Melo e o passe que mata
Atualizado dia 5/17/2007 8:52:17 PM em Autoconhecimentopor Wilson Francisco
Ele tinha um parceiro inseparável, em suas atividades espíritas, o Giane. Ambos participavam de um Centro Espírita lá na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo.
Contou-me que ao iniciar as atividades deste Centro Espírita, integrava a equipe de colaboradores diretos, uma dezena de casais, todos dispondo de condição econômico/financeira estáveis. Empolgados, decidiram que a primeira obra seria uma creche. Eles tinham condições de sobra para tal evento. Conversa vai, conversa vem, reunião aqui e acolá, projetos, o tempo passando e um ano depois estavam lá, o Melo e o Giane, sozinhos. Nada feito.
Ele dizia: É, Wilson, dinheiro pode ser solução, mas numa tarefa espiritual, o coração e a fé é que decidem.
Tempos depois, os dois fundaram uma creche, com dez crianças, auxiliados pelos freqüentadores e pela boa vontade deles mesmos.
Ambos realizavam semanalmente um trabalho de socorro espiritual nos lares. Reuniam algumas pessoas e iam visitar os doentes em suas casas, fazendo comentários evangélicos, uma boa conversa e, no final, o passe. Com o passar do tempo, as solicitações de visita foram escasseando, ninguém solicitava a visita do grupo do Melo e ele não entendia porque, afinal a tarefa era realizada com muito carinho.
Certo dia, enquanto o Melo aguardava o momento de iniciar a reunião ouviu um comentário interessante, que uma senhora que freqüentava há pouco tempo o Centro Espírita, fazia para uma visitante:
- Olha, minha senhora, aqui tudo é bom, de ótima qualidade, só tem uma coisa. Nunca peça para o Grupo do Seu Melo visitar sua casa, se alguém tiver doente. O passe do Melo mata...
Espantado, no final dos trabalhos, foi conversar com aquela senhora e ela, muito constrangida, disse a ele que a notícia que corria ali era de que toda pessoa visitada pelo Grupo do Melo, desencarnava em seguida.
A constatação do fato deixou o Melo intrigado. Pediu auxílio espiritual e o Mentor da Casa, através de um médium, informou que ele e o seu grupo eram médiuns com qualidade e característica energética propícia para auxiliar nos processos de desencarne. Então, quando o caso era de morte, a equipe espiritual intuía o pessoal para programar a visita com grupo do Melo.
Na verdade, ele não matava, só ajudava a morrer.
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Texto revisado por: Cris
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