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Fisiologia do medo

Atualizado dia 8/21/2017 12:55:03 AM em Autoconhecimento
por Tom Coelho


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“Lindo é o sol que não tem medo de morrer 
para nascer no outro dia”.
(Joyce Morgan)


Em minha adolescência, dos muitos esportes que pratiquei, um acertadamente pode ser rotulado como “radical”: o paraquedismo.
Nem me perguntem como surgiu a ideia. Lembro-me apenas de seguir de carro pela Rodovia Castelo Branco, aportando na cidade de Boituva, ainda hoje sede do Centro Nacional de Paraquedismo.
Dos exatos 30 saltos que realizei em minha breve carreira, com um acionamento de reserva registrado no sétimo salto, ficou a lembrança de algumas sensações e um grande aprendizado: enfrentar e respeitar o medo.

Saltar é um elogio à adrenalina. Você a sente permeando seu sangue tão logo inicia a preparação, quando é “equipado” com roupas apropriadas, paraquedas postado nas costas, altímetro posicionado no peito ou no dorso da mão e óculos de proteção. Após uma sessão de briefing – uma simulação em terra do salto –, adentra-se a aeronave, quase sempre um Cessna monomotor ou bimotor que singrará os céus por 45 minutos até atingir a altitude adequada. Sentado na carenagem do avião, pois os bancos são removidos, você acompanha a evolução vagarosa do ponteiro no altímetro, aprecia a paisagem e pensa na vida...

Contudo, o momento de maior tensão ocorre quando o piloto corta o motor da aeronave que passa apenas a planar. A porta do pequeno avião é aberta, o vento invade com veemência seu interior e você se dirige ao estribo, de onde mergulhará para o nada, para a amplitude do horizonte, nadando através das nuvens, feito pássaro, entre loopings e giros, durante intermináveis 60 segundos.

Depois, há o desafio de comandar a abertura do paraquedas, contemplar os arredores enquanto realiza manobras que colorem o firmamento, visualizar o alvo e aterrissar, sempre em segurança, desde que os devidos procedimentos sejam observados.

Recordo-me que, durante a semana, quando trafegava por uma rodovia qualquer, ao abrir a janela do carro e colocar o braço com a mão espalmada para fora, sentindo o vento forte a arrastá-lo, o êxtase percorria meu corpo, como se eu estivesse a 12 mil pés. Entretanto, com o passar do tempo, essa sensação se esvaiu. Afinal, a gente se acostuma a tudo. E, tempos depois, diante da anunciada chegada de meu primeiro filho, abdiquei do esporte, não por mim, mas em respeito a ele.

A fisiologia do medo remete à ação de neurotransmissores como a noradrenalina e a serotonina que conduzem a duas perspectivas possíveis: fuga ou luta. Para superá-lo, é necessária coragem para realizar escolhas, abdicar da estabilidade infeliz, combater a hesitação e negar o que não lhe convém. Você faz o que lhe dá medo e ganha coragem depois. Não antes.

* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de nove livros. E-mail: [email protected]. Visite: link, link e link
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Conteúdo desenvolvido por: Tom Coelho   
Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros. E-mail: [email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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