Meditação, Saúde e Doenças
Atualizado dia 3/9/2016 5:05:21 PM em Autoconhecimentopor Renato Mayol
Essa definição de saúde da OMS nos leva a uma descoberta assustadora. Senão, vejamos: de uma população mundial estimada em torno de sete bilhões, há quase dois bilhões de pacientes com doenças não transmissíveis, tais como doenças cardíacas, neurológicas, mentais, hormonais, degenerativas e câncer. Quanto às doenças transmissíveis, que são aquelas causadas por vírus, bactérias, vermes e fungos, há no mundo cerca de dois bilhões e quinhentos milhões de pacientes. Fora isso, há mais de setecentos milhões das mulheres no mundo que são vítimas de violência física, psicológica ou sexual. E, o que muito envergonha, é saber que cerca de 20 crianças morrem no mundo, a cada minuto, por falta de comida. Envergonha por que, nesse nosso mundo, supostamente civilizado, o gasto mundial com armamentos é 200 vezes maior do que se gasta em saúde e educação.
Somando tudo, o resultado é que quase 85% da população mundial não se encontra em estado de completo bem estar físico. Os outros 14,999 % supostamente com saúde física, vivem com medo de contrair doenças e com medo de perder o que possuem, logo, não podem estar em completo estado de harmonia. E os outros 0,001%, como podem estar realmente felizes, no meio de tanta infelicidade? Portanto, considerando que no estágio atual, a maioria da população mundial não se encontra nem em estado de completo bem-estar físico, nem mental e muito menos, social, melhor seria chamar ao Planeta Terra de Pavilhão Terra! A esperança reside naqueles poucos que, através do seu exemplo e das suas ações, tentam melhorar o mundo, e a meditação é uma das ferramentas para que a harmonia, a saúde e a felicidade possam ser alcançadas.
Nosso corpo é formado por células e cada célula nada mais é que uma pequena bateria biológica cuja energia é mantida por um tripé formado pelo sistema imunológico, pelo sistema endócrino e pelo sistema cérebro-espinhal. Na dependência de quaisquer agressões ao organismo, seja por fatores externos (vírus, bactérias, fungos, vermes ou substancias químicas) ou por fatores internos (fatores psicossociais associados a hábitos e estilo de vida, sentimentos e pensamentos negativos, entre outros), pode resultar uma desarmonia no padrão energético do organismo. E se o tripé da manutenção do estado de saúde não conseguir controlar o equilíbrio, a desarmonia acaba se manifestando como infelicidade, estresse ou doença.
A participação da meditação no restabelecimento da saúde resulta da sua ação sobre o cérebro, o qual age como interface entre a mente e o corpo, podendo transformar pensamentos e emoções em neurotransmissores que atuam nos órgãos-alvo. Além da produção de neurotransmissores e da ativação de certas áreas do cérebro, a meditação também reduz o ritmo cerebral e propicia maior sincronia entre os hemisférios cerebrais, resultando assim um estado ampliado de consciência que neutraliza as projeções de culpa, ressentimentos e raiva, com o consequente reequilíbrio dos campos energéticos.
A meditação, como prática espiritual do Oriente, objetiva a união com o divino e é uma meditação para a alma. O Ocidente gostou e copiou as posturas, o relaxamento e a respiração, ou seja, de um modo geral, copiou o que conseguiu ver, mas não o intento. O resultado foi o aparecimento de técnicas que têm como objetivo principal o restabelecimento da saúde física, psíquica e emocional. Essas meditações são para o corpo e independem do fato de o praticante ter ou não alguma religião ou espiritualidade, enquanto que a meditação para a alma depende da espiritualidade.
Nas meditações para a alma, a consecução da união com o divino nos agracia com vislumbres da imortalidade e da unidade; porém, nas meditações para o corpo, é intensa a percepção de que somos parte integrante da Natureza e, consequentemente, sujeitos às leis da Natureza. E, como tudo o que é material tem início e fim, há duas etapas pelas quais obrigatoriamente o nosso corpo tem que passar: uma é o nascimento, a outra é a morte. Morte que pode chegar de inúmeras formas, entre as quais, o tão temido câncer é apenas uma delas, com as doenças cardiovasculares continuando a ser a principal causa de morte no mundo, apesar de todos os progressos ocorridos nos últimos anos, e não obstante conhecermos muitos dos seus evitáveis fatores de risco, tais como o estresse, as dietas pouco saudáveis, a falta de atividade física, e o consumo excessivo de álcool e de tabaco.
Portanto, tanto na prevenção como no combate contra as doenças, além da adoção de saudáveis hábitos higiênicos e alimentares, é importante também adotar saudáveis hábitos mentais, com passeios frequentes pelos caminhos de um estado superior de consciência e de autoconhecimento. E a meditação, tanto para o corpo, como para a alma, é o veículo para isso. (Fonte: livro "Fios de Ariadne", disponível na editora ISIS:- http://editoraisis.com.br/produto/fios-de-ariadne/)
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