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O advogado dos suicidas - I

Atualizado dia 4/25/2006 11:26:08 PM em Autoconhecimento
por Bernardino Nilton Nascimento


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Todos falam que o estado de um suicida, do outro lado da vida, não é nada bom. Uma dúvida que temos é se o ato de tirar a própria vida é um ato de coragem ou de covardia. Será que às vezes a vida fica tão sem saída? O que passa na cabeça de um ser humano nessa hora tão desesperadora? Temos o poder de julgar e condenar um suicida, seja qual for o motivo?

O ato do suicídio é um momento extremamente pessoal. O seu “eu” mais profundo em um estado de solidão, de amor, de desapego e de ilusão. Alguns suicidas, na busca de sua essência, resolvem partir, por nada, sem deixar motivos, apenas seguir numa viagem sem volta.

Existem diversos tipos de suicidas. Há os suicidas que permitem serem mortos por alguém, por uma causa qualquer. Sabem que não devem passar por um determinado lugar e, ainda assim, se arriscam e passam, mesmo conscientes de que naquele lugar existem inúmeras pessoas querendo sua morte. Eles correm o risco, preferem ir pelo caminho do perigo. Podemos dizer que é um ato de sacrifício. Eles são suicidas, pois sabiam do perigo e mesmo assim foram em frente.

Há suicídios praticados por dificuldades financeiras, por amores não correspondidos... Seja lá qual for o motivo, todos são tristes, mas perdoáveis. Ninguém sabe a situação exata do seu estado emocional, por isso nossa vigilância sobre o que habita dentro da cada um de nós tem que ser constante.

O limite é o nosso maior desafio. Reconhecer nossas limitações, procurar pensamentos bons, viver o momento presente, fazer o que tem que ser feito colocando amor acima de qualquer coisa, são alguns dos ingredientes que podemos usar contra o desejo de por um fim em tudo.

Agora os suicidas têm um Advogado de Defesa que irá fazer o possível para provar que tal ato, quase todos, foram por amor. E onde tem o amor, tem o perdão.

- Eu serei o Advogado dos meus irmãos suicidas, peço ao Excelentíssimo Senhor Criador do Universo um lugar digno para estes irmãos, estes queridos irmãos que por ignorância espiritual, ou talvez sendo levados por uma sociedade covarde e sem coração, tiraram a sua própria vida. Essa sociedade cava, a cada momento, o seu próprio suicídio diante da evolução desenfreada e materializada do planeta, deixando a evolução espiritual para um segundo plano.

- Eu, O Divino, fico satisfeito de ter em meu Auditório Astral um advogado destes pobres seres que também são meus filhos. Mas, pelo livre arbítrio, tenho que acatar estes atos e tenho que nomear uma Promotora. Escolhi a Consciência, pois ela vive dentro de todos os meus filhos.

- Claro, Excelentíssimo Divino! - diz o Advogado de Defesa.

- Meu querido filho advogado, como temos muitos casos diferentes de suicídios, posso julgar somente alguns tipos. Os outros ficam por conta da sentença dada aos suicidas dessas categorias mais relevantes. Dou a cada grupo um representante, a Promotora, Excelentíssima Consciência, que coloquei em todos os meus filhos para que eles mesmos façam seu próprio julgamento conforme vão se aprimorando e evoluindo espiritualmente.

- Que assim seja, Excelência! Só gostaria de colocar uma questão em minha defesa. Vossa Excelência mesmo disse que a Consciência fica mais forte, menos tolerante, mais exigente conforme nossa evolução espiritual. Então, neste caso, eu considero os suicidas inocentes. E peço à Vossa Excelência Divina um lugar melhor para todos, com a alegação de que eles não eram tão evoluídos, porque se fossem, talvez - pense bem, Excelência - talvez não tivessem cometido o suicídio.

- Por que o talvez? pergunta o Divino. - Você, filho advogado, acha mesmo que um espírito mais evoluído poderia abandonar sua missão na terra por si próprio?

- Sim, Excelência. A vida na Terra é feita da soma dos segundos, e quem se colocar acima do tempo na escalada evolutiva pode se perder em mínimas questões, podendo cometer uma falha e, assim, a partida se tornar inevitável. É sempre bom lembrar que uma frase de segundos quase colocou tudo a perder: “Pai, por que me abandonaste?” Se não fosse permitido por Vossa Excelência a ressurreição de Jesus Cristo, estaríamos perdidos, e o número de suicidas, com certeza, seria bem maior.

- Meu filho, sabes que sou justo. Se me mostrares o outro lado dos suicidas vou rever meus conceitos, e eles mesmos vão se desapegar do momento da morte e ir para um lugar melhor.

- Mas, Senhor! Sem sua ajuda será muito difícil eles irem para um lugar melhor, por conta própria.

- Se fizeres uma boa defesa darei a ajuda que precisas!

- Obrigado, Excelentíssimo. Podemos começar?

- Podemos, mas gostaria de começar pela Promotora Consciência.

- Meu caro amigo Advogado, parece até que não tem consciência! Pois eu mesma estou constantemente em sua mente e visito sempre seu coração. Como vem aqui ocupar o Criador, já que cada um foi julgado antecipadamente por mim, dando a eles a sentença que eles mesmos escolheram?

Continua a Promotora: - Fui escolhida pelo Divino para trabalhar nesta missão. Não sabes o que passo dentro de cada um... me jogam para a mente, para o coração e muitas vezes me jogam fora. Não me dão ouvidos e quando resolvem dar, já é tarde demais. Por isso tenho absoluta certeza, pelo cargo que ocupo dentro de cada um, que o Excelentíssimo Divino deve deixar todos ficarem onde estão, até que me usem e se arrependam, mudando seu estado no momento da morte, desapegando-se das coisas materiais e de seus sentimentos no momento da partida prematura da terra. Excelentíssimo Divino, não abro mão do cargo de confiança que me deste para ficar aqui no Auditório Astral fazendo parte de um julgamento que já foi realizado por cada um. Eu estou dentro de todos os seus filhos antes e depois da morte, sempre buscando dar a eles o equilíbrio e o perdão, embora muitos não me deem atenção. Não vai ser agora que devo amolecer, principalmente diante de Vossa Excelência, de quem gozo de total confiança. Não estou acostumada a desafiar quem trabalha comigo e procura fazer o melhor. Isso serve para você, meu caro colega Advogado de Defesa. Então, para adiantar o caso, considero todo mundo julgado, todos os tipos de suicidas, sem abrir mão da minha sentença: devem ficar onde estão, até se arrependerem.

- Com a palavra, o Advogado dos Suicidas. Por favor, filho advogado, pode chegar mais perto? Tem certeza que quer enfrentar a Promotora Consciência? Ela jamais perdeu uma causa e todos, no final, acabam ficando satisfeitos. Sei que a cura é longa, mais lá na frente é que a Consciência dará resultados. Confesso que no início ela faz doer, mas é para o bem de todos. Jamais colocaria alguma coisa de ruim nos meus queridos filhos.


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"Não seja um investigador de defeitos, seja um descobridor de virtudes"./ "Quando a ansiedade assume a frente, as soluções vão para o final da fila"./ "Quando os ventos do Universo resolve soprar a favor, até os erros dão certo". BNN
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