Os simbolismos contínuos em “Superman Returns”
Atualizado dia 8/1/2006 12:54:12 PM em Autoconhecimentopor Monica Burich
Nei Naiff - tarólogo - me disse, em uma de suas aulas, que achava mais fácil nos séculos passados as pessoas se abrirem para interpretar os símbolos, pois naquela época havia muitos ocultistas e eruditos. Na época de hoje é diferente. A maioria das pessoas vive vinte quatro horas do dia sob sua visão pessoal e se concentrando em generalidades. Poucas são as pessoas que conseguem sair dessa superficialidade que nos obriga o cotidiano, com comportamentos automatizados a que o hábito conduz. No decorrer da maior parte de nossas atividades diárias estamos no “automático”, porque nos habituamos a fazer as coisas sem pensar. Você não precisa raciocinar para pensar como vai chegar em casa, simplesmente vai... Mas se alguém perguntar se cortaram uma árvore na sua rua ou se a casa do vizinho mudou de cor você provavelmente não reparou, porque não estamos constantemente conscientes do que fazemos. Por isso em muitos episódios você pode não lembrar de detalhes que em capítulos lá na frente vão fazer falta.
O mesmo acontece com as mensagens contidas em cada história: quantas minúcias poderiam ser incorporadas como aprendizados e passam em branco. Porque o que vemos é apenas a ponta de um “iceberg”. Muita coisa existe abaixo da superfície para ser explorada. É preciso fazer uma análise simbólica para entender o que a natureza está refletindo. Porque a nossa mente é indisciplinada, sucumbe muito rapidamente à dispersão, perdendo preciosas singularidades. Ao refinar a atenção entendemos melhor a vida: na riqueza dos detalhes que, na grande parte dos momentos, nem paramos para pensar a respeito.
O ideal é decodificar e analisar para se absorver o aprendizado, com todas as suas nuances e sutilezas. Olhe sempre as situações com muitas reflexões e dissertações; reveja várias vezes sob diversas perspectivas, pois a cada novo olhar descobrirá muitas mensagens ocultas que, normalmente, não são vistas na primeira vez. Símbolos são condutores de verdades.
Assistindo a uma aula do Otávio Azevedo - astrólogo - ele explicou que os sinais aparecem em todos os lugares, a todas as horas e com todas as pessoas, como que pedindo para que todos nos conheçamos um pouco mais. Tudo o que aprendemos mentalmente, no fundo, nunca é uma verdade completa, porque a natureza está o tempo todo dialogando com a gente e nos mostrando outros significados, outras maneiras de ver a vida e de raciocinar diferente. Só que é necessário que estejamos conectados para observarmos tudo o que se passa, por que há sempre um simbolismo e um significado, só que as pessoas não estão ligadas nesse simbolismo porque a maioria vive de forma “mecânica”. Otávio Azevedo cita o Princípio Hermético da Correspondência: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima", atribuído a Hermes Trimegistro. Esse princípio nos diz que tudo tem uma correspondência.
Uma vez Otávio Azevedo contou que tinha conhecido um guru na Índia que interpretava a vida nos sinais da natureza, olhando o passar de uma nuvem, o canto dos pássaros, as folhas que caiam das árvores. Querendo testar o seu Mestre, contou que estava em um restaurante conversando e gesticulando e veio uma vespa e pousou na sua mão e, então, pediu a ele para interpretar. O erudito explicou que o movimentar das mãos significava uma conversa ativa e a vespa pousando representava que seu modo de falar poderia ferir alguém, pois a picada de uma vespa sempre deixa a pessoa dolorida. Otávio concluiu que quando uma pessoa é suficientemente sábia não precisa de outros recursos além de suas percepções.
O modo como percebemos as coisas é decisivo frente aos estímulos do que vemos; se não nos abrimos a novas percepções nossas reações acabam sendo automáticas ou "condicionadas”. Assim se desenvolve um sentido mais do que outros e acabamos com uma forma viciada de pensamento que pode ser prejudicial e limitante. Temos que buscar um “sentir” além do comum.
Platão diz, no “Timeu”, que as coisas não são realmente reais, que as coisas são sombras das idéias, das idéias que estão num lugar supraceleste, e as coisas são por participação dessas idéias; não são, portanto, verdadeira realidade. Ele ilustra isso com “A alegoria da Caverna” onde coloca que as pessoas não podem acreditar apenas naquilo que vêem; é preciso iluminar a consciência de quem procura a realidade por detrás das sombras. Quem está dentro da caverna vê apenas um “teatro de sombras e elas acham que as sombras que vêem são a única coisa que existe”.
Como disse Prof. Paulo A. Duarte, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina: é uma busca filosófica do lado esotérico da vida e da compreensão entre as idéias e o seu reflexo no mundo.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 3
Conteúdo desenvolvido por: Monica Burich Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |