Menu

O caminho do equilíbrio

Atualizado dia 9/26/2007 2:01:26 PM em Autoconhecimento
por Alex Possato


Facebook   E-mail   Whatsapp

O que pode desequilibrar uma vida? O que leva uma pessoa a se desequilibrar emocionalmente? Por que atualmente tantos relacionamentos encontram-se desequilibrados? O que acontece?

O grande mestre zen chinês, Yoka Daishi, dizia: “não procurar a verdade, não cortar as ilusões”. Tanto a filosofia zen como a taoísta já sabiam o que hoje a neurolingüística afirma: tudo o que temos na mente são idéias, crenças, valores que só tem o peso que damos a elas. Quando falo “estou gordo”, estou simplesmente afirmando uma coisa sob um parâmetro de peso que tenho. No Japão, alguém com mais de 80 quilos é considerado gordo. Quanto que é gordo para você?

Se dizemos a alguém “você me prejudicou”, estamos afirmando uma idéia de que fui prejudicado sob o meu ponto de vista. Será que isso é verdade? Certa época deixei de receber um alto valor que era de direito e acabei contraindo uma dívida enorme junto aos bancos, por ter investido o que eu não tinha na minha empresa. Os juros bancários triplicaram o valor da dívida e isso me deu uma enorme dor de cabeça. Durante um bom tempo senti-me lesado por esse indivíduo. Porém, esta situação me fez ver que, na realidade, eu gostaria de trabalhar com outro tipo de empresa e aquela onde eu investira tanto não trazia empolgação, motivação, prazer no trabalho. Mudei de ramo e hoje estou muito feliz com o que faço.

A mente humana coloca “verdades” que só são reais para ela mesma, naquele único e exclusivo momento, e depois combate tudo o que não corresponde a essa verdade inventada. Se acho a cidade violenta, cada fato mais agressivo que leio nos jornais ou ouço de comentários serve para reafirmar essa idéia irreal. Se acho a cidade tranqüila, só ouço as estatísticas de que o número de homicídios em São Paulo já decaiu em 30% nos últimos 10 anos e deixo de ver qualquer outro dado sobre crimes. A verdade é aquilo que queremos ver. Estar em equilíbrio, como o mestre Yoka Daishi escreveu, é estar além da necessidade de procurar verdades ou cortar as ilusões. Isso serve tanto para as coisas externas, aquilo que podemos ver, ouvir, sentir, pegar, como também - e principalmente - para aqueles conceitos que temos sobre nós mesmos.

Você é aquilo que pensa que é?

Dizemos "sou simpático, sou tímido, sou feliz, sou triste, sou deprimido, sou esperto, sou atirado"... Isso é verdade até que ponto? Em que momento a mente se prende para tecer um julgamento tão absoluto? Tudo isso, no fundo, são crenças e todas as crenças podem ser mudadas. Num dia eu me acho bem, noutro dia me acho indisposto. Num segundo estou triste, no próximo, tranqüilo. A pessoa que julguei brava agora parece-me simpática... Como diz o guru indiano Krishnamurti, se você continua mantendo a crença viva é porque quer fortalecer a crença e não ver a realidade. A realidade está além de todas as crenças, está além de tudo aquilo que nossos pensamentos e emoções possam conceber.

Equilíbrio no dia-a-dia

Por vivermos condicionados por nossa educação, pela mídia e pela sociedade como um todo que o mundo é aquilo que julgamos, acreditamos em todos os nossos julgamentos. O pensar é importante para tomarmos algumas decisões, para aprendermos coisas novas, para batermos papo com as pessoas. O problema não é exatamente o pensar, mas sim, o julgar. Julgamos tudo. O ar está poluído ou não. Isto é bom ou é ruim. Se é ruim faz mal à saúde. Se a saúde vai mal vou ficar doente. Se ficar doente não posso trabalhar. Se não posso trabalhar minha família não terá como se sustentar. Se ela não se sustenta meus filhos ficam fragilizados. Se eles ficam fragilizados vão sofrer. Se eles sofrem eu também sofro mais ainda. Se eu sofro mais ainda e estando já doente, eu morro. Se eu morro vou para...

A mente viaja o tempo todo. Em neurolingüística dizemos que a mente alucina o tempo todo. E mesmo sem esquizofrenia ou neurose, alucinamos! É uma alucinação total, um gasto extremamente grande de energia para pensar... besteiras, coisas que não têm fundamento nenhum! Que tipo de pensamento leva a algum lugar? Ou será que são as pernas que levam a algum lugar? Ou, quem sabe, um algo maior e desconhecido? Por isso é importante soltar-se.

Soltar-se por um instante dos significados dos pensamentos. Olhar nossos filhos, sem julgar se eles estão bem ou estão mal, se estão certos ou estão errados. Educá-los, sem nada querer, sem querer que eles atinjam algum lugar; afinal, que lugar existe para eles atingirem? Olhar para si e também não julgar-se belo ou feio, gordo ou magro, bem de vida ou pobre, inteligente ou limitado, bem relacionado ou solitário. Os pensamentos dão significados irreais e portanto não é necessário apego aos significados. É importante soltar-se inclusive da idéia de soltar-se.

E se por um milésimo de segundo você alcançou esse soltar-se, penetrou no estado da mente vazia. Segundo Eckhart Tolle, autor dO Poder do Silêncio, “ao penetrarmos mais profundamente nessa área de mente vazia, começamos a perceber o estado de pura consciência. Nesse estado sentimos a nossa própria presença com tal intensidade e alegria que os pensamentos, as emoções, nosso corpo, o mundo exterior – tudo se torna insignificante comparado a ele”.

Permita-se sair à rua apenas observando, consciente de que está observando e não julgando absolutamente nada. Veja uma pessoa e não a julgue bonita ou feia, elegante ou mal vestida. Simplesmente veja. Veja as casas, os prédios, os carros, o trânsito, os meninos no farol. Simplesmente observe. Vá ao mato, à floresta e observe. Veja sua mesa de trabalho e observe.

Este é um treino zen para o cotidiano, onde sua mente começa a ceder lugar à sua consciência. Viver consciente é um estado de suprema realização e equilíbrio, já que nada se espera e nada se deseja, e por nada se esperar ou desejar, tudo se tem. O fazer nesse estado, deixa de ser uma atitude e ganha a dimensão de celebração.
Imagine-se você sendo um pai, mãe, trabalhador, namorado, estudante, vivendo em estado de consciência e não mais empurrado de lá para cá pelos pensamentos aleatórios?

Isso é equilíbrio.

Alex Possato é professor de constelação familiar sistêmica e terapeuta sistêmico. Saiba mais,  clicando aqui



Texto revisado por Cris


Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 61


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa