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O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR?

Atualizado dia 10/27/2006 3:08:50 PM em Autoconhecimento
por Silvana Lance Anaya


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Desde a tenra idade ouvimos esta tão conhecida frase: "O que os outros vão pensar?" Mas, afinal, quem são esses “outros”?!

Se perguntarmos a uma criança, ela talvez nos diga que esses “outros” devem ser criaturas assustadoras que andam por aí em bandos, prontas a atacar e a atormentar quem não for bem “bonzinho” e exibir conduta irrepreensível, pois muitos adultos se mostram preocupadíssimos com eles! Não podemos vacilar pois, com apetite voraz, saboreiam-se em bisbilhotar vidas e estão por toda parte: na escola, no trabalho, na vizinhança e até mesmo na família!

Ostentando ares de detentores da justiça, parecem possuir uma vida imaculada tornando-se verdadeiros bichos-papões da auto-estima de muitos! Todo cuidado é pouco porque estão sempre à espreita, com visão de raios-X e ávidos a espalhar notícias e provocar intrigas com a rapidez de um raio! Muitos parecem ter até bola de cristal, pois quando algo dá errado, lá estão eles a postos: "Eu sabia!" E ainda com ares de mestres dizendo: "Não disse? Eu avisei!"

Não podemos estar fora dos padrões “deles” porque vão comentar! E se dermos ouvidos e mudarmos a cada opinião, vamos parecer uma biruta que se move conforme o vento!

Mas, afinal, quem dá o poder de interferência a este outro em nossas vidas? Nós mesmos! E isso, cada vez que não nos valorizamos e nos sujeitamos a críticas sem argumentos, pelo pouco conhecimento que temos a nosso respeito!

Não dá para negar que nem sempre é fácil fazer vistas grossas ao julgamento dos outros, principalmente se este outro é alguém mais próximo ou se estamos fragilizados por alguma situação. Sentimo-nos, sim, desconfortáveis com certas observações e comentários e nem todos conseguem sair ilesos desse assédio moral! Afinal de contas, o que eles sabem sobre nós melhor do que nós mesmos?

Se a opinião alheia, mesmo sem fundamento, nos atinge negativamente com freqüência, está faltando autoconhecimento e auto-estima! Este outro não nos enxerga além da aparência! Essa insegurança e constante busca de “aprovação” pode nos deixar à mercê deles que nos passam uma visão superficial de nós mesmos. Devemos permanecer atentos para não nos deixarmos levar por críticas infundadas ou por falsos elogios e adulações. Críticas podem, sim, ser bem vindas quando colocadas de forma idônea e responsável propiciando amadurecimento e crescimento. É certo que também não podemos simplesmente pender para o outro extremo e dizer “o outro que se lixe” e não nos importarmos com nada além de nós mesmos. Afinal, vivemos em sociedade e esta convivência nos exige uma postura equilibrada para um convívio amigável, pacífico e respeitoso.

Nesta referência que faço ao “outro”, não estou falando daquele que se importa conosco ou ao próximo que está alheio aos fatos sem interferência. Falo daquele que parece ter o poder de intervir em nossas vidas a tal ponto que muitos de nós deixam de viver em sua totalidade com medo de seus julgamentos. Falo daquele que nos ridiculariza, enfoca nossos erros, fracassos e no fundo torce para que tudo dê errado! Daquele que não suporta ninguém acima da sua própria altura! Que invade nossa privacidade e a escancara para o mundo! Que esconde sua baixa auto-estima através de observações e comparações levianas! Que com medo de olhar para si mesmo e estar sob seu próprio julgamento, desvia o olhar para o outro com superioridade, adquirindo uma falsa certeza de estar num nível acima. Daquele que ao invés de procurar se valorizar, encontra na desvalorização do outro um caminho mais fácil porém cruel, e isto, muitas vezes até mesmo se protegendo atrás de uma aparente arrogância e hostilidade, tentando encobrir sua própria fragilidade e insatisfação num pedido inconsciente de socorro...

É claro que também não podemos nos acomodar no papel de “pobres vítimas” e simplesmente jogar a culpa de nossos fracassos em cima dos outros, pois muitas vezes nós mesmos é que nos julgamos, assim sendo, concluímos que o outro também nos julga!
Quantas vezes por insegurança ou falta de iniciativa não realizamos nossas aspirações, e frustrados, evitando assumir nossas fraquezas e covardias, encontramos no outro a justificativa de nossa ruína? É uma responsabilidade que nos pertence, mas que muitas vezes evitamos assumir, nos colocando sob o julgo do outro agindo como vítimas adestradas!

Aliás, que atire a primeira pedra quem nunca fez o papel deste outro aqui exposto impiedosamente! Porque quando me refiro ao outro, também falo de nós mesmos, que em muitas situações dentro do nosso convívio, precipitamo-nos em julgamentos assumindo o papel de peritos em aparências, não deixando passar a oportunidade para criticar, menosprezar, muitas vezes perdendo ocasião de elogiar, portando-nos como hipócritas despretensiosos, nos adiantando em censuras na nossa miopia acerca do outro! É muito fácil fixar o olhar e com lente de aumento apontar defeitos alheios! O difícil mesmo é olhar pra si e ter a humildade e a coragem de aceitar as próprias imperfeições!

Se cada um se preocupasse um pouco mais consigo mesmo, certamente a preocupação com o outro tomaria um rumo diferente, porque é a partir de nós mesmos que passamos a compreender melhor o outro. Mas se não nos compreendemos como vamos fazer isto? Se nos julgamos, nos culpamos, nos maltratamos, não nos perdoando e portando-nos como carrascos, como vamos proceder com o nosso próximo? Como vamos “enxergar” o outro permanecendo indiferentes a nós mesmos?

E é triste observar também, que muitas pessoas carregam conflitos por anos a fio, mas pelo medo de que alguém as julgue loucas, neuróticas ou descontroladas deixam de procurar ajuda. Evitam suscitar a crítica alheia em detrimento de seu próprio bem estar. Perdem qualidade de vida e, com suas relações afetadas, sofrem de depressão e outros males. Muitos destes procuram alívio em “drogas” de todos os tipos, até mesmo sem necessidade, só para não terem que encarar a realidade numa auto-sabotagem, na fuga de si mesmo. Mas fora da realidade, qualquer decisão se torna arriscada, pois confusos e desorientados temos dificuldades em resolver conflitos!

Temos que ter a coragem de enfrentar a nossa realidade e tomar uma atitude a nosso próprio favor e, sem desistir diante de qualquer dificuldade, se necessário for, procurar ajuda profissional. Ter em mente que a opinião alheia pode servir de parâmetro em nossas vidas para que nos aperfeiçoemos, mas nunca deixar intervir de modo a limitá-la ou direcioná-la, pois quem está na direção dela, somos nós, portanto dela temos o melhor ângulo de visão. Nós é que sentimos o impacto de nossas ações e cada um a seu modo, entre erros e acertos inerentes à vida, encontra a melhor forma de conduzi-la, não existindo um “jeito certo” de fazer isto, mas sim o “jeito de cada um”, e isto é uma aprendizagem constante... porque a vida nos mostra que por mais que tenhamos aprendido... sempre temos muito a aprender, não apenas com as grandes lições mas principalmente com as pequenas mas tão preciosas lições diárias...

“E porque reparas tu no arqueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?"
Mateus 7:3

“Aprenda com os erros alheios. Não viverá o bastante para cometer todos os erros.” Martin Vanbee

Silvana Lance Anaya
Psicanalista

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Silvana Lance Anaya   
Silvana Lance é Psicanalista e Psicoterapeuta Especialista em Psicodrama Clínico - Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica, membro fundadora da SODHEP - Soc. Desenv. Humano e Estudos Psicanalíticos - / Jornalista Mtb 75200/SP atendimento: consultório particular/SBCampo www.clinicapsicabc.com.br - facebook.com/clinicapsicabc
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