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Quando o coração se cala...

Atualizado dia 1/27/2006 10:36:40 AM em Autoconhecimento
por Maria Silvia Orlovas


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Todos nós já experimentamos o silêncio como resposta a situações difíceis que enfrentamos. Calar em algumas situações é mais fácil, já que para agir é preciso coragem de se expor e assumir o que se pensa. Você pode, sim, se calar e não falar tudo o que pensa para não ferir, para não magoar seu parceiro na caminhada, mas não deve omitir suas posições nem dissimular quais são suas reais intenções e idéias, pois se assim o fizer estará agindo de forma incorreta, falsa e muitas vezes correndo o risco de trazer para si, como fruto de sua ação, a solidão e o afastamento daqueles que ama. Os Mestres Ascencionados que são grandes instrutores espirituais na nossa caminhada ensinam que é preciso ter coragem para viver, que a caminhada oferece riscos mas que somente quem se expõe colherá os frutos da vitória.

Quando recebi Augusto para uma consulta individual percebi que se tratava de uma pessoa forte, mas tímida, e somente quando terminamos a sessão de vidas passadas é que ele teve coragem de expor seus sentimentos. Posso afirmar que isso aconteceu depois de ter ouvido a sua alma que tão claramente se expôs.

Como muitas pessoas que recebo, este senhor se sentia aprisionado à sua vida sem graça, mas tinha medo de mudar. Estava insatisfeito profissionalmente e continuava casado para não complicar ainda mais sua história, mas há muitos anos não havia mais amor nem felicidade na relação. Numa vida passada ele tinha sido um inconfidente que lutou pela liberdade; na época, filho de um rico fazendeiro, teve oportunidade de estudar fora do país e se formar; porém, quando voltou ao Brasil encontrou uma sociedade retrógrada, ainda muito cruel e sem consciência social. Como seus ideais eram muito fortes, ele não se cuidou como devia, expôs-se a riscos confrontando sua opinião com os demais. Vamos dizer que ele tenha sido ingênuo.

Nesta vida - ao contrário da atitude infantil da vida passada - este homem não se mostrava de forma alguma, não dizia nada do que pensava, guardando tudo para si e, é claro, se sentia traído pelo destino, destratado por sua família e desrespeitado por sua esposa que o achava um derrotado. O que acontecia é que ninguém, de fato, o conhecia, ninguém sabia o que ele pensava ou sentia; assim, todos passavam por cima dos seus sentimentos, inclusive ele próprio. Faltava auto-estima e auto-aceitação. Ele mesmo não se dava ao respeito fazendo muitas vezes o que não queria, apenas para não contrariar as pessoas e assim acabava agindo com raiva e transmitia a idéia de que era uma pessoa orgulhosa. O amor era para ele um ideal inalcançável, já que seu coração estava cheio de queixas. Ele estava tão aprisionado ao cenário construído por ele mesmo que mergulhou num lastimável estado de ignorância. Claro que sua vida profissional não fluía, assim como a vida sentimental estava estagnada. Como ele não se amava, a sintonia do amor não o alcançava. Triste homem, já na meia-idade, sozinho apesar de ter mulher, filhos e colegas. O que dizer para alguém assim tão inconsciente da força de suas ações?

Nosso amigo, apesar de tudo, era um homem de fé, gostava dos ensinamentos da Fraternidade Branca; já tinha lido meus livros, porém, o conhecimento não passava do nível mental. Falei para ele do poder da ação e usando os ensinamentos de mestre Saint Germain expliquei que um homem sem ação não vive a totalidade do seu poder. Como diz o mestre da Chama Violeta: “Palavras, atos e pensamentos formam a força de um titã”.

Assim, observando a história de Augusto, podemos concluir que é preciso agir, se expor e falar o que pensamos. Foi o que sugeri para aquele homem que saiu do nosso encontro mais esperançoso. Claro que a mudança de sua vida depende dele e de suas atitudes, mas o primeiro impulso já havia sido dado.

Amigo leitor, aprendi com os mestres que guardar os sentimentos para se poupar de situações de confronto não é uma atitude adequada para todos os momentos. Há, sim, sabedoria em deixar as coisas fluírem, relevar atitudes que contrariam a nossa vontade, mas tudo com sabedoria. Precisamos encontrar o equilíbrio, pois assim como existe a hora de calar e refletir, existe também a hora de se colocar e mostrar para o outro o que sentimos. No diálogo amoroso, então, isso é fundamental. Seu parceiro precisa saber quem você é, quais são suas fronteiras e seus sonhos. Você precisa existir sem medo de perder a companhia por conta da exposição e também sem medo de enfrentar a solidão, caso isso aconteça.

Caro amigo leitor, lembre-se que seu maior compromisso é com você mesmo e não cale o seu coração.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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