total ou quase completo sobre os impulsos e emoções, quebram qualquer tipo de padrão de status quo.
É como se a luz chegasse ao canto mais obscuro, na penumbra e, ao “tocá-la”, esta já deixa de existir, passando ao status de sombra.
Neste caso, a sombra é o produto de um lampejo de luz, de consciência instantânea, capaz de tirar o sujeito da obscuridade.
E é neste instante que há o incômodo, porque houve revelação.
Sendo assim, esta luz pode tanto iluminar o outro, levando-o a buscá-la igualmente (“quando uma pessoa está pronta, o mestre se revela”, propiciando a autotransformação), como levá-lo a um incômodo descomunal, a ponto de atribuir à luz as suas próprias sombras; ou seja, como ele é o motivo do desconforto (bode expiatório), acredita que ao eliminá-lo voltará ao seu equilíbrio.
Assim ocorrendo, este fluxo será invariavelmente agressivo, pois para manter-se protegido deve destruir o outro.
Estes espíritos, devocionais que são, canalizam para si a agressão alheia como forma de catalisar a inconsciência e o primitivo do outro, além de despertarem neste a semente da fé.
Desta forma, são testemunhos vivos e ímpares de um modo superior de ser e de vida, na medida em que, perante os algozes, a compaixão e o perdão prevaleceram.
Ou seja, trata-se da força superior do Divino a serviço da transformação da influência inferior, como exemplificado abaixo:
Jesus na cruz: “Pai, perdoai-os, porque não sabem o que fazem”.
Gandhi: perdoando seu assassino.
São Francisco: vivificando as Chagas de Cristo, que para os historiadores seria a lepra.
Joana D’arc: entregando sua alma para Deus, quando na fogueira.
Terminando:
Há uma passagem no livro “Autobiografia de um Iogue”, na qual Yogananda relata uma passagem do Mestre Babaji no Himalaia.
Kabalananda disse: “— Certa noite, seus discípulos estavam sentados em torno de uma enorme fogueira, que ardia para uma sagrada cerimônia védica. O guru, de súbito, agarrou uma acha incandescente e golpeou de leve o ombro de um chela, próximo ao fogo.
“— Senhor, que crueldade! Lahiri Mahasaya, ali presente, fez esta censura.
“— Você preferia vê-lo queimar até as cinzas, segundo o decreto de seu carma passado?
“Com estas palavras, Babaji colocou sua mão curativa sobre o ombro desfigurado do chela: — Livrei-o, esta noite, de uma morte dolorosa. A lei cármica cumpriu-se satisfatoriamente com seu leve sofrimento pelo fogo.
Vemos nesta descrição que o estigma, por menor que tivesse sido, era uma desmaterialização de um evento potencialmente trágico, ou seja, pelo corpo houve a transformação do denso, que já havia sido previamente transformado pela conduta de vida do próprio discípulo.
E sim, enquanto estivermos na Terra, estaremos no “carma” da respiração, que é a integração do espírito/corpo-matéria

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Conteúdo desenvolvido por: Marcia Regina Aurichio   
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