O chamado da alma
Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/19/2025 6:42:34 AM
O homem consegue explicar por que está triste - ele conhece as razões de sua tristeza -, mas não consegue, quase nunca, dizer por que está angustiado. Isso porque não sabe de onde vem a angústia. Ele simplesmente desconhece sua fonte. Busca ao redor e não encontra motivos. Percebe, então, que foi algo inusitado, pois estava bem, e, de repente, seu astral mudou.
"De onde vem esse sentimento?", pergunta-se, mas não encontra respostas. O que faz então? Quase sempre tenta fugir. Lança mão de mecanismos de evasão para não se confrontar com esse desconforto. Foge por meio de drogas, diversão, distrações ou qualquer coisa que possa atenuar os efeitos indesejáveis dessa moléstia. Uns buscam sexo, outros se lançam no esporte - e assim por diante.
Na verdade, ele deseja apenas ativar a produção dos chamados hormônios da felicidade: endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina. Essas substâncias agem como mágica, dissolvendo o mal-estar provocado pela angústia. No entanto, o que muitos não percebem é que estão apenas adiando o enfrentamento - estão fugindo. A angústia, nesse caso, é um grito desesperado da alma. Existe alguém - talvez um "outro eu" - que quer muito conversar, mas só encontra o desprezo.
O homem foge da própria sombra. Não quer ouvir a voz interior que clama por ajuda. Não suporta o assédio das sensações ruins e prefere esconder-se de si mesmo. Como um avestruz, nega a realidade e tenta refugiar-se em algum tipo de ilusão. O aspecto mais triste dessa atitude é que todos esses conteúdos não elaborados continuarão existindo - e, com o tempo, provocarão efeitos cada vez mais intensos.
Não se pode fugir da própria sombra. Onde quer que estejamos, ao olharmos para trás, a encontraremos. A sombra precisa ser iluminada para deixar de existir. Isso se faz por meio da integração dos conteúdos inconscientes - processo que pode ocorrer com o auxílio de profissionais ou por meio de técnicas de autoaplicação.
Podemos extravasar muitos dos conflitos inconscientes através da criatividade. Foi isso que nos ensinou Carl Gustav Jung com a técnica da imaginação ativa, também chamada de função transcendente.
Quando pintamos um quadro, escrevemos um poema, compomos uma canção ou esculpimos uma imagem, estamos dando forma material ao que antes era apenas um conteúdo interno. Tornamo-nos, assim, canais para todo esse material denso que precisa ser ressignificado. Trata-se de uma verdadeira catarse: os personagens que habitam o "condomínio do nosso ser" querem apenas sair das sombras e alcançar a luz.
Grandes artistas da história - como Van Gogh, Frida Kahlo, Michelangelo, Renato Russo, entre tantos outros - foram profundamente angustiados. E encontraram na arte um meio de expressão e transcendência.
É preciso convidar o inconsciente para um bate-papo. Sentar-se no sofá com os próprios medos e usar suas virtudes para dissolver as energias que alimentam esses complexos. Trate cada desconforto como se fosse um personagem. Ouça-o, permita que se expresse. Você não precisa temer. Todo o poder está com você. Você está no trono: é a testemunha que sobrevive a todos os processos.
O enfrentamento de si mesmo é a grande missão que te trouxe a este mundo - e nada mais. Só deixaremos de retornar a este plano quando transformarmos os combustíveis emocionais em informação e tornarmos conscientes todos os conteúdos inconscientes.
Isso é o que os psicólogos chamam de individuação. E o que eu chamo de iluminação.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conhe�a meu artigos: Terapeuta Hol�stico, Palestrante, Psicap�metra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (s� para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
