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Os labirintos da eutanásia (final)

Atualizado dia 10/13/2006 9:42:09 PM em Autoconhecimento
por Victor Sergio de Paula


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6. BIOÉTICA – DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA

A ciência moderna instituiu nas sua ferramentas, para adequar o uso correto, seguro, e digno das novas biotecnologias, os parâmetros da BIOÉTICA que segundo melhor definição é: “Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais – incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas – das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar (Reich WT. Encyclopedia of Bioethics, 2nd. ed. New York; MacMillan, 1995:XXI)”.

Na abordagem de um tema de tal magnitude, a eutanásia, faz-se necessário utilizarmos em conjunto os postulados espíritas. O que de mais moderno pode oferecer a ciência oficial é quando surgem as figuras da distanásia e da ortotanásia.

6.1 DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA

A doutrina codificada por Allan Kardec defende com absoluta clareza a manutenção da vida, em qualquer situação, porque “ela não pertence ao homem e somente os mecanismos da natureza podem subtraí-la“.

Vejamos, então, o que significa distanásia e ortotanásia:
- Distanásia – morte lenta, com muito sofrimento, o oposto da eutanásia;
- Ortotanásia – é a adoção correta frente à morte. A forma adequada de adoção de procedimentos médicos, diante de um paciente que está morrendo.

A medicina de Hipócrates é aquela onde as dimensões éticas e morais adquirem um significado profundo com implicações de natureza espiritual e social – nesta sociedade tecnocrata - dentro desse imenso labirinto da eutanásia.

Considerando a ética como o estudo das ações humanas, dentro das perspectivas do “certo” e do “errado”, do “justo” e do “injusto”, e a moral como um conjunto de normas advindas dos usos e costumes, entendemos que seja oportuno fazermos as seguintes perguntas:
- A distanásia é a conduta adequada, no caso de decidir-se sobre o destino de pacientes com lesões cerebrais profundas, irreversíveis, mantidos vivos graças a aparelhos de circulação extracorpórea e respiradores artificiais? Lembremos da resposta dada pelos espíritos a Kardec, à questão nº 156 do Livro dos Espíritos.
- Em casos semelhantes ao de Terri Schiavo, a retirada dos aprelhos que fazem a alimentação, considerada como ortotanásia, não seria o melhor caminho a seguir?
- A vida de um paciente, em situação limite vida/morte, deve ser preservada mesmo com o custo da sua dignidade?

6.3. SUICÍDIO ASSISTIDO

Evidentemente não podemos admitir a hipótese do suicídio assistido como o mostrado no filme Mar Adentro, pelo simples fato de que a tetraplegia não configura uma doença terminal. Contraposto à atitude de Ramón Sampedro temos a corajosa cruzada do ator Christopher Reeve, um verdadeiro super-homem que, desafiando a sua própria condição, criou um fundação que vem ajudando nas pesquisas com células-tronco, afim de no futuro ser obtida a cura para a tetraplegia e outras doenças degenerativas.

Não existe como conciliar o suicídio assistido com o direito à vida e a dignidade humana. O procedimento é, a meu ver, profundamente anti-ético, imoral e fatalista, pois desconsidera, repito, em casos como o de Ramón Sampedro que estamos sempre em aprendizado, ainda que em situações de encarceramento em corpos incapacitados, temporariamente.

Todavia, ressalto o fato de que não é cabível qualquer tipo de julgamento em casos iguais ou semelhantes ao de Ramón Sampedro, sendo preferível adotar a máxima de Jesus de Nazaré: - Com o mesmo rigor que julgares, serás julgado!

7. OS LABIRINTOS DA EUTANÁSIA

Na mitologia, o labirinto construído por Dédalo – pai de Ícaro - serviu para abrigar o Minotauro, ser híbrido com corpo de homem e cabeça de touro, local onde os que entravam jamais saiam com vida, até que o herói Teseu derrotou o monstro com sua coragem e audácia.

A eutanásia se desdobra à nossa frente como um imenso labirinto e dentro desse intrincado conjunto estão todos os nossos medos, preconceitos e xenofobias.

Vamos ser mais uma das vítimas do minotauro, fazendo de conta que o problema não é nosso, opondo respostas simplistas a algo tão grandioso como a vida e a dignidade humana? Ou seremos como Teseu, enfrentando corajosamente a questão, oferecendo soluções, neste drama vivido por tantas consciências em nosso país, em nosso mundo, todos os dias?

A cada um, espírita ou espiritualista, cabe uma parcela para chegarmos à pacificação sobre a labiríntica questão da eutanásia.

Victor Sergio de Paula

Bibliografia:
Livro dos Espíritos
Jornal da Tarde
www.bioetica.ufrgs.br

Texto revisado por Cris

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