Em busca de aprovação




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/7/2025 7:02:28 AM
Você quer fazer parte do mundo? Tudo bem. Mas entenda: dificilmente será aceito sendo quem você realmente é. Vão exigir que você mude, que se afaste da sua verdadeira natureza. Só assim será aprovado.
Além disso, você não poderá mais expressar livremente sua vontade. Terá que usar máscaras, seguir regras, vestir uniformes, falar, pensar e agir como eles - ser como eles.
Alguém diferente? Não será aceito. Isso está fora de cogitação. É preciso ser igual, alinhar-se ao padrão.
Se é isso mesmo que você quer, esteja preparado: colocarão você numa linha de montagem de conceitos e normas que o transformará em um robô. Seus movimentos serão programados, suas escolhas condicionadas por padrões externos. Seguir o coração? Esqueça. Agora você está em uma plataforma industrial, passará por um controle de qualidade para tornar-se idêntico a todos os que seguem pelo mesmo processo.
Você deixará de existir para dar lugar a um personagem. Essa é a dura verdade imposta a todos que vivem na obsessão por pertencer. Somos, pura e simplesmente, atores - cada um interpretando um papel que lhe foi imposto. E esse, infelizmente, é o sentido da vida que escolhemos viver. Até que despertemos e saiamos desse filme, até que percebamos que somos apenas espectadores, continuaremos presos aos revezes da trama que nos envolve.
Prepare-se: você perderá o controle sobre si mesmo. Seu poder estará nas mãos dos outros. Todos os olhos estarão voltados para você, cada movimento será monitorado, até que esteja perfeitamente ajustado ao sistema. Só então virá o respeito.
Essa é a dinâmica da servidão humana. Espero que, um dia, você se pergunte: por que me entreguei tão facilmente a essa ilusão?
Talvez você tenha acreditado que a vida nessa prisão fosse melhor do que a vida real. Ou, quem sabe, nunca tenha percebido que estava trilhando o caminho errado.
A porta de saída, meu caro, é uma reconciliação profunda com a própria alma. É preciso aceitar-se como se é, amar-se incondicionalmente - você é único, e isso não é pouca coisa. Viver de pires na mão, em busca de afeto, carinho, respeito e admiração, é como mendigar à porta de um castelo suntuoso, sem perceber que você é o verdadeiro dono desse castelo.
O vazio que você sente é fruto da ignorância, reflexo da falta de intimidade consigo mesmo - o total desconhecimento de sua essência. Porque esse vazio é você. E, por mais assustador que isso pareça, o incômodo vem justamente do fato de você não se conhecer.
Buscar estereótipos, imitar modelos externos, agir como um papagaio repetindo padrões... Tudo isso é muito triste. Você é muito mais do que isso.
Seja você mesmo - seja lá o que isso queira dizer -, mas não caia na armadilha de seguir o rebanho. Quem garante que não estão todos seguindo, como ratos, um flautista qualquer?
No conto do Flautista de Hamelin, os ratos são conduzidos ao rio para morrerem afogados. É esse o destino que você quer para si?
Você suprimiu seu lado dionisíaco e vive apenas de forma apolínea, preso a formas perfeitas, acreditando que esse é o caminho...
Insensato! Todo o seu poder vinha de lá, pois é lá que está o seu coração. A vida não precisa ser construída apenas com o neocórtex. É preciso voltar a sentir, amar, soltar-se no vazio, enfrentar o ridículo. Só assim você aprenderá a voar.
Volte para casa. Sente-se no trono do seu próprio ser. E dane-se o mundo - que eu não me chamo Raimundo.
E, se me chamasse, seria apenas uma rima. Mas não seria a solução.









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |