O retorno ao imutável




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/16/2025 7:45:57 AM
A mudança é uma necessidade legítima na jornada humana, mas sua razão de ser é mais sutil do que parece: ela existe para conduzir ao que jamais mudou. Ao que sempre foi. O ser essencial de cada um já é completo. Não há nada a ser acrescentado, apenas o que precisa ser desfeito.
Todo o esforço deve estar em desaprender, em silenciar o excesso de ideias e desconstruir os conceitos que foram aceitos sem reflexão. Muitos vivem aprisionados em padrões herdados, crenças que nunca foram verdadeiramente suas, condicionamentos impostos por uma realidade externa que moldou suas percepções.
O estado natural de cada ser já está pronto - íntegro, sábio, amoroso. No entanto, poucos estão conectados com essa essência. A maioria vive uma existência fabricada, construída a partir de desejos e da constante luta contra as próprias emoções. Perdeu-se a espontaneidade. A mente se tornou senhora de tudo, criando um personagem que vive tentando se afirmar, quando, na verdade, esse personagem é apenas uma ilusão - um reflexo distorcido do ser verdadeiro.
Aquilo que o ser humano julga saber sobre a vida frequentemente o afasta da verdade. Não é o conhecimento racional que o levará de volta à sua origem, mas sim um retorno silencioso, amoroso, humilde, àquilo que sempre esteve lá. A transformação verdadeira acontece quando se abandona a necessidade de mudança exterior e se mergulha profundamente no centro imutável do próprio ser.
As respostas mais sinceras não virão de livros sagrados, vídeos inspiradores, discursos de mestres ou rituais religiosos. A Verdade está dentro, e ela não se revela por meio de palavras. Está além de qualquer linguagem, porque toda explicação carrega o limite dos símbolos. Para tocar a essência, é necessário silêncio - o silêncio que escuta com o coração.
Por isso, é fundamental deixar de buscar fora. É hora de abandonar as exigências do ego, de renunciar à ânsia de conquistar, provar ou alcançar algo. O verdadeiro passo é para dentro, onde o desapego, a entrega e a aceitação se tornam mestres e guias.
Cada ser já é tudo o que precisa ser. É consciência pura, plenitude silenciosa, fonte inesgotável de paz e alegria. O sofrimento surge quando se acredita que falta algo. Mas a falta é uma ilusão criada por necessidades que não são reais. Quando o ser se reconhece como aquilo que já é, o sofrimento cessa. A felicidade, então, não é mais buscada - ela é reconhecida como a própria natureza do ser.
Todos despertarão um dia. Cada alma amadurece em seu tempo, como o fruto que só se solta do galho quando está pronto. Até lá, é natural que se experimente um certo adormecimento - não como erro, mas como parte do processo. E tudo isso é divinamente necessário.
O despertar virá. Talvez silencioso, talvez repentino, como aquele "Reino" do qual falava Jesus - não um lugar distante, mas um estado de consciência profunda, presente, viva, dentro de cada um.









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