Espiritualidade gaúcha
Atualizado dia 6/1/2005 8:40:15 PM em Autoconhecimentopor Claudette Grazziotin
Escrito por Curador
https://capandotouroaunha.blogspot.com/2004_05_01_capandotouroaunha_archive.html
Gujo Teixeira dissemina a autêntica tradição do Rio Grande do Sul através da sua poesia escrita com o linguajar peculiar, típico do gaúcho, criando metáforas sensíveis e de rara beleza, nascidas na cumplicidade e na solidão da relação do homem simples do campo com a natureza e tudo que o cerca e na sua maneira reverente e natural de se comunicar com ela. A mais pura lição de espiritualidade!
Claudette
"Senhor das manhãs de Maio
Gujo Teixeira
Meu galpão de alma tranqüila
Ressuscita todo o dia
Cada vez que o sol destapa
Sua silhueta sombria
E desenha cinamomos
Na minha querência vazia
- Senhor das manhãs de maio
Ceva este mate pra mim
Que eu venho a tempos de lua
Minguando sonhos assim:
- Os que eu posso, sonho aos poucos
Os que eu não posso, dou fim,
Silencio quando posso,
Quando quero sou estrada,
Diviso as coisas do tempo
Bem antes da madrugada.
Numa prece que bem lembro
Refaço minhas orações:
- Pai nosso que estais no céu
Precisai vir aos galpões!
No descaso dos galpões
- Solito quando me vejo -
É que se achega a saudade
Com seus olhos de desejo.
Pondo estrelas madrugueiras
Neste céu de picumã
Parecendo que se adentra
Pra contemplar minha manhã.
Meus sonhos domei pra lida,
Pra minha rédea, ao meu gosto,
Pras dores de minha alma
Se ela cruzar esse agosto.
- Por favor, Senhor dos mates,
Não deixe a manhã tão triste,
Mateia junto comigo
Que eu sei que tu ainda existes."
Texto revisado por Cris
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