Quando o Outro Cai, o Que se Levanta em Nós?



Autor Paulo Roberto Savaris
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/11/2025 1:04:43 PM
Você já se pegou torcendo, ainda que em silêncio, para que "o outro lado" fracasse - mesmo que isso signifique um prejuízo para todos nós?
Há algo profundamente inquietante - e, por que não dizer, melancólico - na celebração de desastres que atingem a coletividade, como se a desgraça comum fosse um troféu pessoal. Um estranho tipo de orgulho parece brotar em certos corações ao ver o "lado oposto" tropeçar - mesmo que, no fim, todos acabem atolados no mesmo lamaçal.
Com que olhos temos olhado a realidade quando torcemos por tarifas que nos ferem, por decisões internacionais que encarecem nosso próprio pão, só porque podem "desgastar o governo" com o qual não concordamos?
É como aplaudir um incêndio porque começou na casa do vizinho - esquecendo que o vento sopra para onde quer, e o fogo, esse, não carrega bandeira.
Nos becos digitais, nos grupos de mensagens, nas conversas de bar ou nas esquinas do bairro, há sempre alguém pronto a lançar farpas, memes e "verdades" assadas no forno da conveniência. Plantonistas da discórdia transformam o debate em duelo, onde não vence o argumento, mas a humilhação.
E enquanto o circo arde, há quem ria e compartilhe: "Eita, Marco véio!" - como se a tragédia fosse só mais um vídeo engraçadinho. Só que, desta vez, a desgraça é real. E nos alcança.
Triste espetáculo.
E não, isso não é exclusividade da direita, nem da esquerda, nem do centro. É um vírus mais profundo: a idolatria da própria razão, que transforma o diferente em inimigo; a cegueira que prefere trincheiras a pontes.
O mais curioso - e talvez o mais trágico - é que nesse jogo de ataques, todos se esquecem de uma antiga e certeira lei da vida: o que lançamos, volta. O bumerangue emocional não falha. Mais cedo ou mais tarde, a flecha do ódio nos encontra - geralmente quando já baixamos a guarda.
Muitos dos que ontem ostentavam o megafone da indignação hoje se veem engolidos pelo mesmo ciclo de cancelamento que ajudaram a fomentar. E os seguidores? Já têm um novo ídolo. Afinal, viver na superfície exige um novo escândalo por semana. Uma nova fúria. Um novo vilão.
Enquanto isso, os que pensam... seguem.
Os que amam... constroem.
Os que respiram antes de compartilhar... filtram.
Porque pensar dá trabalho.
E amar - amar de verdade - exige uma coragem que poucos estão dispostos a cultivar:
- A coragem de não revidar.
- De não se alegrar com o mal alheio.
- De não torcer para que o país afunde, só porque não se gosta de quem está no leme.
O verdadeiro cidadão - aquele que não se curva à ignorância nem se embriaga de ressentimento - sabe: desejar o mal é adoecer junto.
E que, mesmo em tempos de crise, o amor ainda é o único caminho que regenera.
Feliz é o ser humano que encontra paz em si.
Que escolhe bem o que lê, a quem segue e o que compartilha.
Feliz o que, diante do caos, humaniza ao invés de zombar.
Feliz o que ergue com tijolos de respeito, mesmo quando o mundo só oferece pedras.
A humanidade só será digna do próprio nome quando entender que, se um sofre, todos perdem.
Mas quando um ama - de verdade - muitos despertam.
Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo
Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho
de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na
Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco e do Blog Caminhando com Francisco,
dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de
simplicidade e amor ao próximo.
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