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Lições do coração

Atualizado dia 7/17/2006 11:32:25 AM em Autoconhecimento
por Daniel Ferreira Gambera


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Várias vezes recebi conselhos espirituais que diziam que eu deveria abrir o meu coração. Eu tentei outras tantas vezes seguir esse conselho, mas sempre fui incapaz de entender o que isso significava. O que eu considerava abertura do coração, na verdade, era um desequilíbrio do coração... Então, entre permanecer com um coração fechado ou começar a ter um sentimentalismo piegas, uma resignação simplória ou um apego egoísta, eu preferia mantê-lo como estava.

Hoje, porém, minha compreensão aumentou um pouco e creio que estou começando a entender o que realmente significa abrir o coração. Agora posso dizer que todos esses conselhos para abrir o coração estavam corretíssimos e que era isso o que eu mais necessitava, pois quando consigo realizar essa abertura tenho uma sensação de realização que antes dificilmente conseguia.

Em inúmeros textos há uma relação direta entre as propriedades do coração (mais especificamente, do chakra cardíaco) e o amor. O coração seria, então, considerado o órgão do amor e abri-lo seria o equivalente a amar mais e melhor. Talvez para cada pessoa essa abertura tenha um significado diferente, mas para mim essas lições vêm sendo bastante diversas daquilo que tradicionalmente se considera amar. Um dos aspectos que se mostrou bastante significativo é como a força do amor é independente. É essa a força que é capaz de suportar todas as condições adversas, pois as reconhece como transitórias e necessárias.

Eu queria amar mas não conseguia aceitar minhas fraquezas, minhas deficiências ou as circunstâncias desfavoráveis por que estivesse passando. Depois entendi que este é um mundo em construção e que a vida humana é um eterno esboço... sempre haverá fraquezas e deficiências, minhas e dos outros. Aborrecer-me com elas seria o mesmo que ficar perturbando um grande pintor nos primeiros riscos com os quais ele está dando início à sua obra prima. Acomodar-me nelas, por outro lado, seria o mesmo que considerar o esboço como a obra final.

Assim, ao amar, sinto-me mais disposto a aceitar a imperfeição das condições atuais e, ao mesmo tempo, a fazer, com prazer, o meu máximo para que tudo se torne melhor a cada instante. Em alguns momentos achava que amar era desejar muito alguém e necessitar muito dessa pessoa; agora vejo que, ao abrir o coração, sou mais capaz de reconhecer o desejo e a necessidade, ser grato por eles e, ao mesmo tempo, consigo enxergar que há uma ordem maior, tanto no meu mundo interior como no Universo e que estar sincronizado com ela é a chance mais real de satisfazer meus desejos ou de suprir minhas necessidades.

Ao abrir o coração consigo entender que há limites, às vezes fortes, que devem ser transpostos, mas que também há outros, às vezes tênues, que devem ser respeitados. Assim, empenho-me em transgredir os limites que preciso transpor e, ao mesmo tempo, em manter os limites que devem permanecer.

Em outros momentos, achei que amar fosse criar uma espécie de névoa na percepção para que tudo parecesse mais perfeito do que realmente era e para que as sensações dolorosas ficassem fora da consciência. Ao abrir o coração consigo aceitar melhor a dor, pois sei que, talvez, ela esteja querendo me dizer algo e que, ao entendê-la melhor, posso curar aquilo em mim que a está causando. Assim, já não gasto tanta energia para mantê-la distante e, ao mesmo tempo, faço tudo o que posso com a energia que me resta, para que ela possa ser resolvida no devido tempo.

Posso confessar que as lições do coração têm sido as mais difíceis para mim. Desde criança tenho bem clara a noção de que tudo pode ser resolvido através da compreensão e do discernimento. Assim, sempre me empenhei em entender muito claramente todos os problemas para conseguir uma perspectiva que os levasse à resolução. Eu não sabia que há questões que não podem ser resolvidas, não dentro da perspectiva humana, por mais que eu tentasse.

Para algumas delas a melhor resolução é deixar que permaneçam como estão e conviver com elas, como um fato dado, da melhor forma que as circunstâncias permitirem, pelo tempo que elas durarem. Noutras, é possível deixar irem embora, limpar o coração, agradecer qualquer coisa de bom que a experiência tenha trazido, livrar-se da dor, nada mais... Eu precisava aprender a, em alguns momentos, desistir de tentar compreender e resolver. Eu precisava aprender a aceitar...

Hoje, no coração, embora eu continue sabendo que há uma ordem maior no mundo e saiba que entender e interagir com essa ordem me ajuda a viver melhor, compreendo também, mesmo que vagamente, que não há forma de eu conseguir mestria na vida, a não ser que eu aprenda a aceitar que a Vida seja minha mestra, com essas lições para meu coração.

Texto revisado por Cris

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