O TEMPO NÃO PÁRA



Autor Rogério Pires
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/7/2007 4:17:54 PM
“Tudo na vida acontece no AGORA.”
"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro..."
John Lennon
Controlar e conhecer os mecanismos do tempo sempre foi um desafio para o homem. Desde os primeiros instrumentos de medição até os atuais calendários, relógio de pulso digital, cartão de ponto, etc. A tentativa de organizar e medir algo tão precioso marcou a história das civilizações. Atualmente a preocupação com o tempo ganhou um outro foco: a falta dele.
Nos dias atuais a sensação de que não se tem tempo para realizar as tarefas e obrigações do dia-a-dia virou motivo de aflição, angústia, impaciência e medo.
Basta observarmos ao nosso redor: o mundo inteiro está mais acelerado, todos estão correndo de um lado para o outro. A competitividade no trabalho nos obriga sermos mais eficientes, otimizarmos os resultados, nos preocuparmos em produzir mais e mais. Podemos observar esta rotina em qualquer área; desde o mercado de trabalho até no mundo de uma dona de casa. A ditadura do tempo faz com que cada vez mais esse processo de aceleração se intensifique, pois o tempo parece que “voa”.
Isso acontece porque nós estamos vivendo em um momento de intensa competitividade e modernização e se não ficarmos o tempo todo produzindo ou realizando alguma tarefa, temos a sensação de que o nosso dia não foi altamente produtivo, ficamos para trás.
A sensação de culpa é uma constante, pois em muitas sociedades – incluindo a nossa - a palavra “lentamente” pode ganhar um sentido negativo. Enquanto o contrário dela, “rapidamente”, parece ser a descrição para alguém com mais qualidades. Quem é lento pode ser confundido com alguém moroso, vagaroso, tedioso, preguiçoso e insatisfeito.
Vários movimentos a favor de um ritmo mais equilibrado de vida começaram a surgir pelo mundo. Um dos principais movimentos foi a criação do projeto “Cittá Slow” ou cidades do bem-viver. Cidades que prezam o silêncio, as áreas verdes e oferecem hospitalidade de primeira. A idéia surgiu na Itália e hoje conta com dezenas de cidades afiliadas pelo mundo.
Outro movimento que aborda uma filosofia de desaceleração do ritmo de vida é o chamado “Slow Food” – Comer devagar – originário na Itália com ramificações por todo o mundo. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol - tem sua base na Itália e pode ser acessada pelo site link O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade. A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida.
O movimento do Slow Food está fazendo tanto sucesso pelo mundo que está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week em sua última edição européia. A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela competitividade, modernidade, globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à qualidade do ser.
Segundo a Business Week os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas (35 horas por semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%. Essa chamada "slow attitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it Now" (Faça Já).
Conseqüentemente, o "comportamento sem-pressa" não significa fazer menos, nem produzir em pouca quantidade. Significa realizar as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress". Retomar os valores familiares, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local" presente e concreto - em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa simplesmente viver qualitativamente e não quantitativamente.
A retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver harmoniosamente. Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo, onde profissionais felizes fazem, com prazer, o que sabem fazer de melhor. É substituir o trabalho mecânico por um comportamento renovado, energizado e construtivo.
A maioria das pessoas vivem correndo atrás do tempo e parece que só param quando morrem enfartados, ou algo parecido. Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente. A prisão da temporaneidade nos impede de observar a beleza do AGORA, do maravilhoso presente que é a observação de sua vida e não da situação de vida. Não confunda MAPA com TERRITÓRIO.
Sua Santidade, o Dalai Lama, líder mundial do budismo, doutor em filosofia budista, agraciado com mais de 50 títulos honoris-causa e Prêmio Nobel da Paz, há tempos deixou de ser apenas o líder espiritual e secular do povo tibetano. Hoje é uma das personalidades mais reconhecidas e admiradas do cenário mundial. Ele nos diz que só existem dois dias no ano sobre os quais nada pode ser feito: o “ontem e o amanhã”; portanto, o “hoje” é o único dia em que se pode realizar grandes feitos, viver construtivamente, amar, sonhar, perdoar, aproveitar a vida antes que ela se aproveite de você.
Os Cinco Princípios do Reiki
Somente hoje não sinta raiva e não fique zangado.
Somente hoje abandone suas preocupações.
Somente hoje agradeça suas bênçãos, respeite seus pais, mestres e os mais idosos. Somente hoje faça seu trabalho honestamente.
Somente hoje, mostre amor e respeito, e seja gentil com todos os seres vivos.
Mikao Usui
Trecho do livro "O QUE REALMENTE SOMOS?", de Rogério Pires
www.phatae.com
Texto revisado por Cris
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rogério Pires
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