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O CIRCO DE ROMA ESTÁ DE VOLTA

Atualizado dia 7/6/2005 8:55:08 PM em Autoconhecimento
por Alberto Carlos Gomes Lomba


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Tenho procurado, a cada dia, seguir o caminho que me é devido e anunciado nesta encarnação. Entretanto, é com tristeza que observo uma humanidade doentia, à procura de devaneios e prazeres insensatos.

Vejam o caso deste animal de festa de peão, denominado de “Bandido” que, graças à decantada novela “América”, se tornou um ícone da mídia e de repente foi transformado num produto de consumo.

Para que meus leitores tenham uma idéia, resido numa cidade entre a famosa Barretos e São José do Rio Preto. A primeira conhecida pela mais “famosa” festa de peão do Brasil. A segunda por ser a moradia de um tal de Paulo Emilio que é dono de uma tropa de rodeios, incluindo, a celebridade: o tal touro.

Acreditem vocês que tomei um susto quando, em visita ao Shopping de Rio Preto, dei de cara com uma boutique da moda - assim parece - com tudo que tem direito o tal de “Bandido” que já virou logomarca e griffe. Tem decalque, cinto, fivela, chapéu, bota, camisa, retratos e toda uma parafenalia com a cara do bicho que, certamente, gostaria de ficar pastando e comendo o seu capim.

Não faltasse isso, as empresas que vendem alimentos e remédios para o setor agro-pecuário, lançaram os produtos “Bandido”. Disseram-me que cada aparição do bandidão nas telas globais vale um cachê de 30 mil reais.

Desde que me mudei para o interior, “nunca” fui e nem espero ir numa dessas festas, onde os animais sofrem para saírem pulando e o povo, cheio de álcool e congêneres, fica gritando como se aquilo fosse o maior espetáculo do planeta.

Quando vejo essas cenas na televisão me lembro do Circo Romano, onde as feras eram soltas para sacrificar cristãos aos gritos inebriantes do povo. No caso da festa de peão os sacrificados são os animais. Menos esse tal de “Bandido”, que não admite gracinhas em seu lombo.

E assim a vida continua. Cientistas, artistas e tudo mais que dão à vida um conceito melhor não são prato favorito da mídia. Bom mesmo é ficar aos berros gritando: “Bandido, Bandido”. Quem sabe se insanidade não chega a ponto de se gritar, “derruba ele, derruba ele (o peão), mata ele”.

Não é por menos que o antropólogo Levi Strauss comentava que: “Quem são os verdadeiros irracionais: os animais ou os homens?”

Texto revisado por Cris

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