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Guru Nanak

Atualizado dia 10/2/2008 11:32:01 AM em Autoconhecimento
por Marcos Spagnuolo Souza


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Guru Nanak nasceu no dia 15 de Abril de 1469 na aldeia de Rai Bhoi di Talvandi, hoje designada Nankana Shib, no Punjab. Seu pai chamava-se Meha Kalu e sua mãe Tripta Devi, hindus que pertenciam à casta dos comerciantes. Nanak foi o fundador do Sikhismo, sendo designado pelo nome Guru Nanak Dev Ji, sendo que “dev” significa santidade e “Ji” respeito. Foi casado com Sulakhni, tendo dois filhos: Sri Chand e Lakhmi Chand. O filho Chand foi uma pessoa espiritualista e fundou uma organização denominada “Udasi”. A palavra “Udasi” significa desprendimento e renúncia.

Nanak era um jovem contemplativo, amante da oração. Passava longas horas absorvido em meditação e em discussão com santos homens que viviam nas florestas em torno da aldeia em que morava. Com a idade de dezesseis anos casou com a jovem Sulakhni. Trabalhou como contador do governador mulçumano. Trabalhava durante o dia e meditava quando acordava e depois que chegava do trabalho até altas horas da noite. Meditava e cantava os hinos que eram acompanhados por um amigo de infância chamado Mardana, músico profissional que tocava o rabab (instrumento de corda).

Certa manhã, com seu amigo Mardana, foi tomar banho no rio Bain e depois de mergulhar Nanak não voltou à superfície. Seu corpo foi procurado e não encontraram nenhum vestígio dele. Após três dias Nanak apareceu no mesmo local de onde tinha desaparecido. Ele não era mais a mesma pessoa que tinha sido; havia uma luz divina em seus olhos e seu rosto estava resplandescente. Ele estava em transe e não disse nada. Abriu mão de seu emprego e distribuiu todos os seus pertences aos pobres. Quando finalmente quebrou o silêncio disse: “Não há hindus, não há mulçumanos. Há um só Deus. Seu nome é Verdade, Ele é o criador. Ele é sem ódio, Ele nunca morre, Ele está além do ciclo do nascimento e morte. Ele é auto-iluminado, porque Ele é realizado na bondade”.

Junto com seu amigo muçulmano Mardana viajou pelos quatro cantos da Índia visitando locais de peregrinação hindu e mulçumana. No seu retorno para casa parou em Saidpu durante a invasão do imperador Mughal Babar. Ao ver a extensão do massacre feito pelos invasores, seu amigo Mardana lhe perguntou por que tantas pessoas inocentes foram colocadas à morte. Nanak mandou que seu amigo esperasse sentado embaixo de uma árvore e que depois de um tempo voltaria para responder a pergunta. Enquanto estava sentado embaixo da árvore Mardana foi mordido por uma formiga. Na raiva Mardana matou inúmeras formigas com os pés. Nanak, voltando, disse ao amigo: “Você sabe agora por qual motivo os inocentes morreram: a consciência raivosa não distingue os inocentes dos pecadores”.

Nanak e Mardana foram feitos prisioneiros e enquanto estava na prisão Nanak cantava hinos sobre o massacre dos inocentes praticado pelos invasores. O carcereiro contou o fato ao rei. O rei mandou trazer Nanak à sua presença e, notando que ele era uma pessoa religiosa, pediu perdão e o liberou, oferecendo a ele uma bolsa de haxixe. Nanak recusou dizendo ao rei que estava embriagado com o amor ao nome de Deus não precisando do haxixe.

Por volta do ano 1520 Nanak terminou suas viagens, regressando à terra natal, fixando-se na aldeia de Kartarpur. Passou a trabalhar como camponês sem interromper seus ensinamentos e orações. Fundou uma comunidade sem distinção de nascimento, religião, sexo e poder econômico. Na hora da refeição todos sentavam juntos sendo reis ou mendigos.

Nanak ensinou a existência de uma divindade suprema incompreensível, mas que Se manifesta em uma variedade de formas. Dizia que Deus em si é amorfo e fonte de todas as formas. Ele em Si é atemporal e indestrutível. A salvação ou liberação depende da graça divina, mas o ser humano deve caminhar em direção a Deus para receber a graça. O movimento para a liberação é comparado a uma vida em morte.

Nanak diz que o grande perigo é o “eu sou” e o único modo de combatê-lo é através da oração e do canto das qualidades de Deus não tendo dúvida do processo. O nome de Deus destrói o “eu sou”. O caminhar para Deus exige três princípios básicos: canto do Santo Nome, lembrando de Deus em todos os momentos; ganhar a vida honestamente, sem exploração ou fraude; viver uma vida cooperativa ajudando as pessoas que estão necessitando. Colocava ênfase na adoração do Verdadeiro Nome de Deus.

Ensinou que ascese não reside nas vestes, nas peregrinações aos locais sagrados, nem na utilização de cinzas. Ascese não reside em usar utensílios, nem na cabeça barbeada, nem em fazer rituais, nem em tomar banho nos rios considerados sagrados. Ascese é viver puro no meio da impureza, tratar a todos igualmente e nunca mentir.

Quando foi perguntado qual era a religião verdadeira e qual o caminho para alcançar Deus, ele disse: “Só existe um Deus e apenas uma maneira de chegar a Ele. Devemos seguir esse caminho e rejeitar o outro. O caminho verdadeiro é adorar aquele que é não nascido, que é eterno e que está presente em todo o universo”.

Nanak ensinava constantemente: "Realize a unidade com tudo e com todos. Ame a Deus nas pessoas. Cante o amor por Deus. Repita os Nomes de Deus. Cante suas glórias. Ame a Deus como o lótus ama a água, como pássaro Chatak ama a chuva; como a esposa ama o seu marido. Se você repetir o Nome de Deus, viverá; se você se esquecer disso, morrerá. Abra sua consciência, entre em comunhão com Ele. Aconchegue-se nos Seus braços e sinta o Seu divino abraço. Ame os santos de todas as religiões e a essência de todas elas é uma vida de bondade e pureza entre as tentações do mundo."

No dia 22 de Setembro de 1539 anunciou que iria abandonar o corpo, recuou para baixo de uma árvore, sentou na posição de lótus e deixou aquele corpo para sempre, fundindo-se com a eterna luz do Criador.

Texto revisado por Cris

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