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Mensagem de condolências aos familiares dos passageiros do vôo da GOL

Atualizado dia 10/2/2006 12:30:47 AM em Autoconhecimento
por Fernanda Petter


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Sexta-feira, 29 de setembro, ao assistir a televisão, deparei-me com uma triste notícia. Um avião da empresa GOL havia sofrido uma queda no meio da mata entre Amazonas e Mato Grosso. Parentes e amigos dos passageiros que estavam a bordo estavam desesperados em busca de notícias, mas as notícias oficiais só chegaram no dia seguinte. Não houve sobreviventes.

Situações como essa nos levam a refletir como em alguns segundos, tudo pode mudar. Sonhos, perspectivas de futuro e preocupações desintegrando-se em um piscar de olhos. Para quem fica, a sensação de impotência diante do fato é extremamente dolorida, a dor do luto gera um sofrimento profundo, quase enlouquecedor. É como se o mundo tivesse parado para que possamos digerir e entender o que está acontecendo.

Infelizmente, por mais racionais que tentemos ser, simplesmente não há explicação racional. Claro que os órgãos responsáveis apurarão as causas concretas do acidente, mas nada do que for dito trará conforto às famílias que perderam pessoas queridas ou diminuirá nosso inconformismo perante esse fato da vida: o de que um dia todos iremos morrer.

A morte, oposto da vida, quando deixamos nosso corpo físico e passamos a residir no plano espiritual, faz parte de nossa condição humana e, nesses momentos de profunda sensação de perda e saudade devemos acreditar que ter fé em uma força maior que nosso ego é uma forma de conforto e aceitação daquilo que não controlamos. Fazer uma oração, mentalizar a liberdade daquele que se foi ajuda o sofrimento do luto, mas chorar e chorar e permitir-se velar o ente querido, funcionam como um bálsamo para a ferida aberta que está exposta em nossos corações e que só o tempo ajudará a cicatrizar. A lágrima que nos esvazia, o luto que nos corrói: situações necessárias para que lembremos, quando o “terremoto” passar, de que precisamos reconstruir nossas vidas. O outro se foi, mas nós continuamos aqui, vivos e que o amor que sentimos seja maior. A lembrança do outro que guardamos conosco, lembrança essa, que marca seu tempo de vida e a certeza de que nada foi em vão. Cada momento usufruído, alegrias vividas, tristezas também e os simples fatos cotidianos sentidos como únicos. Memórias do outro que nos ajudam a valorizar a nossa vida também. O outro já está em nós e ele, estejamos seguros, nos levou com ele para sua eternidade espiritual. Nada foi desperdiçado. E quem sabe, um dia, voltaremos a nos ver.

Desejo a todos os familiares dos passageiros que estavam no vôo, muita força e fé nesse momento tão difícil.

Texto revisado por Cris

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