Ganhar o mundo e perder a alma

Primeiro, você  perde  o interesse, tira  a importância daquilo, depois a própria Ordem Universal trata de arrancar naturalmente o objeto que você tanto sonhou. 

 

Na verdade, nada irá preencher esse vazio, substância alguma poderá atender às suas demandas, sejam elas quais forem. Não podemos preencher com coisas aquilo que precisa ser preenchido com consciência. Isso acontece por uma simples razão: nem você e ninguém mais nesse mundo tem o poder de possuir nada, tudo é um empréstimo, tudo é fugaz, pois tudo aquilo que você juntar irá  perder, seja em vida ou quando deixar esse mundo, pois nada nunca lhe pertenceu, foram apenas empréstimos que vão se dissolver e, de alguma forma, no trânsito da vida.

Esse texto apenas retrata o óbvio e sabemos que infelizmente é muito  difícil enxergar aquilo que é obvio. As pessoas vivem mergulhadas em um campo ilusório criado pelos próprios desejos, como um cavalo que tenta  alcançar uma cenoura colocada à sua frente. Esperam alcançar posições importantes no mundo, dar sentido à própria vida, aproveitar as oportunidades que possuem para buscar um

destaque que, de alguma forma, poderá dar-lhes relevância. Estão cegas, não conseguem enxergar o que são e vivem atormentadas e entorpecidas por essas ilusões. 

 

A humanidade não compreende ainda que a experiência na Terra é uma oportunidade de crescimento e que, o principal objetivo de tudo isso não é ajuntar coisas, mas transcender tudo isso. O verdadeiro objetivo é fazer com que possamos descobrir a nossa Real Natureza. Todo o Universo trabalha pra nos forçar a olharmos para dentro de si.

 

Vivemos de costas para a realidade, tentando realizar um falso eu, lutando por um pódio qualquer, intoxicados de ilusões e passando pela Vida sem perceber o tempo que estamos perdendo. É difícil para qualquer um aceitar a Lógica Universal, onde o que se revela é o oposto daquilo que está sendo buscado: não estamos aqui para ganhar nada, apenas para perder, pois só aquilo que perdemos nos liberta. Tudo aqui que ajuntamos, todo o nosso tesouro, enfim, tudo o que constela a nossa suposta realidade apenas nos mantêm na condição de escravos. 

 

Não é preciso dar nada aos pobres, não é preciso abandonar  ninguém, não é preciso esvaziar o intelecto do conhecimento adquirido, basta apenas um profundo desapego por tudo isso, pois tudo aquilo que precisamos ser e alcançar, já somos e já possuímos, apenas não temos consciência disso.

 

Quando o homem descobrir o que é, irá perceber que não precisa de nada, apenas desapegar-se de falsas necessidades. O Ser já é tudo aquilo que  precisa ser, não há o que melhorar. Ele tem a consciência, a eternidade  e o êxtase como atributos naturais. O que, de fato, ele quer mais? Destacar-se  no mundo é uma ilusão, pois, como o próprio Jesus ensinava: o que adianta ganhar o mundo todo e perder a  própria alma?

 

Texto Revisado