O Educador e o Sonhador: Entre a Esperança e o Caminho




Autor Paulo Roberto Savaris
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/14/2025 11:13:48 PM
(Uma crônica dialogal para o Dia do Professor)
Neste diálogo entre o autor e sua inspiração interior — representada pela figura de São Francisco — o Sonhador revisita sua trajetória como educador, semeando esperança e fé através da educação.
Ser professor é mais que uma profissão — é um chamado.
Entre livros, hortas e corações em formação, descobri que a sala de aula é um templo, e ensinar é semear fé na humanidade.
Hoje, nesta data simbólica, partilho com você, leitor, fragmentos de uma vida dedicada à educação, à esperança e à transformação de crianças e adolescentes.
— Francisco, hoje o coração amanheceu com cheiro de terra molhada e lembranças antigas.
— É o perfume do tempo, Sonhador. A terra guarda o que semeaste com amor.
Sento-me no alpendre do Sítio Encantado, e entre o canto dos pássaros e o sopro do vento, volto aos dias em que os sonhos brotavam no chão fértil das escolas.
Entre elas, carrego com ternura no peito o tempo vivido na Escola Estadual do Campo Tatetos — um lugar onde a vida pulsava em cada sorriso e em cada semente plantada.
A Sala da Esperança e o Jardim dos Sonhos
Na Escola Barão do Rio Branco, nasceu a Sala da Esperança — um espaço que floresceu do desejo de curar o desânimo com afeto e escuta.
Ali, o aprendizado tinha cheiro de lápis novo e o som do recomeço.
Crianças e adolescentes encontravam refúgio para acreditar outra vez.
— Era tua oração diária, Paulo.
— Sim, Francisco. Cada palavra dita, cada silêncio compreendido, era uma prece.
E quando a vida me conduziu até a Escola do Campo Tatetos, percebi que a esperança podia vestir novas cores.
Ali, entre as turmas do 6º ao 9º ano, aprendi que a terra é o livro mais sábio que existe — e que cada aluno é uma página viva desse livro.
Na horta, as mãos pequenas plantavam alface, repolho e sonhos, cultivavam árvores frutíferas e flores nativas, e, silenciosamente, o milagre acontecia:
da paciência brotava a vida, e do cuidado nascia a fé.
O Pequeno Príncipe e o Teatro da Vida
Foi lá também que o Projeto do Livro do Pequeno Príncipe ganhou vida.
Entre risos e metáforas, descobrimos juntos que “o essencial é invisível aos olhos”, mas pode ser sentido no coração.
As crianças encenavam, criavam figurinos, pintavam cenários — e, sem perceber, viviam a verdadeira lição do principezinho: cuidar do outro é cuidar de si.
— Vês, Sonhador? Transformaste leitura em poesia viva.
— E eles me ensinaram que o teatro é uma forma de oração em movimento, Francisco. Quando uma criança acredita, o mundo muda de tom.
Liderar com o Coração
Entre as tantas sementes lançadas, uma delas sempre me comoveu: o Projeto de Formação de Líderes de Turma.
Não formávamos chefes, mas cuidadores do coletivo.
A liderança ali nascia do respeito, da empatia e da escuta.
E ver os alunos aprenderem a servir ao invés de mandar foi uma das maiores recompensas que a educação me deu.
— Servir é o verbo mais nobre, Paulo.
— Concordo, Francisco. A liderança verdadeira é feita de mãos sujas de terra e olhos que sabem enxergar o outro.
O Legado e os Novos Caminhos
Hoje, quando olho para trás, percebo que a educação foi o meu campo de milagres.
Cada escola, cada aluno, cada projeto — uma estação diferente nesse jardim de vida.
Agora, transformei o quadro em livro, o giz em palavra, o ensino em espiritualidade.
Meus livros continuam o que a escola começou: levar esperança a quem perdeu a fé no amanhã.
Porque o professor não deixa herança — deixa raízes, e elas continuam a florescer mesmo quando ele já partiu para outro chão.
O Professor e o Peregrino
Hoje, neste Dia do Professor, celebro não o título, mas o propósito.
Ser professor é ser um peregrino da esperança, alguém que crê na luz mesmo quando o mundo parece escuro.
— E se o tempo te desse a chance de recomeçar, Sonhador?
— Eu voltaria à Tatetos, Francisco. Voltaria à horta com os meninos, à sala de teatro, aos risos inocentes...
Mas deixaria as portas sempre abertas, para que cada aluno entrasse e saísse levando um pouco de fé.
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Texto Revisado
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