MEDIUNIDADE SEM DOGMAS E RÓTULOS HUMANOS II
Atualizado dia 8/17/2006 7:26:39 PM em Autoconhecimentopor Jorge Menezes
Agora vamos abordar uma questão que surge em função da necessidade humana atual de separar os trabalhos. Veja bem: de separá-los e não de classificá-los como melhores ou piores. Não é porque respeitamos diferentes trabalhos, e entendemos sua função para o crescimento das pessoas, que devemos freqüentar outros trabalhos além do nosso. Um médium deve escolher a sua casa criteriosamente e nela, só nela, trabalhar. Não devem ser feitas visitas curiosas a outras casas. Em uma simples visita, o médium, que obviamente tem seus canais abertos, estará exposto a formas de energia que podem ser contrárias às que trabalha.
Um trabalho espiritual deverá ser escolhido pela pessoa em função de suas necessidades e anseios, o que significa que poderá optar por outra forma de trabalho, se suas necessidades, expectativas e anseios não estiverem sendo atendidos. Dentro de uma variada gama de formas de trabalho - umbanda, espiritismo, tenda cigana - cabe à pessoa escolher o trabalho que faz o seu coração vibrar. Essa escolha deve ser feita com o coração. Se a casa não for boa, que se procure outra casa, mas, se o tipo de trabalho lhe agrada, é o sinal de que esta é a sua forma de trabalho. Se, por um motivo ou por outro, algo na casa lhe desagradou, procure ver se o problema não está em você. Se não for o caso, procure outra casa honesta, mas nunca deixe de trabalhar com as entidades para as quais deu oportunidade de trabalho. Fechar esta porta, pela própria vontade, representa grande atraso espiritual. Há muitos casos, inclusive, em que a pessoa não se fixa em nenhum trabalho, porque, na verdade, foge do compromisso de crescer.
Na umbanda, a primeira incorporação do médium tem muita importância. É nesse momento que se desenha em seu corpo energético a identidade de trabalho com a entidade que, por afinidade, receberá o direito de ser representante de sua coroa. Antes que tenha incorporado pela primeira vez, no entanto, o médium desconhece os espíritos com os quais vai trabalhar, para os quais dará espaço para a incorporação, mas, no caso de já ter trabalhado, de já ter dado espaço e oportunidade para que a entidade que lhe acompanha trabalhe, é lógico que o médium deverá trabalhar onde seu protetor tenha espaço para se manifestar. Se você trabalha com uma cigana, por exemplo, é óbvio que estará impedindo sua livre manifestação, se optar por trabalhar unicamente em uma casa kardecista.
Lembramos que quando um médium é iniciado com seu cigano ou sua cigana será apenas esta entidade cigana que se manifestará através desse médium, ou seja, uma pessoa não trabalha com outro cigano ou com o cigano de outra pessoa. Para o plano espiritual, o que importa é que a pessoa esteja dando espaço para o trabalho do espírito da linha cigana. Justamente por isso não haveria necessidade de incorporar outra cigana. É claro que nada impede que, por ser médium, possa também trabalhar com espíritos de luz de outra linha afim como a Umbanda: caboclos, preto-velhos, cosmes, etc. Afinal ambas não aceitam fazer o mal.
Por isso, não acreditem em pessoas que dizem incorporar mais de um cigano ou cigana, porque, se a pessoa disser isso, a verdade é que estará passando por um dos maiores problemas a serem vencidos pelos médiuns em desenvolvimento: o excesso de ego, a falta de humildade ou, o que também é bem provável, um processo de animismo. A humildade é a chave mestra para qualquer crescimento no campo da mediunidade e, com a evolução e o esclarecimento das pessoas, preconceitos, falhas de interpretação e medos deixarão de existir, e os trabalhos não se apoiarão em dogmas nem precisarão de moldes tão rígidos.
Um grande abraço.
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