Pensamento Sistêmico: o Caminho da Integração

Pensamento Sistêmico: o Caminho da Integração
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Autor Paulo Tavarez

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 5/13/2025 11:29:16 PM


Só é possível evoluir verdadeiramente quando aprendemos a integrar as diferenças — esta é a base do pensamento sistêmico. Enquanto houver repulsa por pobres, negros, homossexuais, prostitutas, bandidos ou qualquer outra minoria socialmente marginalizada, viveremos em permanente conflito. Enquanto prevalecer o pensamento linear e excludente — aquele que teve seus momentos áureos na ascensão do nazifascismo e que ainda hoje se perpetua por meio de preconceitos e visões arcaicas de classificação social e divisão em castas — o pensamento sistêmico continuará sendo apenas uma utopia. Esse modelo mental, além de tudo, contribui para a manutenção de uma das maiores injustiças do mundo moderno: a extrema concentração de renda.

O pensamento linear ancora-se, de forma resistente e conservadora, em modelos anacrônicos derivados de tradições religiosas e aristocráticas. Ele sustenta um mundo que insiste em sobreviver sob o discurso — frequentemente contestável — da meritocracia, ainda controlando o destino da humanidade.

Para construirmos uma sociedade mais justa, integrada e inclusiva — uma sociedade que respeite o ser humano como parte de um sistema em conexão com o cosmos — precisamos ir além da análise superficial que julga apenas o efeito, a pessoa ou o infrator. É necessário atuar sobre o sistema como um todo, compreendendo as profundezas que sustentam os eventos e questionando os valores que os influenciam. Se há um culpado, ele não está apenas na parte visível do problema, mas no todo.

Vivemos uma transição paradigmática. Essa ideia é repetida com frequência, mas o que realmente está em movimento? O que há de novo neste caleidoscópio contemporâneo? A resposta é simples: estamos migrando de um pensamento linear, cartesiano, fragmentado, para um pensamento sistêmico, integrado e relacional. Essa mudança vem ocorrendo há décadas, de maneira sutil, geração após geração. Os jovens de hoje, engajados em protestos e conscientes das estruturas de poder, já não aceitam passivamente discursos autocráticos. Eles exigem participação, transparência e justiça.

O pensamento sistêmico é, por natureza, fraterno, igualitário e inclusivo. Ele não se contenta com análises superficiais. Para quem pensa de forma sistêmica, nada é exatamente o que parece ser — tudo está inserido em um conjunto de variáveis interconectadas. Nada pode ser compreendido isoladamente.

É claro que há resistência — e muita — aos movimentos de inclusão e à implantação de políticas horizontais. Essa resistência, porém, é compreensível: ela parte de impulsos conservadores e de uma programação mental arcaica, baseada em “verdades” que não se renovam. Ela é mais intensa entre os que compõem as elites opressoras, beneficiárias diretas do status quo. Para muitos, ainda é difícil abandonar o pensamento ultrapassado que transforma “o homem em lobo do homem”. É difícil substituir a competição pela colaboração. Mais difícil ainda é aceitar uma aproximação verdadeira com os que estão na base da pirâmide social.

Tomemos como exemplo um menor infrator. Dentro de uma lógica linear, ele é visto como o problema em si, um elemento a ser retirado da sociedade. Já sob uma ótica sistêmica, o foco se desloca: o problema está no sistema que o produziu. É o sistema que deve ser repensado e transformado, para que não continue gerando os mesmos padrões de exclusão e violência.

A visão linear nas relações humanas é responsável por grande parte dos conflitos. Isso porque ela precisa, inevitavelmente, de um culpado. O modelo cartesiano de A versus B reduz a complexidade da vida a uma disputa entre opostos, apagando nuances e invisibilizando causas profundas.

Está na hora de mudarmos o discurso. Precisamos desarmar nossos julgamentos e desenvolver a capacidade de olhar os fenômenos a partir de perspectivas mais amplas. É preciso dar alguns passos para trás — não para recuar, mas para ver melhor. Precisamos enxergar o sistema.

Enquanto continuarmos lutando contra tudo aquilo que não temos maturidade emocional para integrar, estaremos apenas reafirmando os paradigmas ultrapassados de uma modernidade sólida — aquela denunciada por Zygmunt Bauman como rígida, hierárquica e excludente. E permaneceremos, assim, distantes da verdadeira modernidade líquida — mais fluida, relacional, interdependente — que o mundo, silenciosamente, começa a construir.
 
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