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Entrevista: UMBANDA, O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA, Maria Elise Machado

Atualizado dia 5/14/2006 7:11:36 PM em Autoconhecimento
por Orlando josé ravaglio


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Desde que escrevi meu último artigo fiz qual o caramujo: fechei-me e esperei pelo que iria acontecer; e aconteceu,. Respondi a muitos questionamentos em relação ao que foi divulgado, muitos me perguntavam pelo final da estória, e sempre respondia que o artigo está dividido em duas partes. O mesmo pode acontecer com esta bela e magnífica entrevista fornecida no ano de 1995 por uma verdadeira irmã de santé, uma pessoa que não conheço mas admiro pelo que diz: como todas as mulheres do meio umbandístico deveriam pensar e agir, com desenvoltura, honestidade e coerência. Ser uma verdadeira umbandista para que possamos todos caminharmos rumo ao nosso grande criador.

Entrevista de Maria Elise Machado sobre Umbanda, O Despertar da Essência, dada a William de Oliveira em 06.07.95

Prestes a lançar seu primeiro livro "Umbanda, O Despertar da Essência", apresento Maria Elise Machado que é sacerdotisa iniciada por F. Rivas Neto, Mestre Arapiaga, de quem é também esposa. É alguém que traz, de forma visível, o antigo sinal do poder das iniciadas nos mistérios do Eterno Feminino. Sua palavra, um misto de fortaleza e humildade, lembra o Canto do Pássaro Sagrado das poderosas Ajé: lúcido e indomável, objetivo e determinado. Com a palavra, uma legítima representante das Grandes Mães do Universo.

P. Faça-nos um resumo de sua história mediúnica...
R. Eu tenho uma história um pouco diferente da maioria das pessoas que entraram para o movimento Umbandista, pois já tive um envolvimento direto com a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino desde os meus 15 anos, não tendo freqüentado outros terreiros de Umbanda antes de lá adentrar. O que eu considero algo muito positivo, pois iniciei a vivência dentro do aspecto iniciático desde cedo. Embora não fosse iniciada quando entrei, tive a condição de visualizar e vivenciar algo diferente do que acontecia nos demais terreiros. Comecei, como todos, pelo processo de incorporação, buscando entrar em contato com o astral e, de acordo com esta busca, fui percebendo, graças ao Caboclo 7 Espadas (nota: uma das entidades responsáveis pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino), que a "incorporação" ia muito mais longe do que simplesmente incorporar uma outra personalidade, no caso, Caboclo, Pai Velho, Criança e Exu. Pois antes de incorporar qualquer uma destas entidades era necessário “incorporar” a mim mesma, ou seja, me conhecer.

P. Esse autoconhecimento deu-se de forma repentina?
R. Não. Foi algo que foi despertando, um verdadeiro intuir, um encontro com instâncias superiores de nós mesmos... E a partir do momento que busquei esta "auto- incorporação”, esse autoconhecimento, muita coisa mudou em minha vida. Mudou porque o enfoque daquilo que eu via como Umbanda foi se modificando essencialmente.

P. Como se deu essa modificação?
R. A consciência que vamos tendo de todas as coisas muda, facilitando-nos entender qual o verdadeiro significado da Umbanda. E a partir do momento que fui entendendo esta necessidade de auto-incorporação, é que vim a vislumbrar o que era a iniciação de verdade. Até então eu tinha como iniciação, apenas aquilo que visava o terreiro de Umbanda em sua parte externa: a mera incorporação mediúnica. Hoje, iniciação para mim não é apenas isso. Vai muito mais longe do que apenas conhecer os mistérios que velam os segredos por trás de uma corrente mediúnica. Hoje estou interessada nos mistérios que velam uma consciência Una. Para mim, hoje, iniciação é a busca dessa consciência. Sintetizando, como diz meu Mestre, Esposo e Companheiro, iniciação é buscar o início, o principio real e objetivo de todas as coisas.

P. Explique-nos melhor como é a busca desses princípios.
R. Quando se fala em princípio, há a necessidade de entendermos que nós não passamos por um hiato dentro da eternidade... Por exemplo: eu, hoje, sou Maria Elise, mas eu tenho uma história e preciso conhecê-la profundamente; conhecer a veracidade de quem sou, a minha verdade cristalina e, mais do que tudo, a veracidade do que me propõe a Umbanda. Não posso ser fiel aos conceitos Umbandísticos se não for fiel ao que ela me propõe, se eu não entender o que ela me diz de verdade. Como disse, ela transcende a incorporação, transcende o mediunismo. Este é mera carta de que ela se utiliza para que venhamos a descobrir os Arcanos Superiores, os Erós e Awôs, os verdadeiros segredos da vida.

p, Muitos procuram a Umbanda em busca da Magia ou de poderes materiais e espirituais que na realidade velam desejos escusos. Como você vê isso?
R. Muitas pessoas procuram o envolvimento com a Umbanda em busca da magia, achando que isto é muito fácil de se obter... É óbvio que magia é a aplicação correta de determinados elementos para movimentar certas forças naturais. Mas estes se esquecem de uma magia maior e mais profunda, que é a magia da construção. Papai Oxalá já dizia: ”Sois deuses; tens o poder da criação“. E nós, a humanidade, não vimos criando coisas que nos tragam benefícios. Acredito que a grande criação que possa haver é a de recriar aquilo que já somos. Isto, para mim, é a verdadeira magia, a eterna busca de nós mesmos...

P. Sendo mulher e sacerdotisa, qual a diferença que você vê na mulher dentro de um aspecto iniciático e fora dele? A iniciação da mulher, na sua opinião, é um "continuum" que vai dos aspectos externos para os internos?
R. Inicialmente acredito que tudo é uma questão de grau de consciência. A mulher abraçou certas coisas de tal forma que perdeu a sua origem, pois perdeu sua identidade. A mulher, hoje, dentro dos aspectos sociais em primeira instância, se tornou algo distante do descaracterizado... Hoje ela é alvo, infelizmente, apenas de desejos... Seja a que nível for. Ela é muito envolvida por esses desejos. Não estou relacionando isto apenas no âmbito homem/mulher. Muitas mulheres desejam construir coisas que não dizem respeito à sua realidade. Pois mesmo dentro dos caracteres familiares a mulher perdeu a sua identidade. Hoje, em vez dela abraçar - verdadeiramente - o que é ser mãe, ser esposa, ser humana, ela vê-se descaracterizada por rótulos e padrões duvidosos que ditam as normas de como ela deve proceder na relação com seu marido, com seus filhos e mesmo frente ao mundo. Na minha opinião, não existem "padrões" a seguir... Não há cartilha de como se deve agir, "desta" ou "daquela" forma. Creio que tanto a mulher como o homem perderam aquilo que são de verdade. Hoje os erros na relação pessoal entre homem e mulher são tumultuados pelo fato de tanto um quanto o outro não terem certeza do que estão fazendo de suas vidas. Se soubessem o que são teriam mais certeza de seus atos.

Texto revisado por Cris

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