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Os pais continuam nos filhos

Atualizado dia 7/12/2007 9:10:14 AM em Autoconhecimento
por Theresa Spyra


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Alguma coisa dentro de nós quer dar certo. Isto significa ser aceito. Aceito por quem? Pela família, em primeiro lugar. A família é sempre a ligação mais forte que todas as pessoas têm. A criança faz de tudo para ser aceita, do seu jeito, para poder pertencer, poder fazer parte. Aprendemos este comportamento desde pequenos.

Isto é o sistema familiar: a necessidade natural de perpetuação da família. O grupo familiar é um sistema vivo que age através de energias que estão sendo percebidas pelos membros do sistema. Todas as pessoas se sentem ligadas à sua família, ao sistema ao qual elas pertencem. Ser aceito pela própria família significa dar certo. Quando esta aceitação não acontece, surge o sofrimento.

Quando a criança não se sente aceita, carrega dentro de si, para sempre, uma carga que relembra o fracasso. Mesmo tendo sucesso na vida, este “fracasso” com os pais, com a família, pesa demais, é quase irrecuperável, enquanto não acontecer a harmonização entre os membros. Na tentativa de compensar essa dor, a pessoa tenta dar certo em outras áreas, se destacar, porém, isto acontece sempre através do esforço mental e emocional, não naturalmente e isso requer um grande esforço.

A busca que está por detrás deste comportamento é a aceitação pelos pais. E às vezes eles falam “não”. E isto não é contra o filho! Eles têm os seus próprios motivos, as próprias malas para carregar. Os filhos costumam esperar que os pais sejam totalmente livres para eles, porém os pais, pelo lado deles, também estão envolvidos em outras histórias do passado, que os filhos desconhecem. Isso agrava a possibilidade de manter o coração livre e viver no momento presente.

Os pais cobram dos filhos

As ordens são invisíveis aos nossos olhos e quando reveladas acalmam o coração e mostram o lugar de cada um no sistema. Isso muda a compreensão e centra a pessoa no que ela é, nas suas decisões, faz ela pertencer. E quem pertence ganha força e segurança.

Todos os filhos desejam ser aceitos. Querem ouvir: “eu gosto de você”; “você é um ótimo filho”; “você é capaz”... E os pais às vezes dizem isso quando falam com outras pessoas sobre os seus filhos, mas para mostrar para o mundo que eles deram certo como pais! Mas para os filhos, reclamam das atitudes deles: “você não está nem aí comigo!”; “porque não me visita mais?”; “você está ganhando dinheiro com seu trabalho?”, “você não educa direito os seus filhos... no meu tempo não era assim!”.

Muitas vezes todo o esforço do filho não leva a nada. Ele queria tanto ser reconhecido, não pelo trabalho que faz, mas porque ele é filho; isto já bastaria. Os pais esperam os filhos darem certo socialmente para poderem ter orgulho deles. Seria uma comprovação que a educação deles deu certo! Isso ocorre porque geralmente os pais têm pouca certeza sobre o que estão fazendo na educação. Culpam-se o tempo todo! Para muitos fica difícil aceitar um filho plenamente somente por ser filho.

Os filhos cobram dos pais

E os filhos pensam: os pais estão velhos, não entendem das coisas, vivem no passado e não conseguem acompanhar a velocidade do mundo. Eu consigo, eu sou esperto!

Qual filho consegue aceitar plenamente os pais, a maneira como pensam, agem, como eles são? Afinal, o filho muitas vezes tem mais estudo e parece “melhor”. Mas a hierarquia permanece, e é necessário respeitá-la. O pai veio primeiro, deu a vida ao filho; isto lhe dá mais direito. Não um direito sobre o filho. Mas direito como pai, e como pai ele pode ser do jeito que quiser, não precisa da aprovação de ninguém. Não cabe ao filho julgar, somente respeitar. Os pais são assim.

Não lhe é de direito querer mudar seus pais, especialmente se eles não solicitam a ajuda do filho. Afinal se trata da vida deles. Isto não significa que o filho precisa concordar com a opinião dos pais, basta respeitar, aceitar: meus pais são assim!

O respeito não pode ser comprado

Nos dias de hoje, presenciamos muito desequilíbrio nos relacionamentos familiares. Até parece que as coisas se inverteram. Quantos pais estão preocupados em ser aceitos pelos próprios filhos? Se sentem rejeitados pelos filhos, muitas vezes já desde a infância. Os pimpolhinhos não obedecem, parecem ser mais fortes e insistentes que os pais, têm as rédeas nas mãos, são eles que mandam nos pais. É muito doloroso para um pai e uma mãe não terem a autoridade como pai ou mãe. Eles querem desesperadamente ser aceitos pelos filhos, por isso compram a atenção deles com brinquedos, video-games, viagens, roupas, carros, etc. Mas o respeito não pode ser comprado. E quando os pais não respeitam os próprios pais, como eles podem esperar ser respeitados pelos próprios filhos? Eles não transmitiram esse sentimento para eles. Nem em palavras, nem em ações.

Pai tem o papel de pai. Filho tem o papel de filho.

Há inúmeras razões que levam alguém a se afastar dos pais, de não respeitá-los. E, normalmente, as pessoas acham que este afastamento não tem influência na vida deles. Porém, nenhuma pessoa que conheci até agora conseguiu esquecer de seus pais, até os que não os conheceram fisicamente. E não importa se foram bons ou não. É o vínculo mais forte que existe. Para um filho não há nada mais importante que os pais e a aprovação deles. Não se trata de gostar, de amar, de fazer tudo para o filho. Trata-se de fazer o papel do pai: educar, exigir, conduzir para que o filho consiga fazer a mesma coisa.

Os pais não devem esperar nada de volta, a não ser simplesmente que os filhos passem para a frente o que receberam de bom. Filhos precisam de pais presentes. Isso não significa um pai que está em volta do filho 24 horas, mas um pai que quando está com o filho, está realmente, e que passa para ele o significado de ser filho, mostra que ele o vê (não que o filho está sendo controlado). Uma criança que se sente vista, se sente segura e protegida, e assim desenvolve mais força para a vida, está mais presente na própria vida e indubitavelmente será centrada e feliz. É muito bom se sentir apoiado na vida. Para isso, os pais não precisam fazer nada: basta aceitar os próprios pais e mostrar as ligações familiares para os filhos. Mostrar que eles fazem parte de um todo. E que a existência deles é muito importante.


Theresa Spyra é trainer em constelação sistêmica, diretora do Nokomando-desenvolvimento pessoal
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Texto revisado por Cris


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Conteúdo desenvolvido por: Theresa Spyra   
Theresa Spyra é alemã, trainer e terapeuta com especialização em constelação sistêmica familiar, organizacional e estrutural. Estudou com a também alemã Mimansa Erika Farny, pioneira na introdução do método sistêmico de Bert Hellinger no Brasil, e aprofundou-se nos sistemas estruturais e organizacionais, com estudos no Brasil, Alemanha e Suíça
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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