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memória implícita

Atualizado dia 11/24/2011 2:21:56 PM em Psicologia
por Marcia Regina Aurichio


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No cérebro “primitivo”, trazemos a memória da perpetuação da espécie, aquela que pontua os sinais de perigo e alerta, fazendo com que tenhamos dentro da nossa estrutura elementos de preservação, através de luta e fuga. (Conceito Evolutivo)
Trazemos também a memória de comportamentos instintivos, que se evidenciam logo quando um bebê nasce, ainda sem consciência, mas sabendo mamar e chorar para sinalizar quando algo está errado consigo. Seu metabolismo em desenvolvimento provoca as excreções e suas necessidades de alimento são sinalizadas ao despertar e também ao chorar. Nesta relação criança e meio social, as figuras parentais (mãe ou quem cumprir este papel) ensinam o controle dos esfíncteres e, assim, mesmo sem consciência, o bebê passa a interagir emocional, física e fisiologicamente, através de condicionamentos que ficam armazenados na sua memória de longa duração (memória implícita).
Obviamente, através da sua singularidade (seu DNA, que já vem com este material, um arsenal de redes neuronais), ele vai criando circuitos próprios dentro desta rede pré-estabelecida, desenvolvendo um caminho único de aprendizagem, a partir das estimulações. Isto ocorre no momento em que há transdução dos estímulos do meio, captados através dos órgãos dos sentidos e modulados pelo tom emocional da amídala, que permitem a decodificação do mundo externo para o mundo interno. Não só a visão e/ou percepção deste sobre este, mas a maneira como tende a reagir às estimulações físicas, mentais e emocionais para com o meio ambiente.
Considero ainda os impactos desta criança ao longo de seu desenvolvimento, através de situações traumáticas (aquilo que seu aparelho não consegue lidar satisfatoriamente). Ao se sentir ameaçada na sua integridade, ela pode criar uma série de eventos interligados, que ficarão registrados na sua memória como relações analógicas, todas “falando ou contando” a mesma experiência da forma particularmente apreendida, estabelecendo uma relação de causa e efeito, que lhe conferirá um caráter de previsibilidade.
Temos assim um cenário onde se inicia a interpretação externa, através de referências internas do mundo inter para o extrapessoal e vice-versa.
Neste, podemos identificar o personagem (personalidade) que esta criança vai desenvolvendo, criando papéis complementares ao meio, introjetando rotinas, aprendizados e hábitos, que serão a base para toda a sua vida. Se ela tiver pouca estimulação, por exemplo, a bagagem que levará para as fases posteriores de desenvolvimento tende a ser deficitária, com um comprometimento no seu desenvolvimento potencial.
Durante esse processo, outras habilidades são aperfeiçoadas, deixando assim marcas idiossincráticas, feitas por caminhos distintos, que se comunicam com outros caminhos também distintos (circuitos ou redes neurais) e interagem plasticamente com o meio, processando as estimulações e informações. Este material é armazenado de maneiras mais complexas (memórias), que não estarão no nível da consciência. É como se uma rede neural prestasse serviço a outra e assim por diante, fazendo um “tricô” de fios; sinapses.
Temos agora a descrição da memória de procedimentos, habilidades e aprendizagens, que se tornam inerentes ao indivíduo ao longo de sua vida e cuja interação com o meio se dará também a partir daí, fazendo sua assinatura pessoal. Estou me reportando somente a memórias instintivas, de condicionamento clássico, de habilidades e procedimentos.
No processo total de desenvolvimento, a criança – que se tornará um adulto – trará em si esta rede de condicionamentos, reforçada ao longo de sua vida, pois como se revela de forma inconsciente, há muito poucos recursos para criar uma modificação consciente sobre este sistema.
A meu ver, quando lidamos com o comportamento humano, estamos tratando com as reações de determinada pessoa perante uma estimulação. Elas estão baseadas na sua consciência, mas, acima de tudo, sitiadas nesta interconexão neuronal que a habilita às respostas habituais, sem ao menos se dar conta ou realmente querer manifestá-las.
Neste sentido, existe a Inércia (princípio da Física segundo o qual todos os corpos tendem a se manter na posição original), que é o mesmo preceito da economia cerebral, ou seja, o de gastar pouca energia para realizar atividades.
Bem, o problema no indivíduo começa quando ele entende que o personagem criado e o respectivo cenário não são compatíveis com o que ele começa a perceber ao tomar consciência de si, sobretudo quando chega ao seu rito de individuação.
Independentemente deste, ocorre também quando o indivíduo percebe que não consegue realizar as coisas que deseja, já que existe uma força dentro dele que o leva a repetir as mesmas experiências, mantendo sua mesmice, como se sua consciência e força de vontade não fossem suficientes para operar tal mudança.
De fato, o que demorou anos para ser operacionalizado deverá ser compreendido e identificado para ser mudado.
Digo que todo mau condicionamento deve ser combatido com um bom condicionamento. OS CAMINHOS QUE O CÉREBRO EXECUTA PARA MANTER UM HÁBITO DEVEM SER REEDUCADOS SISTEMATICAMENTE, ATÉ QUE SEJAM ESTABELECIDAS NOVAS CONEXÕES PARA ESTE NOVO APRENDIZADO.

Marcia Regina Aurichio
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