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O fim da guerra contra o sofrimento

Atualizado dia 9/16/2014 11:03:20 AM em Autoconhecimento
por Alex Possato


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Dia desses questionaram-me que não é possível viver feliz quando pessoas próximas sofrem. Que seria, inclusive, insensibilidade. Entendo o que a pessoa queria me alertar. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que não estou livre do sofrimento. Poucos seres humanos estão. E tampouco sou insensível. Mas a grande questão é: de quem é o sofrimento que surge, quando vejo alguém sofrendo?

É meu, não é? E o sofrimento do outro… é do outro. Cada um sofre por seus próprios motivos: passado difícil, choques de humilhação e abandono, carência emocional e espiritual, carma e sistema familiar… O que olho fora, desperta o que tem dentro. Simples assim.
Uma outra coisa que é importante entender: o sofrimento nos causa um “aparente” mal, porque o nosso cérebro interpreta que estamos vivenciando situações de risco, medo, pressão… e dispara em nosso organismo substâncias químicas que provocam o mal-estar, com o único e exclusivo objetivo de nos preparar para a luta ou para a fuga.
Então, vamos entender: o sofrimento do outro acende uma lembrança, que pode ser muito antiga, de um sofrimento que já morreu. Dentro de mim. Ou pelo menos, deveria ter morrido, pois é passado. Porém, o cérebro não sabe se existe passado ou futuro. Ele simplesmente acessa as informações no agora, e no agora interpreta e reage.
É fundamental entender isso. O sofrimento é uma repetição de lembranças inconscientes do passado. Não tem realidade.
O que tem realidade, então? Se vejo uma criança ferida, não é real? Se vejo alguém drogado, não é real? Se estou em dificuldades financeiras, não é real? Se fui traído, não é real?
Sim, se isso está ocorrendo exatamente neste micro-segundo, é real. Depois, se torna passado. E é lógico que algo que me “pega”, irá provocar mal estar. E se vejo alguém mal, principalmente se é alguém próximo, ficarei mal também.

Não tem nenhum problema em sentir-se mal com o sofrimento. Inclusive, este é um requisito básico da compaixão. Só tenho compaixão porque sinto o sofrimento… sei que ele dói. Dói muito. Mas não estou apegado a ele. E da mesma forma que ele veio, ele vai. Dessa forma, quando possível, posso auxiliar. E quando não posso fazer nada, ao menos, posso compartilhar meu estado de presença.

Há uma estratégia do nosso ego, viciado no sofrer que fomos ensinados por nossos pais, a acreditar que não podemos viver em paz, porque outros não estão bem. Se você olhar para si de verdade, verá que quem não está em paz é você. Não tem muito a ver com os outros. É necessário investigar as causas do seu próprio sofrer. Ir fundo. Meditar muito. Observar-se exaustivamente. Fazer terapia, se necessário. Mas é preciso desligar este mecanismo compulsivo do sofrimento. Ele impede a sua paz, rodando um programa que talvez, hoje, não tenha mais necessidade. É possível viver em paz e feliz. Mesmo observando e convivendo com pessoas que estão em guerra e infelizes. Mesmo tendo momentos ruins na vida, e caindo, às vezes. É possível estar em paz e auxiliar. Mas acredito que, alguém que sofre, não pode auxiliar ninguém… pois está precisando de auxílio. Muitos tentam consertar o mundo fora, porque não aguentam o próprio sofrimento… É um saco sem fundo. Faz guerra contra o sofrer.

Eu convido estas pessoas a fazerem uma trégua… observe este combate. Quem você está combatendo? O que você está excluindo, dentro de si? O que não aceita? Qual é o seu sofrer, que você não aceita, de jeito nenhum? Faça uma trégua. Solte as armas no chão. Olhe para o inimigo, e fique em silêncio. Está na hora de chamar pela paz… E ela virá, tenha certeza disso.

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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