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Essa é a minha amante

Atualizado dia 10/27/2014 11:09:42 AM em Autoconhecimento
por Jay Reiss


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Um grupo de amigos se encontra depois de longa data e um deles apresenta ao grupo uma mulher desconhecida como sua amante, e pára por aí. O grupo conhecia esse homem casado com outra mulher.
Naqueles segundos desconcertantes em que ninguém sabe muito bem como e o que responder, na intimidade mental de cada integrante do grupo, surgem as críticas silenciosas:

“Que cara de pau!”
“Mas que vadia. Como se presta a esse papel?”
“Deixa eu ver bem a cara dessa piranha”.
“Que deselegante”.

E claro, depois que o casal vai embora, os comentários são rasgados.
Perceba que houve apenas a palavra amante na apresentação e não houve mais delongas. Na verdade, o cara tinha se separado da ex-mulher há algum tempo mas não queria falar nesse assunto. O resto é reação pela dedução do significado da palavra.
Como chegamos nisso? Onde uma palavra tão bonita assumiu um significado tão distorcido? Amante virou sinônimo de concorrência desleal daquilo que é “direito”. Como chegamos nisso, onde a definição de marido e esposa é o certo e a palavra amante é o errado. Então, não tem lugar para o casal ser um casal de amantes?!

Eu fico aqui pensando no significado da palavra amante: aquele(a) que ama. O significado é esse. Já a conotação implícita da palavra é sinônimo de traição e deslealdade a alguém.
Parece que a interpretação do amor sofreu uma deturpação. Acho que o ponto em que perdemos a trilha foi no momento em que tentamos encaixotar o amor como instituição infalível, com diretrizes gerais para pessoas muito diferentes. Conceitos determinam como é que as coisas devem ser para que elas sejam socialmente aceitas e as pessoas se sintam mais seguras. Segurança é chave aqui.

Segurança é bom e todos precisamos dela. Mas nós exageramos na dose e nos tornamos um bando de ignorantes assustados com as possibilidades de mudanças – que aliás sempre vão acontecer porque mudança é a própria natureza da vida.
Assim, nós tomamos todas as providências para tornar a vida segura e previsível. Tão segura e tão previsível que ela perde a graça. Então, também fizemos isso com o amor, aí os amantes se tornaram os trapaceiros.

Ironias à parte, é como se só trapaceando esse esquema mental rígido as pessoas tenham um vislumbre da intensidade do amor…
Nós acabamos por perder contato com a percepção de que a vida também é imprevisível e é isso que faz o nosso espírito mais vivo e mais alerta. Porque a vida abrange tudo e tudo pode acontecer.
Na verdade, não há nenhuma garantia de que estaremos vivos amanhã. Isso é um pouco perturbador, mas é um fato. E se nós nos permitirmos reconhecer isso, nosso estado interno muda: surge uma reverência espontânea pela vida.

E a amante? A amante é uma oportunidade viva de aprender a respeito dos mistérios do amor e de se elevar para além da vida ordinária. É também um estado de espírito a ser cultivado para fazer da vida uma obra de arte ao invés de uma planilha de cálculos.
Temos muito a aprender a respeito da natureza do amor – o que nós somos em essência.
Vivemos como se houvesse uma receita pronta pra todo mundo e a ilusão é acreditar que se seguirmos essa receita estaremos no caminho da felicidade, e se não seguirmos a receita seremos infelizes.
Então, um casal se separou depois de anos compartilhando, rindo, crescendo juntos e se amando…sob a ótica dessa receita pronta vêm a crítica: não deu certo!

Como assim, não deu certo?! Deu muito certo pelo tempo em que o casal foi feliz junto. E foram muito felizes juntos.
Há quem pergunte: ‘Tá bom, espertão, então por que separaram já que deu tão certo? Porque, meu caro, chegou um momento em que o espírito apontou novas direções de crescimento, que a relação já não comportava mais.
A receita do “e foram felizes para sempre” romantizado pelos contos de fada balizam o “não deu certo”. Isso é de uma tolice pueril.
Reconhecer a transitoriedade nos processos da vida é um grande passo na direção de conhecermos as dinâmicas do amor e nos movimentarmos nela.

“Saia da roda do tempo e venha para a roda do amor”. Rumi

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Jay Reiss   
Constelador Familiar, Facilitador de Barras de Access®, Facilitador de EFT, Instrutor de Breema Bodywork®, Master e Wizard Avatar ®, estudante contínuo de Astrologia como orientação pessoal e profissional. Trabalho com atendimentos e cursos http://terapia.net.br http://www.terapiacomjay.com.br
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