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O preço do sacrifício

Atualizado dia 4/29/2006 12:49:21 PM em Autoconhecimento
por Daniel Ferreira Gambera


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Sacrifício segundo o dicionário é renúncia ou privação voluntária, em favor de algo ou alguém, por razões morais, religiosas ou práticas. O conceito de sacrifício envolve várias possibilidades, algumas delas positivas, talvez, quando o sacrifício não é um fim em si mesmo e se mostra necessário, como último recurso, em momentos críticos, quando tudo o mais falhou, de caráter emergencial e temporário...

Neste texto, quero analisar o preço do sacrifício tornado um hábito, um ideal de vida. Venho de uma tradição que considera o sacrifício como um sinal de superioridade espiritual e como um objetivo a ser atingido. Inconscientemente ainda trago as marcas dessa tradição em minhas atitudes. Durante muito tempo vivi esses ideais sem ter muita consciência disso e, como conseqüência, sem ser capaz de entender as repercussões de longo prazo que esse tipo de atitude estavam trazendo à minha vida.

Primeiramente, gostaria de colocar a idéia de que o Universo é bem planejado... Sendo assim, todas as coisas são feitas de modo a funcionarem harmoniosamente, naturalmente. E, também, que o Universo funciona de modo a nos prover do que for necessário para nosso desenvolvimento e amadurecimento espiritual. Faz parte de nosso desenvolvimento espiritual aprendermos a nos harmonizar com ele, por decisão e vontade própria.

Os sacrifícios freqüentemente vêm da idéia de que o Universo não é harmonioso, que há falhas que ele, o sacrificado, veio sanar... através de seu sacrifício pessoal... Assim, quem está disposto a se sacrificar procura por lugares onde, segundo a sua percepção, a Justiça do Universo não chega... Ele vai para tentar “consertar” o que está “errado”... E, como não encontra, nem a razão daquela situação, nem uma forma de saná-la verdadeiramente, resolve se sacrificar, privando-se do que lhe seria necessário para seu próprio bem-estar e desenvolvimento, esquecendo-se de sua primeira missão, que é a de aprender a cuidar bem de si, administrar bem seu próprio crescimento.

O sacrifício, muitas vezes, então, poderia ser considerado como uma forma de trapaça... Equivalente a injetar dinheiro em um empreendimento falido e sem nenhuma viabilidade... Um dia a conta vem... Nesse caso, por exemplo, sacrificar-se acaba protelando a resolução da situação... Se o sacrificado deixasse que essa empresa falisse logo, os envolvidos, mais cedo, entrariam em contato com a realidade e, ele poderia parar de descuidar de si mesmo. Claro que nos preocupamos com o bem estar dos outros, mas não adianta inventarmos... Ninguém resolve o problema do outro... Claro que podemos ajudar... Mas, se essa ajuda começa a nos prejudicar, algo está errado... Talvez o Universo esteja nos dando uma dica: olha, o que você está fazendo está atrapalhando mais do que ajudando; é melhor você tomar mais conta de si, que assim você estará mais harmonizado...

Mas, o que acontece, geralmente? Achamos que temos que lutar mais ainda e vamos atrapalhando mais a situação e nos endividando mais ainda conosco mesmos, adiando o nosso amadurecimento, já que os recursos que nos foram fornecidos para cuidarmos de nós mesmos e de nossas responsabilidades pessoais, estão sendo desperdiçados em algo que não estamos fazendo da forma adequada... Temos a fantasia de que, se nos sacrificarmos mais ainda, um dia esse sacrifício terá frutos... E vamos assim, aumentando e aumentando essa dívida... Até que um dia não conseguimos mais e percebemos que estamos “quebrados” e, possivelmente, numa situação pior do que aqueles a quem inicialmente pretendíamos ajudar...

É... Esse tipo de sacrifício tem um preço muito alto. Quando olharmos para trás, para avaliarmos os frutos dele, talvez nos surpreendamos com a raiva que teremos por nós mesmos, pelas oportunidades de crescimento que tivemos, mas a que renunciamos, pelas experiências necessárias que podíamos ter vivido, mas de que nos privamos... Em favor do ideal... E descobrirmos, que esse ideal e essa forma de agir, apenas nos tornaram incentivadores e idealizadores da produção de uma legião de pessoas tristes, sem entusiasmo, sem conquistas pessoais importantes e sem razões para celebrar a vida.

Não caia na ilusão de que, se fizermos somente pelos outros, o Universo fará por nós... Há coisas que ninguém pode fazer por nós... Nem o Universo... Ele pode colaborar conosco, mas... só nós podemos decidir enfrentar os desafios que nossas vidas nos apresentam... Só nós podemos escolher o tipo de vida que queremos de ter... Só nós podemos decidir a que idéias vamos dar crédito ou não... Só nós podemos decidir se vamos acreditar e investir em nós mesmos ou não... Só nós podemos escolher nos esforçarmos em favor de nossa felicidade ou não...

Dar tudo o que temos não nos tira a responsabilidade de termos que dar a nós mesmos a chance, a oportunidade e os meios para enfrentarmos os desafios e oportunidades que nossas vidas nos trazem. O sacrifício sem sentido é aquele que nos dificulta isso... Renunciarmos aos recursos que nos permitiriam isso seria uma grande irresponsabilidade com a nossa própria evolução e felicidade e, certamente, teria um impacto altamente negativo, não só em nossas vidas...

Talvez, cumprirmos nosso papel no Universo não seja darmos tudo o que temos nem renunciar ao que temos direito, em favor de algo... Mas, talvez seja, ao contrário, aproveitarmos tudo o que temos, da melhor forma, tendo em vista nosso desenvolvimento espiritual, nos tornando pessoas melhores, capazes de produzir cada vez mais ações positivas a cada dia. Assim, nos tornarmos melhores provedores, com ações mais efetivas, mais atentos, mais responsáveis, mais lúcidos e felizes...

Quando pudermos ajudar, ajudemos, da forma que pudermos e que não nos prejudique. Quando não pudermos ajudar, que possamos admitir e não pioremos as coisas, nos prejudicando...

Texto revisado por Cris

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