Eu venci o mundo!

O mundo vencido por Jesus, certamente, não é o mundo material, da terceira dimensão, mas o mundo mental, aquele que criamos através do significado que damos a todos os objetos que encontramos em nossa experiência aqui na Terra, ou seja, tudo aquilo que, de alguma forma, interagimos,  é qualificado de forma distinta por cada um de nós. 

 

O mundo ao qual Jesus se referia é uma construção nossa e se desenvolve através da maneira como o qualificamos, com isso,  ele só existe dentro da gente. Esse é o verdadeiro significado para aquilo que chamamos de fenomenologia.

Uma rosa amarela, ao pé de uma montanha, pode significar um motivo de alegria ou tristeza, depende de quem estiver observando. A rosa é a mesma, mas o observador  muda. Se for alguém para quem a imagem da rosa cria conexões com algum momento triste, tipo um ente querido que morreu e em seu velório haviam várias rosas amarelas, certamente, sem perceber, esse objeto estará representando algo triste, justamente pela qualificação que o observador estiver dando a ela.

 

Em contrapartida, se ela representar um momento de alegria, como um buquê recebido por uma pessoa especial, com certeza a emoção será outra.

 

O mundo acontece dentro de cada um e tem contornos absolutamente específicos, portanto, ele é muito mais abstrato do que parece. Todo o nosso sofrimento promana desse mundo, e vencê-lo significa encontrar a paz e a felicidade.

Somos vítimas desse mundo de ilusões, talvez seja esse o verdadeiro significado para o mundo de Maya: um mundo de ilusões. Não é algo físico e sim um construto ilusório de símbolos onde cada objeto deixa de ser algo em si para transformar-se em um símbolo de tristeza, alegria, prazer, sofrimento etc...

Só é possível vencê-lo através de atitudes, tais como, a do desapego, do desinteresse, da renúncia, enfim, da completa desidentificação com a mente.

Será preciso viver nesse mundo sem ser desse mundo. Ramakrishna nos ensina que o barco pode estar na água, mas a água não pode estar no barco, o homem pode viver no mundo, mas o mundo não deve  viver dentro  do homem. Isso explica também o que Jesus quis dizer  quando respondeu a Pilatos: Meu Reino não é desse mundo!

 

Vencer o mundo, portanto, é vencer a si mesmo, enfrentar as próprias convicções, desconstruir conceitos e crenças, desaprender tudo, começar do zero, apenas como expectador. Nada deveria ter o poder de nos afetar, pois não somos um personagem de um mundo imaginário, somos Deuses e temos a obrigação de manifestar essa divindade.

 

Texto Revisado