Não ajudo ninguém porque é tudo vagabundo!
Atualizado dia 7/27/2020 9:11:13 AM em Espiritualidadepor Rosana Ferraz Chaves
Que tipo de pessoa oferece uma bandeja com arroz e ração de cachorro, para um idoso que bate à sua porta pedindo comida?
Mesmo antes da pandemia, quantas vezes ao tentar ajudar uma pessoa ouvimos frases como essas:
- Não ajudo mesmo! É tudo vagabundo!
- Você vai trabalhar de voluntária? Não tem o que fazer em casa, né?
- Você não devia ter dado nada! É tudo para comprar drogas!
- Você é trouxa! Trabalhar que é bom, nada!
Eu fiz trabalho voluntário durante muito tempo e até hoje continuo ensinando e dando cursos e atendimentos gratuitos nos meus grupos, nas redes sociais. E sim, tenho muito o que fazer.
Também já disse não pra muita gente que veio me pedir dinheiro nas ruas, porque senti que a pessoa estava fingindo a situação, ou que ela mesma poderia resolver.
Já neguei consultas quando percebi que a pessoa precisa resolver por ela, ou que pensava que poderia me ludibriar de alguma forma.
Devo ter ajudado gente que até poderia gastar com drogas, mas pelo menos fiz o que meu coração pediu.
E também já ofereci consultas e atendimentos para quem não tinha me pedido nada.
Já comprei coisas com os camelôs no Metrô e devo ser o exemplo de uma pessoa trouxa, politicamente incorreta, que incentiva os vagabundos, na opinião de muitos.
Mas eu não me importo com essas opiniões. Elas não pagam minhas contas.
Não tenho como saber se todas as pessoas que ajudei são vagabundas ou drogadas, se você tem como saber, por favor me fale sobre seu método, pra eu nunca usar.
Tem muita gente boa e trabalhadora passando por necessidade, principalmente nesse isolamento, então me poupe desse julgamento simples.
Se não temos condições de alimentar corpos, pelo menos poderíamos tentar alimentar almas, como muitos estão fazendo.
Não estou dizendo que deveríamos alimentar pessoas que pouco se importam com elas e que na maioria das vezes, não trabalham e não conseguem mudar de vida.
Também concordo que quem mais deveria fazer nada faz, que são os governantes.
Esse é o pensamento crítico-social e quando estamos nesse nível, agimos como pessoas, mas quando apesar de tudo isso você se dispõe a dar algumas cestas básicas, um pouco de comida pra quem bate na sua porta ou umas palavras amáveis para quem está se sentindo muito mal com toda essa situação, então você já deixou de agir no nível humano e agora está agindo no nível de Deus.
Somos centelhas divinas, deidades com poderes de ajudar quem está pior do que nós, sem julgamentos, apenas pelo simples ato de perceber que naquele momento, estamos em condições superiores.
É esse pensamento que faz com que as deidades ouçam as nossas preces e pedidos, porque se algum santo ou Deus parasse para refletir quem merece suas benção, nunca haveria nenhum milagre ocorrendo nesse mundo e a vida está repleta de milagres.
Então não somos trouxas quando ajudamos alguém.
Nossa ajuda pode ser apenas uma gota no oceano, mas por causa de uma gota, barragens se romperam, então se você é contra ajudar, tudo bem, é seu direito, mas por favor, não perca tempo criticando quem está fazendo a diferença nessa pandemia, antes e depois dela.
Apenas fomos tocados pela divindade, para atuar como deidades.
Jesus disse: “Vós sois deuses!”.
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