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Paz, amor e aventura

Atualizado dia 1/18/2007 10:05:13 PM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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O que ainda leva, em sua grande maioria, jovens de todo o mundo a viajarem longas distâncias com uma mochila às costas? O que procuram ao deixarem o conforto de seus lares e a segurança de suas famílias e países?

Nos anos 60 e 70 do século XX, em plena fase dos movimentos de contestação jovem contra o modelo de sociedade consumista, misturava-se com a filosofia hippie de amor e paz, o espírito de resistência e luta contra as ditaduras militares dos países do cone sul da América. Nesta época, muitos hippies que viajavam pela América do Sul confundiam-se com guerrilheiros ou simpatizantes da resistência jovem. Existia uma motivação maior e uma identificação com a contracultura, movimento que unia intelectuais, idealistas e aventureiros do mundo inteiro.

As cidades sagradas da Índia, o Tibet e Machu Pichu no Peru, atraíam anualmente, milhares de jovens mochileiros à procura de uma explicação para as suas angústias e dúvidas internas sobre o significado da vida.

Passados longos trinta e cinco anos não imaginava encontrar aqui na Patagônia argentina e chilena, tantos jovens mochileiros como acontecia naqueles "viejos tiempos". No entanto, percebe-se nos jovens atuais, uma alegria e descontração naturais, em parte fruto de uma época em que não existe mais a ameaça velada de interferência aos legítimos direitos de ir e vir dos cidadãos.

Percebe-se uma espécie de adaptação à "globalização" nesta opção de sair a correr mundo com uma mochila nas costas. Os jovens de hoje, em sua maioria, já portam celulares e não pedem mais carona nas estradas. Viajam de bicicleta, motocicleta, automóvel, ônibus, trem e até o impensável a décadas atrás: de avião!

Creio que sob uma perspectiva moderna, o idealismo hippie ainda sobrevive. Pelo menos para alguns idealistas como para o artesão de nome José. Este jovem colombiano surpreendeu-me ao afirmar com muita convicção e sensibilidade que "el idealismo hippie se encuentra en nuestro corazón y jamás morirá".

A "chama que jamais apagará" como simbolicamente referiu-se o simpático José, no fundo, é o sentimento genuinamente humano que os mochileiros de outrora carregavam e que os atuais ainda carregam consigo: a busca de uma explicação para o sentido da vida.

O espírito de aventura de sair em busca de desafios e de vivenciar novas experiências tão típicas da juventude, permanece o mesmo. Contudo, a tradicional troca do cumprimento hippie de "amor e paz" ficou obsoleto e o exagerado uso de substâncias químicas alucinógenas, ultrapassado. Observa-se uma geração de jovens mochileiros mais saudável e contrária aos sacrifícios e exageros cometidos por seus pais e avós no passado.

Os mochileiros estão mais acomodados. Suas imagens já não "agridem" mais, confundindo-se com a dos demais viajantes em curso. Che Guevara estampado em algumas raras camisetas deixou de ser considerado maldito ou um modelo a ser seguido, e o sistema político que defendia, uma meta a ser conquistada. Porém, o charme do guerrilheiro libertário permanece e até virou peça de souvenir explorada pelo comércio e pelas agências de turismo.

Com o avanço tecnológico das comunicações, os jovens já não necessitam mais atravessar oceanos ou continentes para conhecerem novas culturas. A internet suspende a curiosidade acessando a informação aos mais distantes cantos do planeta. Mas o gosto pela aventura, tão inerente ao ser humano, permanece. E assim permanecerá, geração após geração, porque apesar da civilização moderna que lhe proporciona conforto, informação e conhecimento sem sair de casa, o jovem ainda continua buscando esse algo mais, ou seja, as respostas de suas dúvidas internas, que somadas às sínteses de suas experiências atuais, ele encontrará somente mais tarde, quando despertar para os verdadeiros valores de sua existência.

Nao obstante, pelos caminhos da longínqua Patagônia, a sede por aventura continua...

Psicanalista Clínico de Orientaçao Reencarnacionista.
flaviobastos

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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