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MULHERES BRINCANDO DE MENINAS

Atualizado dia 12/2/2007 12:31:41 AM em Autoconhecimento
por Inês Bastos


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Quando meninas brincam de mulheres fazem um ensaio legítimo. Mulheres quando brincam de ser meninas é sempre uma peça surreal, uma tragédia.

Enquanto crescemos acreditamos que quando estivermos maiores seremos merecedoras de mais poder, compreensão, teremos nossos lugares demarcados com clareza, poderemos ter o que sonhamos e ser o que desejarmos.

Essas crenças de meninas poderosas estão muito confusas e quase sempre são fantasias em cima das nossas capacidades e limitações. Precisamos ter muita atenção aqui.

Nascemos e logo somos a princesa do papai e a boneca viva da mamãe. Podemos até ter alguns irmãos, vizinhos e forasteiros prá nos lembrar que não é bem assim, mas insistimos no papel, afinal, é super confortável! Eles nos dão até o que não podem e nós queremos tudo com todas as nossas forças.

Mas existe uma cultura nesse reino, tem uma condição e o preço é alto: temos que ser boazinhas e fazer tudo como manda o figurino. Não somos a princesinha? Temos que cumprir esse papel!

Das fraldas à mini-saia a vida dá um pulo! Logo a mulherzinha cheia de vontades ameaça a se agitar num de seus muitos sonhos delirantes. Através dos amigos que se embaralham no nosso dia-a-dia, do mundo lá fora onde a competição é ameaçadora, das coisas que não são assim tão fáceis, nos desapontamos e nos enraivecemos, mas seguimos abrindo caminho, ora enfrentando, ora sucumbindo.

A família parece mais e mais estranha a cada dia e, na verdade, meio misteriosa a cada ano. Mais fácil colocar a culpa no outro, afinal quem mais poderia nos causar esses desconfortos? O Mundo, oras! Começamos a achar que alguns reis-pais são tirânicos ou ausentes e algumas rainhas-mães, mimadas ou abusivas! Ou tudo junto e variando, justamente contra nós? Culpados também! O reino está dividido e instável, mas ainda promove tudo o que precisamos para manter o sonho e as histórias de final feliz!

Os acontecimentos nos levam pra terras novas e distantes em seu barco frágil e animado. Lá fora, algo nos chama, há uma aventura que precisa ser vivida. Vamos como abelhas de flor em flor, sem pensar no mel de amanhã e muito menos na possível ausência dele. Novos ventos e os príncipes aparecem, nos distraem e nos direcionam, mais e mais para a paisagem enevoada do coração e dos desejos.

Um belo dia “alguém” mexe totalmente na nossa vida sem permissão e tudo muda. Sentimos as dores que não sabíamos que poderia haver, as desilusões também aparecem, queremos mais e do nosso jeito! Passamos a odiar secretamente o rumo que nossa vida toma, culpamos os pais, a família, nossa origem, a cultura e o planeta por nossas mazelas, nossas desilusões criadas por nossas ilusões.

Vemos tudo e todos com outros olhos e precisamos fazer algo a respeito. Demoramos a decidir e nos agarramos à primeira opção, afinal, é o que temos. Não saberíamos fazer diferente! Princesas nesta hora somem no mundo para se vingar da própria história ou casam-se com qualquer plebeu que apareça fazendo-o virar príncipe, e depois passam a cobrar dos pobres sapos – muitas vezes nem tão inocentes assim - tudo o que não foram!

Revoltadas, com imensa raiva da vida, nos fechamos e toda nossa autenticidade se evapora. Precisamos seguir a vida de perto pra ver onde ela vai dar porque não temos leme. Tão perto dos olhos que nada vemos, exceto o dia-a-dia que nos faz fazer o que precisamos, o que devemos e nos perdemos de vez nesta vida de contos de fadas rabiscados em uma estante qualquer. Quando não vemos a realidade somos puxados para a fantasia e nela mesma abandonadas.

Misturando histórias, no dia em que o beijo da realidade nos acorda de vez, vemos que nada temos! Estamos gélidas e aterrorizadas. O medo nos impede de ao menos saber o que fazer. Numa luta que nos aniquila, vamos decidir fazer algo por nós só depois que o cansaço pelo sofrimento nos atinge brutalmente.

Temos que desvestir nossa fantasia inteira, laço a laço... Sair sem olhar para trás, numa cavalgada energética iniciar nova jornada, agora em território desconhecido, cheio de possibilidades, assustador, mas curioso. Precisamos levar a mulher crescida como bandeira, sair em busca do que é nosso e nos assumirmos perante a vida. Nossa alma libertadora nos tirará da masmorra em que sempre vivemos e não fomos feitas para ela.

A busca de si pelo autoconhecimento é o caminho para o tesouro que pagará todas as dívidas e apagará todas as tristezas. Não podemos simpatizar com nossas dificuldades para que haja um triunfal renascimento.

Mulheres devem ser sempre meninas verdadeiramente amorosas em alma, mas mulheres não podem nunca ser meninas mimadas em atitudes!

Imagem: Internet

Texto revisado por Cris

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