O chamado para a Vida real




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/29/2025 7:03:15 AM
Às vezes a vida me faz mudar o rumo; às vezes é o rumo que me faz mudar a vida. Por muito tempo, repeti frases como essa sem prestar atenção ao que elas realmente queriam me dizer. Hoje entendo com mais clareza: é sempre a Vida no comando.
E quando digo "Vida", falo daquela Inteligência superior que sustenta tudo, que movimenta os ciclos, que transforma semente em árvore, dor em aprendizado, caos em equilíbrio. A Vida, com "V" maiúsculo, não é aleatória nem punitiva. Ela apenas responde. Ela segue princípios imutáveis e eternos - não preferências. Ela não se curva aos nossos caprichos. Somos nós que precisamos aprender a dançar conforme a música dela - e a música é evolução. Evoluir para alcançar algo? Não. Evoluir apenas para tornar-se o que já somos.
Durante muito tempo, acreditei que havia um rumo separado da Vida. Que eu mesmo decidia. Que eu tinha controle. Mas, com o tempo, descobri que a ilusão do controle só gera frustração. A Vida já tem um plano - e esse plano é simples: crescimento. Expansão. Despertar. Como tudo na Natureza.
Quando me recuso a evoluir, a Vida me empurra com a força da dor. E quando aceito crescer, ela me guia com a luz da consciência. O sofrimento, percebi, não é castigo - é apenas o atrito entre minha resistência e os princípios naturais do Universo.
É duro admitir, mas por muitos anos eu fui o principal obstáculo no meu próprio caminho. Apegado a ideias velhas, tradições que já não faziam sentido, crenças que apenas me mantinham anestesiado - paradigmas ancestrais que limitavam meu ser. Confundi fé com medo, entrega com submissão, espiritualidade com dependência. E assim, terceirizei minhas escolhas existenciais. Permiti que me dissessem para onde ir e em que acreditar. Entreguei meu poder a instituições religiosas, a figuras de autoridade, a promessas de salvação - mal sabia eu que não existe nada a ser salvo, apenas algo a ser despertado.
Só que a Vida não aceita terceirizações. Ela exige presença. Responsabilidade. Coragem. Não há atalhos para quem quer viver de verdade.
Hoje vejo com clareza: não há ninguém vindo me salvar. Nenhum pastor, guru, mestre, entidade ou sistema religioso pode fazer por mim o que só eu posso fazer. Não existe salvação para aquilo que já é tudo que precisa ser. Para aquilo que é divino. Ora, vocês realmente acreditam que Deus precisaria de algum tipo de salvação? Por que, sendo deuses, acreditamos que precisaríamos?
Sim, é mais fácil viver como parte de um rebanho - como um leão criado entre ovelhas, que desconhece a própria força. É mais cômodo repetir mantras, seguir ordens, obedecer a regras impostas, praticar rituais prontos e cumprir protocolos religiosos. Mas essa segurança é uma prisão disfarçada. E eu cansei de viver preso.
Sei que essa escolha pela liberdade pode soar arrogante para alguns, herética para outros, mas ela nasceu de um lugar muito honesto: o desejo de ser inteiro. Não quero mais mentir para mim. Não quero mais viver uma espiritualidade baseada no medo do inferno ou na esperança de uma recompensa futura. Quero viver o sagrado aqui, agora - sendo quem sou, expressando o que sou, em alinhamento com a Vida.
A Vida não quer covardes espirituais. Ela não se compadece da nossa inércia. É generosa, sim, mas também é impiedosa com aquilo que se recusa a crescer. Cada vez que viro as costas para minha própria grandeza, a Vida me mostra - com firmeza e compaixão - que estou desperdiçando o que há de mais precioso: a possibilidade de me tornar consciente.
Todos nós, em algum ponto da jornada, nos deparamos com uma bifurcação inevitável. Um momento em que a alma nos pergunta com clareza: você quer continuar escravo ou quer se tornar livre?
Escravo das ideias herdadas, das tradições que já não servem, das vozes externas que ditam quem você deve ser? Ou livre para descobrir, por si mesmo, o caminho de volta à sua própria essência?
Eu fiz minha escolha. Escolhi o caminho da liberdade interior. Escolhi parar de latir para a caravana da evolução e, em vez disso, caminhar com ela. Escolhi a responsabilidade de ser quem sou - mesmo quando isso me afasta de tudo que eu antes chamava de segurança.
E o mais surpreendente foi descobrir que, ao fazer essa escolha, todas as forças do Universo pareceram conspirar a meu favor. Não porque a Vida faz favores, mas porque, quando me alinho a ela, tudo flui. Tudo se encaixa. Tudo ganha sentido.
A Vida não me quer pequeno. Não me criou para viver no automático, repetindo padrões de medo, culpa e submissão. A Vida quer que eu floresça, que eu brilhe, que eu me torne consciência viva em movimento. E por mais desafiador que isso pareça, sei que não estou sozinho. Cada ser humano carrega dentro de si essa mesma centelha, essa mesma força silenciosa pedindo passagem.
Então, se você ainda está preso ao medo, ao conservadorismo cego, à religião que te infantiliza e te ensina a depender, saiba: você pode escolher diferente. Você pode escolher acordar. Pode escolher se libertar.
E, se escolher, todas as Leis da Vida - todas, sem exceção - estarão com você.









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conhe�a meu artigos: Terapeuta Hol�stico, Palestrante, Psicap�metra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (s� para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |